Recentemente a revista Economist escreveu uma reportagem com o título acima.
Achei extremamente pobre, que não fazia jus aos meus ídolos The Beatles, e a Paul McCartney, em particular.
O que os Beatles, e a maioria dos quartetos tem a nos ensinar é a nobreza da seguidança.
Num quarteto todos precisam ser bons, do mesmo nível.
Mas um dos quatro precisa liderar a música, e os demais seguir numa boa.
Paul McCartney era claramente superior aos demais músicos, era o que mais compunha, sabia a direção a seguir, enfim.
Mas John tendo 18 anos e o mais velho, Paul decidiu se colocar tranquilamente como seguidor, sem inveja, sem rancor.
O que não acontece no Brasil com sua ideologia anticooperação humana, anti-hierarquia, anti-administrador.
Esse arranjo funcionou bem por 10 anos, até que surgiu Yoko Ono, que passou a querer mandar no Paul, via John.
A seguidança não vingou mais.
Para ser um bom seguidor você precisa admirar o seu chefe, um chefe que deveria ter sido escolhido num processo meritocrático.
Para mim, o chefe sempre foi Paul.
Prof. Kanitz, graças a este seu texto, conheci o termo seguidança! Fica nos devendo outro texto sobre assunto.
Abraço!
Paul percorreu o caminho. O início dos Beatles foi basicamente John Lennon. O “A Hard Day’s Night” é todo composto pelo John. Até o disco “Help!”, o 5º álbum lançado por eles, Lennon era soberano nas composições. O maior conhecimento musical de Paul começou a sobressair mais a partir daí. E a coisa andou bem. Obras primas foram feitas/criadas com ambos trabalhando juntos, conciliando cada um sua tarefa. Paul trilhou todo o percurso. Já no final ele que levava a bagaça mesmo depois que John estava mais preocupado em agradar o “oriente”. O documentário lançado agora “Get Back” mostra isso.
O Moro ia bem até sua mulher não aguentar naquela reunião, os desaforos de JB. Belo exemplo dos Beatles
Ok. Mas o mais velho mesmo era o Ringo Starr. Aliás, Ringo Starr sempre foi um ponto de equilíbrio entre os egos de John e Paul. E o talento de George Harrison também não pode ser menosprezado. O melhor instrumentista dentre os 4, e também um grande compositor. Sua carreira pós-Beatles evidencia isso.