Fim de ano não é somente para confraternizar com amigos e família, mas também para refletir o ano que passou.
E fazer planos positivos para 2022.
Nada como estabelecer metas para ter ânimo para alcançá-las.
Esse ano foi o ano que descobri o segredo da vida, numa palestra do Jordan Peterson.
Aliás, fiquei furioso porque ninguém me disse isso antes, no começo da minha vida.
O segredo da vida não é sempre vencer os jogos que a vida nos apresenta.
O segredo da vida é sempre ser convidado para o próximo jogo.
Agora percebo que devo ter perdido muitos amigos quando entrei em quarto lugar no vestibular, quando fui convidado para ser professor da USP, quando ganhei uma bolsa de estudos, quando fui aceito em Harvard.
Eu sei que celebrei cada uma dessas conquistas e perdi vários amigos nesses eventos.
Faz um ano que estou me redimindo.
Agora deixo meus parceiros ganharem no jogo de tênis.
Quando ganho nunca é de 6 a 0, no mínimo 6 a 4.
Agora quando discordo de um amigo, primeiro tento repetir seu argumento nas minhas palavras. “O que você está dizendo é que você é contra isso e aquilo.”
Isso mostra que estou ouvindo, não que estou concordando.
Faço questão de achar alguma coisa com que eu concorde. “Nisso você tem absoluta razão.“
Sempre repito alguma frase dita do início da conversa, para mostrar que estou prestando atenção.
E nunca tiro conclusões, só deixo os dados necessários para ele pensar por si.
Falo menos de minhas conquistas, me interesso mais pelas conquistas dos outros.
Afinal, a meta agora é ser reconvidado e não sobressair-se.
Acho que meu índice de “reconvidamento” está aumentando.
Então, se você está sem vontade para encontrar sua família no Ano Novo ou Natal, ou alguns dos membros, lembre-se que agora seu objetivo é ser reconvidado para as festas de 2022.
Aos meus amigos que continuam me lendo aqui, desejo Boas Festas.
Espere aí professor,
O senhor vai completar 76 anos (31/01) e não vai querer vencer uma partida por 6×0?
Se isso ocorrer vai expulso do clube
Sou de 1956 e li O BRASIL QUE DÁ CERTO de cabo a rabo “n” vezes
Tenho diversos textos seus arquivados e há poucos dias compartilhei com amigos da igreja aquele artigo sobre o futuro da função de pai, já que o tema que estávamos discutindo se encaixava no vacilo da sociedade permitindo que o Estado usurpasse a função de pai agora corremos contra o tempo
Os 10 mandamentos do terceiro setor
E como trabalho como faço palestras sobre Educação Financeira, uso termos do artigo Não Compre à Prazo, etc…
Com sua experiência de professor poderia acrescentar nessa narrativa de não pretender vencer sempre, mas algo que fui aprendendo desde que comecei fazer palestras há 30 anos. O cuidado com as palavras para não melindrar o ego da plateia.
Uso termos como:
“Como é de amplo conhecimento de vocês…… por mais que não seja”
“Em função de todas essas mudanças que todos nós vivendo……. por mais que não”
“Vocês se lembra que em 198……. ocorreu determinado fato, por mais que não lembrem…”
Etc….
FELIZ ANO NOVO
E que em 2022 possamos fazer mais e melhor que 2021
Em suma: não quero ter razão, prefiro ser feliz!
Feliz ano novo a todos, com muita saúde e paz!
Diferente dessa proposta, estou fazendo novos amigos. Abandonei os que querem vencer na troca de ideias, os chatos, os monotemáticos, e até bati a porta na cara de alguns. Vai que assim acordam. Feliz novos amigos!
Sócrates, se não me engano, falou a Platão que era amigo dele, mas era mais amigo da verdade.
Com o que disse acima, acredito que expus um contraponto à sua nova conduta perante o interlocutor, caro Kanitz e, ao mesmo tempo, com o meu “se não me engano” fui menos arrogante.
Não me preocupo em perder interlocutores, mas começo a me preocupar em perder amigos de fato, só com a minha forma de expor os meus pensamentos para eles. E isto já acontece aos montes.
Apesar que isto pode virar um ciclo vicioso e eu acho que devo me preocupar mais com a defesa da verdade, em primeiro lugar, e com as amizades, em segundo. Amigos que importam são os verdadeiros amigos, na acepção do Boi mudo da Sicília (o Aquinate), a verdadeira amizade é estabelecida entre aqueles que gostam das mesmas coisas e REJEITAM as mesmas coisas. E ponto!
Acho que ainda não contemplei o “ser convidado para o próximo jogo”. Bom, se isto é tão mais importante quanto estar certo numa discussão, então, talvez seja melhor mesmo pegar leve com o interlocutor.
Minha conclusão: se eu me preocupo apenas em defender a verdade, de maneira nenhuma eu devo me preocupar, antes, com a recepção dela pelo meu interlocutor. Acho que antes devemos ser sempre nós mesmos. Sempre!
Posso fazer outro contraponto e imaginar que, para um professor, seja importante que o discípulo absorva ao máximo o ensinamento e, para isso, a forma de expor as ideias é um ponto importante. Parece que entramos no assunto da oratória e da retórica gregas antiga. E esse parece um ponto importante, portanto, desde há 2400 anos.
Desta mesma inspiração da Hélade, cito Platão, ao afirmar que quando descobrimos uma verdade, é impossível levá-la a todos em nosso redor.
Enfim, acho que entre dois ou mais interlocutores, vale lembrar que devemos evitar ao máximo transformar a conversa em um monólogo e, fundamental, nunca renunciar a nossa força individual e única de defesa da verdade. As maiores verdades frequentemente só foram reconhecidas após a morte daquele interlocutor chato e que, por isso mesmo, viveu quase sem amigo algum, na solidão de quem estava além do seu tempo.
Isto não representa a maioria de nós, comuns mortais esforçados, mas acredito que deva fazer parte do entendimento do tema proposto, sem presunção de minha parte.
Abraço professor e força em 2022 !
Ricardo Alves Basso
Gostaria de complementar:
Acho só que começar a de preocupar com a forma com que se fala com as pessoas durante a defesa da verdade, por um lado pode ajudar na própria defesa e, por outro, pode ser o começo ou pode, enfim, terminar por se preocupar mais em ser aceito do que em defender a verdade. A tarefa é mais difícil. Falar a verdade e ainda ser aceito pelo seu interlocutor. Já li de alguém que afirmou que, ao mostrar a um homem que ele está errado, raramente existirá um perdão aí e a relação costuma acabar. Digo, em assuntos sérios, não em banalidades cotidianas, de certa forma.
Acho que aqui nao se trata da defensa da verdade mas sim do roteiro para o dialogo e a conversa para chegar a sembrar boas amizades e parceiros, eu nao posso ter sempre a razão e ganhar em tudo, a vida nos ensina que temos que ouvir aos outros e dessa forma crecer juntos em comunidade em sociedade.
Texto maravilhoso, Professor Kanitz!
Me lembrei de quando comecei no comercial da antiga TV Belo Horizonte (depois Globo Minas), há 54 anos! Nosso diretor disse, e nunca esqueci: “O verdadeiro profissional é aquele que está sempre aprendendo”. Fiz dessa frase meu lema de vida.
É como canta Paulinho da Viola, no samba “Coisas do mundo, minha nega”:
As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender
As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender
As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender
Um maravilhoso 2022 para o senhor e os seus!
Forte abraço!
A crítica tem 2 objetivos,
O primeiro é com a verdade, para eliminar o Mal
O segundo é para desacreditar o outro, é isto é um mal que precisa ser evitado.
Professor, concordo plenamente com seu ponto de vista. Eu já o praticava, no início intuitivamente, e há alguns anos, após fazer um curso Dale Carnegie e ler alguns livros daquele ilustre americano que ousou ensinar (e muito !) fora das escolas oficiais. Quem conhece a biografia de Dale Carnegie sabe do que estou falando.
Nesse ano da graça de 2022 estarei completando 80 anos de vida, durante toda a minha existência, por vários motivos, principalmente pela educação rígida recebida em casa, tive que pisar em ovos, no tratamento com outras pessoas. Agora, com muito mais passado do que futuro já não me importo em perder amigos, pois, o tempo já se encarregou de levar a maioria dos amigos que realmente me interessavam. Aqueles poucos amigos que ainda me restam, certamente não vão se importar em me ver transformado em um velho rabugento. Agora, pisou no meu calo, solto os cachorros e se precisar, falo alguns palavrões que muitas vezes tive vontade de falar e, só para agradar, botei a viola no saco .Agora que o saco secou, a minha boca vai falar o que meu cérebro mandar, não mais, o que a conveniência social aconselhava. Professor, desejo que o ano de 2022 seja um ano promissor para o senhor e que o povo brasileiro seja mais respeitado pela classe política.
1951. Estou ficando menos jovem, e desde sempre causei polemicas em discussões em que defendia um ponto de vista que acho verdadeiro, sem me preocupar se estava ferindo susceptibilidades. Com a idade cada vez sinto que a verdade debatida deve ser cada vez mais defendida. As pessoas deveriam se preocupar menos com o “politicamente correto” e serem mais sinceras e honestas em suas posições.
A infância para brincar e descansar…
A juventude par estudar e sonhar…
A madureza para trabalhar e agir…
A velhice para refletir e meditar…
A morte para ressurgir e seguir…
Abraços prof. Kanitz.
Professor, vou copiar esse texto e postar no anacrônico Facebook te marcando.
Dale Carnegie (“How to Make Friends and Influence People”).