O Novo Mapa Mundi

Administração Econômica é a análise dos nossos problemas econômicos sob a ótica da Administração.

Sob esta ótica inúmeros problemas graves surgem e precisam ser resolvidos rapidamente. Um destes problemas é a mudança de poder no mundo.

O novo mapa do mundo será China-Índia cêntrica.

A ideia de que a Inglaterra e os Estados Unidos eram o centro do mundo acabou.

Se você quiser entender os próximos 30 anos, comece a entender este mapa que criamos para os nossos leitores.

novo-mapa-mundi
O que este mapa nos mostra é a força de Beijing pois ela está muito mais próxima do Japão, Coreia, Índia, Austrália e Nova Zelândia, Arábia Saudita, Europa e África, do que Portugal.

Para quem exige entregas Just In Time como exige a China, e custo baixíssimo de logística, estes países estão bem.

Curiosamente, até os Estados Unidos, pela costa oeste, estão geopoliticamente favorável, já que a logística pelo mar não é tão cara assim.

Longe está o Brasil, mas se fecharem o Canal do Panamá ou não expandirem-no estamos com problemas.

O Brasil está neste mapa onde a Nova Zelândia está no mapa que todos nós conhecemos. (Ou seja, onde Judas perdeu as botas.)

Você já fez turismo na Nova Zelândia? Por que não? Temos um acordo comercial com a Nova Zelândia? Por que não?

Os Estados Unidos que por 400 anos estavam ao nosso lado não se interessaram a mínima pelo Brasil. Por que a China se interessaria?

Nós não nos interessamos em fazer acordos comerciais com os Estados Unidos por 400 anos, um país ao lado, será que a China vai se interessar?

A Economia Clássica que pautou nossas decisões por 500 anos recusou um acordo com os Estados Unidos, enquanto podia.

Agora os Estados Unidos estão em pânico fazendo os seus acordos com a Europa e China, sem se preocuparem com seu parceiro que não os queriam.

O Brasil já mal administrado, nossos produtos já são caros, imaginem agora incluir o frete e a espera no Canal de Panamá.

O novo mapa mundi é um problema seríssimo com que deveríamos nos preocupar.   

32 Comments on O Novo Mapa Mundi

  1. Olá Kanitz
    A outra opção é esperarmos, trabalhando muito, mais uma década para essa falsa bolha Indo-Chinesa esboroar e, com muito esforço intelectual e físico implantarmos um novo mapa mundi Brasil cêntrico. Ah esqueci que precisamos nos livrar de políticos salafrários de ocasião, corruptos e imbecís totalmente incompetentes de plantão, além de educar profissional & culturalmente toda Nação. Tarefa hercúlea!

  2. Não podemos, hoje em dia, levar em consideração somente a posição geométrica de cada país. Acima de Tudo, temos que perceber o mundo por uma grande “teia” – nas considerações de M. Castells, a sociedade em rede. É inegável o papel de Índia e China no começo deste milênio, assim como o do Brasil, que vem cada vez mais se firmando como uma potência regional na economia-mundo, a despeito da classe política que possuímos.

  3. Ué, a produção chinesa sempre achou perto o Paraguai, não é mesmo?
    Esse mapa nao faz sentido.
    Aliás, no mundo hoje não é permitido isolar mercado/produtos. Um navio atravessa essa distância em prazos curtos. E os mesmos servem de depósitos, inclusive.
    Quer coisa melhor? Vc compra um produto, ele é transportado e ainda assim o navio serve como depósito.

  4. Já que não podemos mudar a geografia, precisamos mudar a atitude dos governantes, dos empresários, da sociedade….. Pensando melhor…., talvez seja mais fácil contratar uma empresa de engenharia e tentar colocar o Brasil bem pertinho deles…

  5. Acredito q depende do produto. China e India para crescerem como observamos nos últimos anos vão precisar de comida. Quem mais poderia produzi-la? Austrália? Nova Zelândia? Com certeza o Brasil. Agora não sei como fica uma relação comercial com um país com mais de 2000 anos de experiência em mercado exterior e o Brasil q engatinha?

  6. Eu acredito que o Brasil não precisa ser protagonista-coadjuvante da China para ser “feliz” na nova ordem mundial.
    Assim como empresas enriquecem trabalhando em “nichos” de mercado específicos, poderíamos nos concentrar em nichos que nunca deixarão de precisar de algum produto.
    Vejamos, poderíamos continuar fornecendo produtos e serviços para EEUU e Europa, que continuariam prosperando comerciando com a China; ou ainda, poderíamos focar em desenvolver o mercado (ou o domínio) em países africanos.
    Acho que não precisa tentarmos ser “o centro” ou ter contato com “o centro” para prosperarmos. Não podemos nos isolar, mas a estratégia deveria ser desenvolver-nos internamente e focar nos nichos de demanda que podemos atender. Nova Zelandia é um país desenvolvido, mesmo estando longe.
    Quiçá seríamos um mini-centro!?!

  7. Pela Poluição que os chineses produzem, quanto mais longe melhor.
    Todo mundo dá valor aos bens industrializados, mas o que fará a diferença no futuro será agua potável, alimentos e ar respirável … assim, que bom que estamos onde ontem estava a Nova Zelândia … interessante esta visão, muito boa.

  8. Sr. Kanitz,
    Que tal pais/filhos/professores/alunos se darem conta de que um globo terrestre, uma vela acesa – luzes apagadas , janelas abertas para o céu/rua – caminhar/ver/ouvir/cheirar/degustar/tocar são compatíveis/complementares com o Google , para uma melhor visão de mundos ?

  9. Não concordo que a China e India venham a ter um destaque maior , são paises milenares e sempre se mantiveram em “seus mundos”!
    “As americas” podem muito bem interagirem entre si de maneira saudavel tanto economica quanto ecologicamente coesas sem nescessidades de se lancarem desesperadamente ao encontro de incertezas!

  10. Parece piada ! Tem pessoas que estudam anos de comércio exterior, diplomacia internacional e estratégias internacionais. Seja no Itamarati, em MBA´s ou até na ESG (Escola Superior de Guerra) e você vem dizer que o centro do mundo será Beijing ?
    Ô Kanitz: você lê os seus comentários ?
    Lambert.

  11. Prof.Kanitz,
    depois de tantos anos acostumados a uma leitura pelo viés positivo, imagine como não nos foi difícil esta formulação deste novo mapa mundi, sem o Brasil como o centro.
    E mais, observando-se melhor o mapa, mesmo com Moscou longe das capitais de China e India, se diria que o centro deste novo mundo é um BRIC sem o B do Brasil. Ou melhor, com o Japão tão próximo, não teríamos aí um JRIC?
    Mas, neste ponto, é que questiono esta visão como proposta. As atuais potências econômicas continuarão sendo importantes, não sendo razoável inferir que o surgimento de um novo polo econômico destitua outros.
    USA de um lado e Comunidade Européia sempre serão centros de grande atividade econômica, não vão retroceder. Aí teríamos 3 centros de gravitação econômica
    Sem querer o pupilo ser mais otimista que o mestre, creio que poderemos imaginar uma simetria, no prazo de futuro sugerido, com o Brasil aglutinando um 4º polo econômico mundial.
    Mas, minha convicção maior é no ‘mundo plano’, onde as referências geograficas serão cada vez menos importantes.
    Outro aspecto importante, que vai desbalanceiar todo e qualquer análise convencional é a economia verde, renovável, da sustentabilidade ambiental, das biomassas e dos alimentos. Ou seja, os tesouros, no futuro bem próximo, serão contabilizados em hectares ensolarados.
    Depois da pedra lascada, da pedra polida e da idade dos metais, a civilização vai entrar na idade da luz: mais rico será quem tiver mais energia solar.
    E Sol à pino é o que não falta ao Brasil.
    Haja administração esta riqueza toda.
    Saudações,
    Eduardo Buys

  12. Muito boa essa visão de mundo. Realmente concordo que estamos longe (muuuito longe) dos atuais centros de poder. Mas em minha opinião é que esta distância não é física. Não pode ser medida em quilômetros. Com a internet tudo ficou mais próximo. O que está nos distanciando da Europa, China e America do Norte é o nosso baixo nível de educação.
    Só para exemplificar, um tradutor intérprete para os idiomas inglês e chinês ganha cerca de 200 dólares por hora de trabalho, ao passo que um tradutor intérprete para o português-chinês ganha 600 dólares. Por que?… É porque quase não existem tradutores brasileiros que saibam falar chinês.
    Nossa distância é intelectual.

  13. Prof. Kannitz,
    tenho lido suas matéias há anos, Exame, Blog, etc.
    Sua colocação sobre a China é para mim, desmerecedora acerca de nosso País.
    Se estamos longe de lá, ainda bem!
    As porcarias que eles oferecem a preços vis, não são merecedoras do nosso mercado de apenas 190 milhões de consumidores.
    Temos, ao contrário, bem próximo, o mercado latino-americano, que entende nosso latin way of life, melhor que aqueles destruidores do meio ambiente e criadores da pseudo riqueza de menos de 1% da população deles, ou seja, aprox. 10 milhões de chineses.
    Como você, sou euro-decendente e apesar de Lulas e Dilmas, fora outros, ainda acho que isto aqui pode dar certo, mormente com os comentários que você sempre conseguiu proferir.
    Forte abraço,
    Luiz Fernando Müller

  14. Sua medida geopolitica me leva a pensar que o México está fadado a ser uma das mais prosperas economias do Globo, já que está tão perto de quem detém 25% de toda a economia mundial!!!!
    Sr Kanitz,
    Estou convencido que o Sr tirou férias e deixou algum estulto cuidando de seus artigos e aí, deu nisso aí!!!
    Por favor, volte correndo, porque seu substituto vai destruir em poucos artigos a excelente fama de analista gabaritado que o Sr. construiu em anos de trabalho!

  15. Sempre leio os artigos do Kanitz e nunca fiz nenhum comentário a respeito de nada de forma aberta aqui no blog. Mas hoje deu-me vontade de escrever sobre algo que venho observando a algum tempo “as críticas”. Sempre vem um ou outro falando coisas que não são pertinentes ao assunto, pois tenho plena certeza que temos mais ouvidos do que boca justamente para isso.
    Sempre leio os artigos do Kanitz e nunca fiz nenhum comentário a respeito de nada de forma aberta aqui no blog. Mas hoje deu-me vontade de escrever sobre algo que venho observando a algum tempo “as críticas”. Sempre vem um ou outro falando coisas que não são pertinentes ao assunto, pois tenho plena certeza que temos mais ouvidos do que boca justamente para isso.
    Sempre vem um para fazer críticas de baixo calão, coisas do tipo “Heloisa Helena”, “Marina Lima”, entre outros que acham que a revolução seria a salvação para o mundo, vejam o exemplo de nossos vizinhos (ohhhhhhh!!!). Pessoal ,sejamos mais sensatos, tudo que assistimos ou vemos serve para ler ou assistir tirarmos nossas conclusões (boas ou ruins), e fazer nossa análise, daí sim poderemos tirar proveito de qualquer assunto. Aos que fazem esse tipo de crítica, deem sugestões melhores ao invés de só ser pessimistas.

  16. Seu Kanitz nunca importou nada por via legais?
    O problema não é a nem a distância, mesmo porque somos um dos maiores exportadores de Minério de ferro e Soja. Para adivinhe quem? China. Sendo que a Austrália que fica ali do lado tem e é mais barato, mas a qualidade do nosso minério Justifica a logistica. Para os Americanos somos os maiores exportadores de suco de Laranja. E hoje exportamos muito açucar (em compensação o preço do Etanol foi as alturas).
    O Brasil desde a época da colônia importava muita coisa da Inglaterra. Inclusive patins de gelo (Livro 1808).
    Quanto a Importação, não temos tantas devido ao protecionismo. É II+ICMS+PIS+COFINS+MARINHA MERCANTE+ARMAZENAGEM+SINDICATO SDA+CAPATASIA+DESCOSILIAÇÃO+TAXA DE LIBERAÇÃO+FUMIGAÇÃO+TRANSPORTE RODOVIÁRIO+MULTA SE O FISCAL ACHAR QUE ESTA BARATO.
    Diante de tudo isto o frete saí quase de graça…
    Não é a toa que o comércio exterior corresponde apenas a 5% do PIB.

  17. Para quem estudou História do Brasil, o fluxo de comércio com o Brasil foi intenso.
    Veja o Pau Brasil, Cana de Açucar,Café,a era da Borracha, a corrida do Ouro em Minas Gerais.

  18. Creio realmente que não tenha sido o Sr. Kanitz o criador do mapa e do texto…
    Apesar dos políticos brasileiros lutarem fielmente para que isso não aconteça, nosso país é um grande candidato a Top Five da economia mundial nos próximos anos. O novo mapa pode até ser viável, todavia, nossos produtos sempre serão desejados pelos consumidores do mundo.
    abraço,

  19. Os países próximos certamente possuem uma vantagem competitiva devido a posição geográfica e devida redução do modal logístico para entrega de produtos e serviços, entretanto não é este fator sozinho que vai definir o ranking das principais economias nas próximas décadas, e sim fatores como incentivos fiscais, agregação de valor aos produtos, qualide de serviços e logística entre outros.
    Acho até que um problema logístico maior que a distância do Brasil com a Índia-China é o modal brasileiro, predominantemente ferroviário, com estradas em condições precárias e portos com nenhuma ou baixa infraestrutura.

  20. Sr. Kanitz, acho pouco realista acreditar que o frete é o grande direcionador da economia mundial nas próximas décadas.
    Para melhor analisar, seria importante incluir uma análise sobre a evolução dos custos logísticos e dos modais disponíveis (acho que os custos têm caído e o transporte logístico tem se tornado cada vez mais eficaz, com menores perdas e mais eficiência).
    Resumindo, acho que sua análise carece de mais estudos.

  21. Ah, bom, só precisamos restabelecer o Pacto Colonial. Ou achar um produto (como a borracha) da qual tenhamos um virtual monopólio (até hoje, o Norte não se recupurou da decadência do ciclo da borracha)…

  22. Não sei qual parte é mais engraçada: a que fala que os hermanos vão comprar de nós (a economia deles é menor do que a China e cresce muito mais devagar) porque eles entendem nosso jeito de ser (deve ser por isso que promessas populistas contra o Brasil ganham eleições e bandeiras brasileiras são queimadas) ou a que fala que os produtos chineses não são dignos do nosso mercado (que saudade dos velhos tempos do Capitalismo quando consumidores decidiam o que era bom para eles). São os donos dos cartórios empresariais, sempre dispostos a parasitar o país-mesmo ao custo de matar o generoso hospedeiro!

  23. Os produtos tem que entrar via Peru, que se interliga a Amazonia (Rondonia e Acre) via rodovia. E aí desce para o resto do País.
    Mas o Brasil desconhece e não valoriza a Amazonia!!!

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