Erros Médicos

De tempos em tempos um médico comete um erro ao tratar uma personalidade famosa.

O médico é massacrado em público, condenado e julgado muito antes do julgamento legal, por pessoas que não estudaram Direito nem processo jurídico.

Ou seja, é condenado por pessoas que estão cometendo grosseiros erros jornalísticos e legais, mas isto passa em branco.

Invariavelmente a reputação do médico é destruída ou seriamente chamuscada.

Com todo o respeito aos familiares que sofreram erros médicos escabrosos, vou colocar alguns pontos que esquecemos quando acusamos nossos médicos de imperícia, imprevidência e negligência.

1. Todo profissional comete erros, erros crassos, evitáveis se prestassem mais atenção.

São fruto de uma noite mal dormida, um filho que nos deixa acordado, uma dívida a pagar, um plano econômico escabroso.

Errar é humano, mas se você for um médico, esta máxima não vale. 

2. Em 1990, quando o Governo Collor sequestrou nosso dinheiro, um conhecido meu se suicidou, uma senhora vizinha morreu porque não tinha como pagar uma operação na semana seguinte. Muitos amigos me descreveram casos semelhantes.

Quase todos os Ministros da Fazenda que passaram pelo governo manipularam os índices de correção monetária, usaram as nossas “contribuições previdenciárias” para pagar salários para o funcionalismo público, e hoje ninguém se aposenta com suas próprias contribuições, nem pelo valor imaginado.

O problema no caso de médicos é que a relação entre médico e consequência é direta, e nas outras profissões não. Este é o problema da profissão.

Um erro num paciente que morre na mesa de operação é bem mais fácil de provar do que um erro de um intelectual que leva uma pessoa a se suicidar, que atrasa o desenvolvimento do país em 10 anos, que aumenta os juros para captar mais e aumenta assim a miséria.

Isto é justo?

2. Eu cometo vários erros de português a cada artigo que escrevo, só que erros de português não matam seres humanos, a não ser os meus professores de português que morrem de vergonha.

Pense nos erros que você comete na sua profissão. Pense no número de pacientes que um médico atende numa carreira. Ele é processado, e você não.

Temos o direito de processar nossos médicos só porque escolheram uma profissão que salva vidas, e nós pobres mortais não?

3. Está crescendo no Brasil a indústria de caça aos médicos com indenizações milionárias, o que irá aumentar o custo médico ainda mais.

Não estamos usando dois pesos e duas medidas, julgando médicos muito mais rigorosamente do que nós mesmos?

4. O marco de comparação para um serviço médico deveria ser quais as chances do paciente sobreviver se cada um cuidasse de si mesmo.

Parece estranho, mas a regra básica é esta.

Se eu me tratasse sozinho provavelmente já estaria morto.

Mas o dia que você estiver perdido num deserto, um simples enfermeiro é tudo que você quer.

Obviamente exagerei um pouco na comparação acima.

Nós pagamos uma consulta achando que estamos contratando alguém muito bem treinado em Medicina, mas podemos esperar sempre uma conduta perfeita?

Mesmo pagando pouco?

Obviamente que sim. Mas isto significa que ele ou ela não poder errar feio, digamos 0,01% das vezes?

5. Quem viaja de avião sabe que tem uma chance em 5 milhões de se espatifar voando.

Estamos simplesmente trocando de riscos, o risco de ser atropelado indo a pé contra o risco de cair o avião.

O risco de nos tratarmos com um farmacêutico e o de nos tratarmos com um médico, justamente no dia que ele diagnosticou mal.

Risco de erro médico faz parte dos riscos de vida, como viajar de avião.

Devemos processar a Cia. de Aviação cada vez que um avião cai, colocando em risco a própria empresa com ações trilionárias?

É o que fazemos, incitados pela indústria de indenizações.

6.  O que estou propondo é nada popular, e só quero que as pessoas reflitam.

Por que médicos não podem fazer a sua cota parte de erros sem serem trucidados?

Como nós? 

Por que um médico não pode cometer um erro depois de 8.000 cirurgias? Por que ele perde o direito de ser médico porque errou na 8001a.?

Os que argumentam que ele deveria ter sido mais cuidadoso naquela 8001a., não entendem que não existe perfeição.

O Estado poderia processar aqueles que erram muito mais do que a média, não todo aquele que erra.  

Uma pequena margem de erros deveria ser admitida como fatos da vida, um risco social como andar de avião.

Eu sei que quando ocorre com a gente a questão muda de figura, mas trucidar uma profissão ou obrigá-los a pagar enormes seguros médicos, não é a solução.

 

@stephenkanitz

89 Comments on Erros Médicos

  1. Entendo perfeitamente.
    Mas não acho que o erro seja “perdoável” quando se trata de uma iatrogenia, quando o médico está ciente do que está fazendo, e ainda assim opta por fazer errado. Aí vai da consciência de cada um deles. Nós sempre esperamos o melhor de alguém que se dispôs a cuidar de vidas.

  2. De antemão, sou médico
    Nara vc acredita realmente q um dentista vai extrair um incisivo ou canino saudável, sem nenhuma cárie, quero dizer, PERFEITO? Seu comentário faz crer q sim, afinal, é uma “opção fazer errado”. Por esse raciocínio simplório, o profissional decide deliberadamente provocar o erro. Alguém em sã consciência faz isso?
    Nenhum profissional OPTA fazer errado. Alguém já viu um eletricista agarrar-se a um fio de alta tensão por opção? Nenhum médico OPTA fazer errado!

  3. Minha cara Nara pelas suas palavras (“quando o médico está ciente do que está fazendo, e ainda assim opta por fazer errado. Aí vai da consciência de cada um deles”)você passa a idéia que nós nos formamos,dedicamos 6 anos de faculdade pesadíssima e outros tantos de dedicação aos estudos para que causemos mal a uma pessoa??? Que tipo de seres humanos seríamos?Você acha que acordamos pela manhã e pensamos:qual é o paciente que eu vou prejudicar hoje?

  4. Ante leitores tão próximos das ciências exatas, ouso reiterar o óbvio: a estatística. Embora todos os esforços sejam enveredados para o êxito, eventos adversos podem ocorrer. Isso deveria ser encarado com maior naturalidade.
    Existe uma probabilidade de um sinistro com meu automóvel. Os principais riscos envolvidos são mensurados e, então, sabemos o valor de uma apólice de seguro. Isso é um fato universalmente aceito. Pagamos pelo risco. E temos orgulho por ser assim!
    Infelizmente sistemas biológicos não funcionam da mesma maneira. Embora a estatística continue válida, afinal, eventos adversos acontecem, a complexidade da praxe médica requer análise adicional. Senão vejamos.
    Entre 10 e 20% de TODAS as cirurgias para retirada do apêndice (apendicectomia) são simplesmente desnecessárias. O paciente é levado para um centro cirúrgico, anestesiado, submetido a extração de um órgão sadio (apêndice) e ganha uma cicatriz de lembrança. Como se não bastasse a ansiedade de familiares e o afastamento do trabalho, a mobilização da equipe de saúde gera custos a serem pagos. Erro médico? Não, ESTATÍSTICA dos melhores centros médicos americanos e também nacionais. Ante o benefício da cirurgia, é aceitável o risco de “apendicectomia branca”. É uma questão de risco/benefício.
    O leitor tomaria um remédio q faz cair o cabelo, emagrece, provoca vômitos intoleráveis, extrema indisposição e pode provocar falência renal? A resposta correta deve ser DEPENDE. Se esse remédio for para dor de dente, claro q não! Mas se for a chance de cura para um câncer avançado? Risco/benefício, simples assim.
    A praxe médica é incrivelmente complexa, muitos fatores influenciam os caminhos diagnósticos e terapêuticos. Equiparar ao seguro de um carro? É possível sim fazer os cálculos, afinal, friamente, os riscos podem sim ser mensurados. É correto? Acredito q não.

  5. Para conhecimento de todos e em resposta a Wasabi…
    Médico NÃO administra medicação. Essa atribuição é da equipe de enfermagem. No caso da menina q recebeu “vaselina no lugar do soro”, o q ocorreu foi a instalação de um frasco de glicerina, utilizado para clister evacuativo. De fato, os frascos são parecidos. Provavelmente ocorreu um descuido da equipe de enfermagem.
    Para alguns o culpado sempre é o médico. Há um revanchismo atroz com a classe, difícil de explicar. Beira a insanidade, a ponto de ridicularizar a profissão com ironias do tipo “tadinho”. Algumas pessoas desenvolvem verdadeira compulsão por vingança. Um comportamento q sugere enorme frustração reprimida.

  6. Kanitz,
    Aprecio muito os seus artigos, fazem parte de minha leitura diária. Entretanto, sinto que nesse cevo me manifestar. Inicialmente digo que não sou médico e nem tenho parente médico, mas sou piloto e administrador público.
    O erro não é admitido quando refazê-lo é impossível. E esse é o grande X da questão. Ninguém processa um médico que tentou de tudo, mas que teve um procedimento que não resultou no esperado. Vá lá, talvez esse seja até processado, mas não dará em nada, e esse médico vai voltar a exercer as suas funções.
    Os que são processados e devidamente punidos (por uma indústria de indenizações, concordo com vc) são os irresponsáveis, que não agem com a perícia que lhes é exigida.
    Sempre em uma cirurgia (possuo amigos médicos, estou falando do que converso com eles) existe uma equipe. Isso para que cada um vigie o seu ‘colega’ ao lado.
    Isso é o que chamamos de redundância.
    Como vc mesmo disse, ninguém está livre de um dia mal, e isso faz parte da vida. Mas nesse dia, quando vou pilotar por exemplo, digo para o meu parceiro ficar de olho que estou mais propenso a falhas. Ou então, de acordo com o meu estado, até mesmo peço para sair da jornada. Irresponsabilidade minha é manter a minha ‘incapacidade temporária’ escondida e agir como se tudo estivesse normal. Caso nesse dia que eu estivesse mal e não falasse nada fizesse uma besteira, mereceria ser processado.
    Por isso, acho que caso um médico não esteja em seu melhor dia, que peça para algum de seus companheiros de sala que o vigie, ou desmarque seus compromissos. Brincar com a vida dos outros é erro grosseiro, e merece ser punido, e com a sua carreira interrompida, se for o caso. Não porque errou na cirurgia, mas porque foi irresponsável ao assumir o risco de realizar um procedimento para o qual não estava preparado, ainda que temporariamente.
    Afinal, todos temos direito aos dias maus, mas nesse, que cada um ache um meio de se vigiar, ou fique em casa.
    E, quanto aos processos daquelas falhas que não possuem consequências imediatas, acho que devemos é fazê-los ainda mais. Mas como vc mesmo disse, difícil é prová-los, mas existem. E, nesses casos, nem há o problema de um mau dia, normalmente são feitos de caso pensado, ou seja, de forma dolosa.
    Abraços

  7. Desculpe, aprecio seus comentários, mas deste não tirei proveito. Hoje temos ums indústria da saúde, onde médicos perdem e ganham com ela. Médicos trabalham demais, amam ter seus consultorios cheios, nada mais grotesco do que marcar uma consulta (agendamento), você deverá ficar esperando não menos que uma hora para ser atendido. Trabalham em dois ou três lugares, dão aulas, em seus consultorios esquecem a regra de que dois corpos não acupam o mesmo lugar, mesmo em suas agendas. Não cobram pouco. O problema não é o erro médico em si, é o erro conceitual de saúde e de profissionais de saúde coidental. Não há alta produtividade em saúde e a eficiência é, ou deveria ser, a atenção com a angustia alheia. O custo desta atenção deve sair de algum lugar, talvez dos nossos altos impostos, pessimamente administrados. Kanitz, o erro está no modelo. Não se conserta o que é torto por natureza. E não é só com dinheiro e médicos que se alivia a angustia. Devemos ter prioridades com a saúde e encarar que sim, podemos e iremos morrer, não por um erro médico, mas por que nos rendemos à nossa humanidade e na esperança de que poderemos partir dentro de uma sociedade justa e equilibrada, onde os que ficam viveram com dignidade.

  8. Bom, este é um tema um tanto quanto polêmico. O que me vem em mente é a transformação de um tratamento médico em commodities. Para o médico, importante é produtividade. Já conheci dentistas que atendem 30 pacientes ou mais por dia. Tal fato e a banalização da percepção do risco de um procedimento médico, faz com que cirurgias sejam indicadas “a torto e a direita”. Médicos que indicam pacientes ganharem peso para entrar na faixa permitida para a redução do estômago. Isto é um absurdo. Ao meu ver, não estão zelando pela vida, mas pelo bolso.

  9. Não tive tempo de ler todos os comentários, falarei apenas o do Luiz lá em cima.
    Luiz isso é resultado da combinação de dois conhecidos efeitos econômicos: “seleção adversa” e “alocação de risco”.
    O médico tem duas formas de se proteger financeiramente dos riscos de um erro: contratar um seguro ou redistribuir o risco entre seus clientes. Ambas as situações encarecem o serviço e são ambas absolutamente necessárias, pois, do contrário, não existirá qualquer incentivo para que essa profissão exista.
    A verdade é que enquanto confundirem a tarefa e função do Judiciário com “fazer Justiça”, situações como essa (e outras tantas piores) continuarão acontecendo.
    Algumas outras falácias que notei por aqui (nos comentários): 1) Médicos são culpados pelo caos no sistema de saúde (e não aqueles que administram os recursos); 2) Médicos que erram deveriam ser “trucidados” porque seus erros custaram uma vida (ao contrário de outros profissionais que, direta ou indiretamente, destroem milhares de vidas); 3)Médicos deveriam, quando estiverem em um “mau dia”, se recusar a trabalhar e tirar uma folga não remunerada (prática socialmente aceita e muito bem disseminada em todo o País).

  10. Kanitz,
    Concordo e discordo com seu ponto de vista.
    Claro que médicos podem errar! São humanos. Falhos. O grande problema, já constatado em recente pesquisa é que os próprios não admitem isso! Nos Estados Unidos eles conseguiram diminuir o número de processos sabe como? Fazendo com que os médicos admitissem seus erros…
    Que me desculpem os médicos, mas muitos acham que são Deuses (e outros tem certeza). Principalmente os já consagrados. É a soberba e a tentativa de esconder o erro com outro ainda maior que agrava mais a situação dos pacientes.
    Minha irmã de 8 anos faleceu por negiglência médica. Não um médico de SUS. Um médico particular, que ia em casa, aos bons moldes da década de 70.
    Ele achou que minha irmã estava com gripe – e que o desespero de minha mãe era histeria.
    Foi tudo muito rápido. Ela amanheceu em uma segunda-feira com febre alta, minha mãe ligou para o médico e ele foi vê-la, diagnosticando um resfriado e medicando com aspirina.
    A febre não baixou. Banhos mornos, mais aspirina e nada. Minha mãe ligava para o médico e ele só dizia que era normal, que ela tivesse paciência.
    Na quarta a noite, no quinto telefonema ele praticamente a chamou de histérica. Minha mãe era muito jovem e inexperiente e aceitou o puxão de orelha. Minha tia, ao contrário, furiosa, levou ambas (mãe e filha) para o Hospital das Clínicas, onde ela foi internada. Mas já era tarde. A escarlatina já a tinha afetado seriamente e na sexta feira ela faleceu, nos braços do meu pai.
    O que aconteceu com o médico? Bem, ele perdeu muitos clientes da época, pois minha mãe era bem conhecida na sociedade de BH e o caso abalou a cidade.
    Ela nunca o processou. Estava preocupada em tentar cuidar de si, do marido e dos filhos, pois sua vida se tornou um pandemonio.
    Ele continuou sua vida, em pouco tempo conseguiu novos clientes e chegou a ser, muitos anos mais tarde, Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Toda vez que minha mãe o via na TV seus olhos enchiam de lágrimas, como enchia a cada aniversário dela, a cada Natal, a cada festa que dava para nós e não podia dar para ela.
    Agora me pergunte: em algum momento ele virou para minha mãe e disse: me desculpe, eu errei? Não. Nunca. Era pedir muito…
    Anos depois, como ironia do destino, minha mãe foi vítima de sucessivos erros médicos, a maioria também cunhados no total descaso por sua saúde.
    Como disse um comentarista acima, existem erros que não tem volta. Minha mãe também costumava falar isso. Não tem como consertar. Já foi. Eu posso escrever um texto e amanhã modificá-lo por erros de português.
    Mas, se por soberba minha, alguém vier a perder sua vida, será um erro que não tem como voltar atrás. E deste irei me arrepender até o fim dos meus dias.
    Conclusão minha: humildade pode salvar vidas. E pode enxugar algumas lágrimas…
    Abraço!
    Adriana

  11. Kanitz, erros acontecem e todos nos devemos procurar melhorar e, quando for o caso,pagar pelos erros. A Adriana relatou algo que, bem menos monstruoso, aconteceu comigo. Uma médica pediatra simplesmente achou que um pedido de mãe(um exame de glicemia) era bobagem, e por pouco não descobrimos a diabete de meu filho de 9 anos tarde demais. Esta médica não ligou, não pediu desculpas, não reconheceu o erro. Que profissional (em qualquer ramo) pode ser considerado integro se não toma este tipo de atitude?
    De qualquer forma, temos o outro lado. Meu filho é atendido por excelentes profissionais, humanos e atentos, que reconhecem o que não está a seu alcence.
    Enfim, temos que confiar desconfiando….

  12. Estimado Kanitz,
    Tempos atrás meditei muito nessa questão. Já queimei muitos equipamentos mas consertei ou cobri a despesa. Mas como dar um resgate pora algo que não tem preço, a vida humana?
    Só me lembro de uma frase de efeito que ouvi tempos atrás: “Temos de levar com dignidade as indignidades da vida.”
    Mas a conclusão a que cheguei foi a seguinte: ainda bem que não sou médico…
    Mais uma vez, um excelente texto para levar os leitores à reflexão.
    Fabiano

  13. Apenas mais um dado nesse tema que claramente mobiliza muitas emoções. O direito de sollicitar uma indenização ao se sentir prejudicado é básico na cidadania. Quando isso vira uma “indústria de processos?”. Provavelmente podemos dizer que quando perde a proporcionalidade e os deveres do reclamante. Nossa conduta judicial é por vezes sábia, por vezes não tão sábia. Divido com vocês um fato que fiquei conhecendo: muitos pacientes, ao processarem um médico, solicitam os benefícios da justiça gratuita (o que é de seu direito). Mas o problema é que esse benefício é concedido sem qualquer critério, a praticamente todos que o solicitam (em um caso recente que acompanhei, foi concedido a paciente que havia sido submetida a cirurgia plástica, pela qual havia pago valores altos, e agora alegava não ter recurso para pagar custas do processo e sucumbência!). Vejam: cidadania nos direitos; não cidadania nos deveres. Perguntando sobre como o juiz poderia conceder esse benefício da justiça gratuita nesse caso, me responderam (será verdade?) que o juiz nem sequer delibera nesse ponto do processo; isso seria decidido por seus auxiliares! Esse proceder começa a corromper um mecanismo que deveria proteger um cidadão acaba por prejudicar outro, além da sociedade como um todo.

  14. Henrique,
    Antes de falar de ‘falácias’ de outros comentários, saiba que posturas como essa existem em várias profissões. Se não existe no meio médico e por pura falta de vontade da classe, que se deixa sucumbir por pressões irracionais.
    outra coisa que não toquei no comentário anterior, mas que seve ser falada. Uma noite mal dormida devido a um filho doente é palusível e ocorre com todo mundo. Isso é uma situação na qual o médico deveria cancelar a agenda sem maiores consequências. Mas estar mau por causa de uma noite de festa é motivo de, no mínimo, repreensão, uma vez que o nome disso é irresposabilidade. Há que se diferenciar uma coisa de outra.
    Para mim funcionários que não possuem a humildade de assumir suas falhas são diferentes de pessoas normais que enfrentam as diversas situações da vida com as respostas decorrentes.
    E, pior ainda, se não há uma preocupação do topo da pirâmide empresarial (direção, chefias e gerências) essas práticas não podem ser implantadas.
    Inclusive gostaria de informar que existem várias fábricas que adotam esse procedimento com funcionários de linha – eles informam como está o próprio temperamento. Caso estejam mau, são substituídos. Um pouco cansados, são monitorados. E isso é feito apenas para evitar lesões no próprio funcinário e diminuir o retrabalho. Procure ver o modelo de funcionamento de linhas de empresas como a Honda e Toyota.
    Empresas e gestores que adotam essa postura existem. Vc deveria conhecê-los. E quanto aos médicos, essa postura simples de humildade poderia ser adotada com grandes resultados. Os pacientes agradeceriam.

  15. Os motoristas são proibidos de trabalhar mais do que oito horas seguidas para evitar acidentes. Os médicos não. Os plantões são extensos e não há fiscalização sobre quantas horas eles trabalham, pois alguns tem vários empregos. E este procedimento é visto como adequado.
    Se as companhias de seguros avaliarem bem seus segurados, não há problema que tenhamos estes seguros. Aqueles que fazem plantões maiores, que bebem, que tem uma vida desregrada, que são principiantes ou que tenham histórico de maior risco, pagarão como qualquer outro.
    Não creio que se possa julgar os médicos como um todo, mas também não acho que eles estejam desprotegidos. Acho que trata-se de uma classe que se associa bem e se protege bem ainda.

  16. O problema é que não podemos banalizar o médico, mas também não podemos banalizar o paciente. Se um escritor comete erros de português no seu blog, isso não mata ninguém. Dois pesos e duas medidas? Ora, se você quer escrever no seu blog com sono ou cansado, não acho que haja problema. Se você está em dúvida sobre a grafia de uma palavra e, na preguiça de consultar um dicionário, resolve arriscar e escreve a grafia errada, isso é “relapso”, mas é bem mais aceitável do que se um médico resolve “arriscar” uma receita.
    Concordo que devemos entender o fato de os médicos serem humanos e, portanto, sujeitos a errar. No entanto, algumas profissões estão sujeitas a maiores responsabilidades. Não apenas médicos, mas policiais, bombeiros, juízes, um piloto… eles precisam saber que a responsabilidade deles é maior do que a responsabilidade de um contador, por exemplo.
    Muitos erros são inevitáveis e, certamente, passíveis de nossa compreensão, mas o que se vê hoje em dia é um crescimento cada vez maior (não sei se menor ou maior do que o número de processos citados no texto) de erros banais, que poderiam (e deveriam) ser evitados.

  17. Niguém é perfeito, todos erramos, mas algumas profissões admitem um número menor de erros. Além disso, as pessoas que tem o prazer de depender da saúde pública, sabem que muitos médicos são negligentes.

  18. Minhas condolencias a mae de adriana pelo infortuino de erros medicos. O diagnostico erroneo de um medico que leva a morte um paciente é uma fatalidade, porque a medicina é falha. A doença é do individuo. Agora se o medico indica uma cirurgia e fura uma Viscera e mata o paciente o seu erro causou a morte. Apesar da doença mesmo a que seja mortal ou não , o profissional se nao causou a morte no minimo a acelerou. Esse campo realmente é cheio de mitos e controversias.

  19. Gostei muito do artigo acima escrito e fiquei impressionado com o conteudo dos comentarios. No meu ponto de vista, o autor se refere as injusticas que sao cometidas a alguns medicos que sao julgados pela sociedade antes mesmo de um julgamento oficial.
    O ERRO DEVE SER PUNIDO. Sou medico e acho que o erro deve ser punido. O erro medico e diferente de uma atitude que tomamos embasados estatisticamente. O erro medico e constituido por NEGLIGENCIA, IMPRUDENCIA ou IMPERICIA. Esses tres tipos de erro devem ser(e sao) punidos. O que nao podemos querer e que os medicos sejam Deus e que consigam curar todos.
    Faco parte da classe de medicos mais processada hoje em dia no mundo (os obstetras) e posso afirmar com muita seguranca que muitos dos processos realmente deveriam existir, mas uma grande parcela faz parte de uma industria criada no Brasil onde o rico (medico no caso) deveria prestar toda a assistencia financeira ao pobre coitado(paciente) que sofreu um infortunio. Nao somos Deus, somos falhos, erramos. E mesmo quando nao erramos nossos resultados podem ser imperfeitos pois o ser humano, inclusive o paciente, e falho.
    Acho que esse tipo de comportamento faz parte de um caminho sem volta. Pelo menos por enquanto. As pessoas tendem a aceitar e repetir esses jargoes: Todo policial e ladrao. Todo advogado e safado. Todo politico e corrupto. Todo medico e mercenario.
    Espero que um dia isso mude ou pode ser que cada dia da semana tenhamos que discutir sobre uma profissao ou sobre uma opcao de vida.

  20. Quem alimenta a industria de indenizações, de erros médicos e outras, são nossos ilustrissimos advogados.
    Alias, 50% deles deveriam ser condenados porque perdem as ações. Afinal se eles aceitam defender a inocencia de seus clientes, é porque acreditam nela e o cliente é condenado , é porque erraram em sua defesa.
    Eu sei que o assunto é bem complexo que isto mas que tem muito advogado solto por ai que deveria estar do outro lado…

  21. Sr. Stephen, infelizmente não dá para concordar com seus argumentos a menos que se aplique a lógica de dois pesos, duas medidas: os médicos cobram mais caro pois, segundo eles mesmos e o senso comum, são responsáveis pela vida humana, que não tem preço; se querem se igualar à qualquer outra profissão onde o erro é tolerável e passam a negar esta responsabilidade, que cobrem barato e reduzam seus custos, ou seja, igual à qualquer profissão que também comete erros, certo? O que não dá para aceitar é cobrar caro e não ter responsabilidade sobre o que faz….

  22. Com todo o respeito ao Autor, faltou a esse estudar umn pouco mais de responsabildiade civil e saber que existe diferença entre erro, imprudencia e imperícia, e mais, lembrar que no Brasil existe o devido processo legal e os médicos possuem toda a oportunidade de se defenderem,ademais, da sentença até a efetividade de seu cumprimento decorre um enorme lapso temporal isso sem contar com as possiveis reviravoltas nos tribunais superiores. Não é um dinheiro fácil, e nem rápido. Lembrando por fim que qualquer profissional é passível de sofrer um processo indenizatório.

  23. Engraçada essa colocação… um engenheiro que projeta mal um prédio é capaz de matar muito mais pessoas em muito menos tempo, mas não se tem essa percepção direta da responsabilidade do engenheiro sobre a vida humana. Generalizando um pouco mais, um engenheiro que projeta mal uma usina pode matar muito mais gente também, no primeiro apagão que ocorre por erro dele. Um engenheiro que projeta mal um carro… e assim por diante.
    Um advogado ruim é capaz de fazer um inocente ser preso, ou pelo menos ajudar nesse processo. Um mal administrador que deixa uma empresa falir causa constrangimentos enormes a muitas pessoas, podendo, inclusive causar mortes… da mesma maneira que o economista do plano Collor… Aliás, nossos políticos continuam matando mais pessoas que o crime organizado todos os dias.
    Parece que ninguém quer enxergar o óbvio, que já foi colocado no texto: o ÚNICO problema é a dificuldade em estabelecer relação direta (OK, também é um problemão provar) entre as mortes e a PESSOA que a causou.
    Médicos não cobram mais caro porque “lidam com a vida humana”, eles cobram mais caro porque o medo de sofrer as conseqüências de uma doença, que pode, aliás, ser mais grave do que você pensa, é maior que o medo de seu prédio cair sobre a sua cabeça. Ou que o medo do avião que você tomou cair. Puro e simples poder de barganha!

  24. Muito boa sua colocação, mas não era esse o ponto. Erros médicos sempre causam uma impressão pior nas pessoas, e possuem uma repercussão bem maior na mídia do que os erros dos diversos outros profissionais.
    Acho que o problema é que mundo atual usa dois pesos e duas medidas, e isso necessariamente vai trazer conseqüências ruins pra todos.

  25. Gostaria de saber do Sr. Ricardo oquê ele considera cobrar caro? $7 uma consulta do SUS, ou mesmo $25 pelo Plano de Saúde. Com certeza o cabelereiro da esquina, ou mesmo o estacionamento do jogo de futebol é mais que isso. E isso não é reclamar de barriga cheia não. Se o senhor está se referindo aqueles que cobram milhares de reais por um procedimento, gostaria de lhe informar que não correspondem nem a 5% dos médicos no nosso país atualmente. Me desculpe, mas acho que algumas coisas deveriam ser mais claras a todos.

  26. Vamos colocar nestes termos:
    Se priorizássemos saneamento básico, haveria menos erros médicos;
    Se tivéssemos vergonha na cara, acabaríamos com as mortes no transito, haveria menos erros médicos;
    Se controlássemos o tráfico de armas, teríamos menos erros médicos;
    Se fossemos eficientes no gasto com saúde, haveria menos erros médicos;
    Se a sociedade e os médicos não medissem competência e sucesso em dinheiro, teríamos menos erros médicos;
    Se nossos valores não fossem os mesmos dos faraós, teríamos menos erros médicos e morrer seria algo humano;
    Se planos públicos ou particulares possuíssem prioridades sociais, teríamos menos erros médicos;
    Se ter um bumbum perfeito não fosse uma febre, teríamos menos erros médicos;
    Ainda que erros acontecessem, mas se tivéssemos uma previdência social que honrasse a filosofia da previdência, poderíamos suportar tais erros.

  27. Duro é quando um Juiz condena um Hospital a pagar um valor, maior que o preço do patrimônio do próprio Hospital, para indenizar uma moça por ter sofrido de erro médico!!!
    Considerando que onorários jurídicos são percentuais sobre o valor da causa é muito fácil de entender estas aberrações.

  28. Hospital Mãe de Deus é destaque no Prêmio Top Ser Humano e Top Cidadania 2010 ????
    Não é de se admirar que no nosso País de um Prêmio destes sem verificar oque fazem e que atitudes tomam em relação a todos os pacientes.
    Neste dia que não gosto de lembrar meu Pai foi tratado como um LIXO, um animal acoado dentro de um quarto até o momento de removerem ele a força sem ordem judicial.
    E o que é pior transferir para outro município onde ocorreu todo fato de negligência, erro médico com meu pai sem familiares na ambulâcia.
    Imaginem o sofrimento de meu Pai sendo arrancado a força oque vocês podem ver no video onde meu Pai relata o que fizeram com ele veja neste link http://www.youtube.com/watch?v=TKsMY-VZXgo.
    Tendo tudo isto feito a mando da direção do Hospital Mae deDeus.
    VIOLÊNCIA A INTEGRIDADE PSÍQUICA DE UM IDOSO DE 77ANOS A MANDO DE UM HOSPITAL QUE HOJE RECEBE ESTE PRÊMIO TOP SER HUMANO E TOP CIDADANIA 2010.
    Meu Pai sofreu violência contra sua pessoa, sem contar nós eu e meu irmão que sofremos com pressão psicológica e intimidação, coação com seguranças do hospital mãe de deus.
    E posterior com a invasão da Brigada Militar do quarto do meu pai a mando da direção do hospital mãe de deus como vocês podem ouvir no video da Brigada Militar, veja neste link http://www.youtube.com/watch?v=Rn9vhkNi68I, quem mandou vocês aqui ? Meu irmão pergunta e o policial diz que foi a mando da direção do hospital mae de deus.
    Fica aqui meu desabafo quanto ao Hospital Mae de Deus receber este Prêmio Top Ser Humano e Top Cidadania 2010 e cometer todo este tipo de CRUELDADE PARA COM NOSSA FAMÍLIA, ATO ESTE DE TOTAL DESUMANIDADE PARA COM O PRÓXIMO.
    AGRADEÇO HOJE AO MUNDO INTEIRO QUE SE SOLIDARIZA COM O FATO NO BRASIL!!!
    THANK THE WORLD TODAY SHE SYMPATHIZES WITH THE FACT IN BRAZIL!!Read more: http://maustratosaoidosodenuncie.blogspot.com

  29. Caro Kanitz,
    Outro ponto que gostaria de ressaltar é o absurdo que existe quando se fala da situação caótica da saúde pública. De forma simplista culpa-se o médico como o único culpado. A incompetência gerencial, o descio de dinheiro, a burocracia não são nem sequer citados, muito menos os valores ridículos pagos pelo SUS(quando pagos.
    Reportagens mostram pequenas cidades isoladas no interior do Brasil que dizem pagar 20, 30 mil reais por um médico e não encontram candidatos.
    Ora, já se foi o tempo no qual um estetoscópio, um medidor de pressão e um termômetro eram suficientes para a prática de uma boa medicina. O mundo evoluiu e a medicina também.
    Caso os médicos tivessesm uma estrutura adequada de apoio com hospitais em bom estado, exames complementares, tenho certeza que muitos iriam trabalhar nessas cidades por valores muito menores.

  30. Sabia que e impossível diferenciar escarlatina de gripe, resfriado, amigdalite no inicio da doença? Médico não tem bola de cristal. Talvez o tal doutor tenha errado em ignorar o sexto sentido da Mae, coisa que eh muito comum hj em dia, visto que 99,99% das vezes, se faz tempestade em copo d’água.

  31. Eu a-do-ra-ria, depois de passar a noite em claro com meu filho doente, ligar para o pronto-socorro e dizer que nao estou em condicoes de trabalhar. Kkkkkkkkkkkkkkk…
    Tem medico bom e ruim. Tem medico ganancioso e medico explorado. Tem medico que se acha deus, e medico humano. Infelizmente ser competente, nao querer enriquecer, e ser humana nao basta. Como em qquer outra profissao, generalizar nao funciona! ! Sendo medica, a sensacao e de que eu nao tenho direito a filhos, família, ferias ou 13o.

  32. Quanto infelicidade nesse comentário absurdo. Quer dizer: Cobre barato e pode errar. Cobre caro e não pode errar. vai estudar mais, pois suas definições estão distorcidas, meu rapaz.

  33. Com todo respeito também, vê-se que o Rafael é da área jurídica, e como tal, sentindo-se “prejudicado” já oportuna-se na defesa. Mas, a meu ver, o ponto principal que o autor levanta é o risco da indústria de seguro que aporta no nosso país, a exemplo de outras sociedades mais endinheiradas. Temos a mania de copiar seletivamente processos de terceiros, cujos modelos nem sempre são os mais adequados a nós. Só pra contrapor a seu argumento, Rafael, certa vez ao ouvir um importante jurista, o mesmo, em sua explanação, falou que realmente médicos são uma presa fácil. Não é tarefa árdua enquadrar um médico numa imprudência, ou negligência ou imperícia. Um advogado hábil o faz. Da mesma forma, outro advogado hábil o defenderia. E como você bem colocou o processo se desernrola morosamente. Mas há gastos, desgastes finaceiros, emocionais e “danos morais” irreversíveis. A batalha passa do “erro ou não erro”, para habilidade jurídica. E esta habilidade costuma custar um bom dinheiro.
    A proposta de uma avaliação de tais erros sobre a ótica de uma amostragem da categoria ou mesmo da literatura internacional é razoável. Outra abordagem interessante seria o julgamento pelos pares. Afinal, não é assim que acontece com juristas, militares, entre outros ?
    Não sei a exatamente a que dinheiro fácil. Seria a remuneração dos envolvidos no processo? Advogados ? Vítimas ? Mas é fato que os valores são arbitrários.
    A medicina e seus praticantes não são perfeitos, muito menos as soluções. Mas também não acho que estamos lidando com santos.
    Acho que existe um desequilíbrio financeiro entre o que gostaríamos de receber e o que damos conta de pagar. A medicina evoluiu e junto com esta evolução os seus custos. É impagável. E a industria de seguros aumenta estes custos. Numa visão não pontual, com a entrada desta, a médio e longo prazo, existe perda coletiva.

  34. nao eh difícil diferenciar escarlatina de gripe. Após 24h de febre alta,ou até antes, a escarlatina ja mostra a amigdalite purulenta. O resfriado não.
    O médico no caso narrado, errou pela soberba. Sou médica, pediatra, e temos qe baixar a bola e olhar com os olhos dos pais também.

  35. Wasabi, trabalho no SUS e nunca, nunca deixei de examinar um paciente meu. Toda generalização é burra. E todo que generaliza também o é. Perde de analisar e aprender mais.

  36. Parabenizo o autor por levantar essa questão, pois fará que muitas pesosas pensem a respeito.
    Anteontem li uma notícia no site do Terra que se referia a lamentável morte de uma auxiliar de enfermagem que se submeteu a um procedimento para doar medula óssea e acabou por morrer, infelizmente. Tal portal de notícias permite que os usuários comentem as matérias. Dei uma espiadinha e, em choque, fiz questão de ler até o último comentário (eram mais de 300). 98% dos comentários, sem ao menos saber a causa da morte, já partia do pressuposto de que havia erro médico. Além disso, a maioria deles, com uma severidade terrível ebravejam que o “erro médico” (julgado por eles após um texto de umas 15 linhas) era porque “TODOS” os nédicos eram vagabundos e mercenários, além de receberem fortunas.
    Claro que a oponião de todos nós deve ser ouvida e respeitada, mas fiquei muuuuuuuuuuuito preocupada com a quantidade de comentários despreparados, inquisitores, carrascos e, extremamente parciais, quanto a um caso que eles não tinham o menos conhecimento.
    Acho que além da ignorância (no snetido lato da palavra, já que não sabem se: 1: o jornalista acertou ao escrever; 2) o que aconteceu; 3)se aquilo foi mesmo erro médico; 4) as condições e os salários recebidos pelo “mercenários”), a mídia também precisa apontar melhor seu dever de formador de opinião, pois muitas notícias são “jogadas” em livros, sites, jornais e revistas, justamente dando ênfase à tragédias e assuntos que mexem com emoção, sem sas devidas explicações ou ao menos, com o ponto de vista da outra parte.
    Sou advogada e, por isso mesmo, fiquei muuuuito preocupada com o conteúdo dos comentários!!!
    Por outro giro, digo que é real o despreparo de alguns colegas da classe médica, além de saber que, em algumas vezes, realmente, há descaso. Por esses casos, lamento e realmente acho que tais infrações devem ser coibidas.
    No entanto, há pessoas despreparadas em todos os campos, por isso, não podemos generalizar. Se infelzimente há profissionais da área da saúde que não condizem com a profissão (assim como há bombeiros, advogados, professores, engenheiros). Daí a dizer que todo médico não presta, é realmente um absurdo!!!
    Dizer ainda que eles são mercenários e que recebem fortunas é não ter a menor idéia das condiçõez de saúde do Brasil. Alguns planos pagam, por consulta, menos do que recebe uma manicure. Alguns obstetras recebem por parto, menos do que uma maquiagem e um penteado. Algumas cirugias pagas por planos de saúde, recebem menos do que uma escova. Enfim, são preços irrisórios que são pagos pela nossa saúde. Os pacientes pagam bem pelo plano, mas os médicos poucoo recebem. Dá pra ver que, para algumas operadoras de plano de saúde, essa situação parece ser cômoda.
    Se ganham pouco pode atender mal? Não! Absolutamente, não! Receber pouco não implica em mau antendimento. A questão “salário e pagamento” é somente para confrontar comentários de que médicos são mercenários e recebem fortunas.
    Em contrapartida, causa repulsa saber alguns médicos ganham sem trabalhar (como noticiado pelo Fantástico há uma semana), assim como casos de falsos médicos trabalhando, bem como, em casos de erros grosseiros (chegou para operar a perna e saiu com o seio operado). Chegou para amptar um braço e paputaram outro. Todas essas condutas são realmente casos de indignação e devem ser punidas!!!
    Nenhum médico quer que o colega que não tem o menor preparo esteja nas ruas. O que EU pretento fazer as pessoas pensarem é que nem toda morte é erro médico. Erro médico é algo bem específico no campo do Direito, Por isso, amigos, nem toda morte em consutório ou hospital é erro médico!!! Nem toda morte na mesa de cirurgia deve ensejar punições aos médicos!!! Prestem atenção no que escrevem!!! Não se deixem levar pelas emoções!!! Raciocinem antes!!!
    O que eu coloco aqui não é uma defesa irrestrita aos médicos, pelo contrário, pois quando realmente digno de punições, estes as devem receber. O que eu coloco aqui é que, não é toda consequência de seus atos que devem ser colocados sob lupas, ser questionadas e muito menos, condenadas por nós leitores que, muitas vezes, nem ficamos sabendo do que realmente aconteceu (já que um caso “normal” não vende matéria, somente um controverso).

  37. Acho que não conseguiu compreender o texto… mas o problema não é o valor que cada profissional cobra; até porque, cada profissão exige um tempo de estudo, preparo, títulos, o que não permite que o médico inicie sua vida profissional com 22 anos, como é possível em todas as outras carreiras… mas isso é só uma reflexão para os invejosos… o tema do texto também não é esse, a questão é muito maior.

  38. Assim como os advogados que perdem causas, engenheiros que projetam edifícios que caem, cabeleireiros que fazem um corte de cabelo errado, o cozinheiro que não lava as mãos adequadamente e dissemina doenças, os políticos que roubam e que não são condenados pela sociedade ( pois são reeleitos! )…

  39. Desculpe dizer mais existem muitas pessoas que são desinformadas comentando. Eu sou médico e residente. Minha jornada de trabalho semanal é 60 horas e recebo BRUTO R$2.400 o líquido fica por volta de 1.800. Eu não posso reduzir minha carga horário pq por LEI eu sou obrigado a trabalhar 60h semanais. Não existe tempo para descansar nos plantões porque um paciente tendo um infarto agudo do miocárdio não vai esperar eu tirar uma soneca. E o ponto principal que se esquecem é o seguinte : A MEDICINA NÃO É UMA CIÊNCIA EXATA. Um paciente pode muito bem ter uma apresentação atípica de uma doença ou não estar manisfestando todos sintomas que possibilitariam um diagnóstico mais claro. Qualquer ignorante que acredite que o médico nunca possa errar por favor comece a recitar as mais de 400.000 doenças diferentes conhecidas atualmente. E fora isso acreditar que só os médicos possuem uma responsabilidade maior gostaria de lembrar aos caros “ADEVOGADOS” da recente reprovação de 90% no exame da OAB e lembrar que eles também trabalha com a vida dos pessoas e por sinal tiveram menos tempo de faculdade, trabalham menos e provavelmente ganham mais do que EU!

  40. Ainda digo mais…Recentemente acompanhei o processo de um colega médico onde o advogado da acusação afirmou que no prontuário o médico relatava que o paciente estava com febre e ainda leu em voz alta no tribunal…”Olhe aqui está claramente escrito no prontuário…paciente AFEBRIL!” Tive que segurar para não cair em gargalhadas com a falta de preparo e a ignorância do advogado. Por isso que o índice de condenação é de 35% porque COM CERTEZA tanto o paciente quanto seu advogado não sabem absolutamente NADA sobre medicina e acham que se cura câncer tomando urina. Alias ainda proponho para os colegas que se crie uma “residência” em direito devido a total falta de preparo atualmente dos profissionais dessa area que COM CERTEZA também possuem mais faculdade de 3ª categoria do que medicina.

  41. Muito interessante, o comentário sobre os erros médicos,
    e concordo plenamente que os ADVOGADOS trabalham com a vida das pessoas, mas na maioria das vezes é o bolso, é dinheiro, e alguns outros ramos, mas não é a vida vida em si, perdi meu pai, por erro médico. Preferia sim ter perdido todo o dinheiro, mas tê-lo aqui. Ainda não sou advogada, mas logo serei. E respeito as diferenças sobre as opiniões, mas os médicos deveriam ser muito mais negligentes no seu trabalho. Como todos e em todas as profissões.
    Pois aqui, falamos de vida..de permanecer vivo.

  42. E digo mais, essas condenações preciptadas (morreu é erro médico) pela
    opnião publica, estão levando a maioria dos médicos as formarem em dermatologia, radiologia, medicinas estética, porque alem de correrem menos riscos de serem julgados injustamente, é pq as pessoas hoje em dia dão mais valor em aparência e bens materiais do na própria vida, e isso está levando os nossos prontos socorros a ficarem sem médicos, hj se paga melhor ao plantonista adulto ou pediátrico do que a um especialista( lei de oferta e procura) e mesmo assim os serviços públicos e privados estão com dificuldade de contratar médicos. Hoje em dia se investe mais na industria de medicamentos para impotência sexual do que na procura da cura de Alzheimer, o que levará a termos no futuro idosos com órgãos sexuais potentes, mas que não sabem para que servem. O valor hj em dia é material, e é hipocrisia falar que as condenações sejam somente por justiça, tem gente que não dava o mínimo valor no parente enquanto vivo, mas morto passam a ter um valor enorme, e a industria das indenizações elevando os valores de escolas, passagens, consultas, pq as empresas e profissionais tem que fazer seguros, pq muitas vezes tem que pagar por algo ocorrido que não tinham culpa. Então opnião pública, deixe que os Profissionais envolvidos e responsáveis pelo julgamento o façam, e não julguem sem aos menos saber sobre o assunto ou o que realmente aconteceu, pq a mídia quer vender sua reportagem apenas na hora do “estouro de noticia”, mas não nos informam a conclusão dos fatos, e quando fazem colocam em letras miúdas no fim da pagina de jornal, pq no futuro, não terão nem médicos para atender nos prontos socorros, abraços e reflitam.
    passa a ter um enorme valor, é a industria das indenizações que hoje aumenta os valores das escolas pq estas tem que ter seguro

  43. Tenho que concordar com a Daniela. Omitir que espera-se que o médico ganhe um salário bom ( o que é ilusão, como ilustrado em comentários seguintes) pois estuda pelo menos 10 anos e passa nos concursos mais concorridos (o que gera mais alguns anos de estudo) só pode ser inveja.

  44. Sou médico e sei que existem muitos maus profissionais pelo Brasil afora e estes deveriam ser punidos e a punição deveria ser severa. Acho que muitos que comentaram seu texto não o entenderam, mas isso não é surpresa pois o mesmo ocorre quando nossa própria classe tenta discutir o assunto. Vemos diariamente muitos fazendo bobagem e serem louvados e outros fazendo o correto e sendo condenados, pois a diferença de entendimento do mesmo assunto é gigantesca. Suponho que muitos entenderão mal meu comentário, mas fica o meu mais profundo agradecimento por alguém não médico escrever um texto assim.

  45. Pois é, na teoria é mto bonito o processo todo, defesa e tal, mas pq o profissional em questão significa desgaste emocional e na imagem.
    P o adevogado é só mais uma fonte de renda…
    Interessante q nunca vi um adevogado sendo processado, né? Mesmo qndo ele se esforce para destruir a vida profissional de alguém e mesmo sua vida particular…

  46. Realmente há uma grande diferença entre condenações no Brasil e os milhões que entram na questão nos EUA. A diferença principal é que nos EUA os médicos têm, além de reconhecimento do seu trabalho e respeito da profissão pelos governantes e população,uma remuneração decente que permite uma carga de trabalho adequada. É muito fácil falar da medicina como um sacerdócio por alguém que não precisa viver e sustentar a família com um salário de médico, principalmente em órgãos públicos. E mais ainda se compararmos o trabalho de um médico da rede pública com o de um advogado tb da rede pública e as diferenças entre seus ganhos. Um médico não entra na medicina por sacerdócio, mas grande parte tb não é por status ou dinheiro porque isso não existe mais. Podem ter certeza que o que o médico realmente almeja é ser respeitado e valorizado devidamente por todo o tempo dedicado a estudos atendimento à população.

  47. SÓ UM DESABAFO: DESDE QUANDO MÉDICOS COBRAM “MAIS CARO” minha gente?! Sou médico, fiz residência em medicina interna, moro em Florianópolis e ganho 30 R$ por hora trabalhada em um hospital público da cidade. Em alguns dias da semana trabalho numa clínica privada, que paga R$500 pelo período de 12 horas, o que dá uma média de 40,00 a hora. E esse é o valor máximo que encontro por aqui, mesmo em centros de referência. Nesse período atendo infartos, acidentes vasculares cerebrais, choques sépticos (o que as pessoas chamam de “infecção generalizada”), enfim… atualmente tenho consciência que sofro da síndrome do BURNOUT .
    [A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).
    Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
    Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno]
    O que eu vou fazer?! Dedicar minha vida á profissão e infartar antes do tempo?! NÃOOOOO!!! Quando entrei na universidade e nos anos que se seguiram, minha vida era a medicina. E ainda é. Mas há algum tempo tenho a percepção de que “ela” não me trata com o mesmo carinho, amor e dedicação que a trato. Então vou fazer residência em radiologia, não pra ganhar mais, mas pra não precisar ter contato com gente louca igual a esse Ricardo que falou umas asneiras há pouco. Na certa deve pagar um financiamento astronômico pra comprar um carro, mas acha um absurdo o médico ganhar R$ 30 por hora.

  48. E mais… um homem obeso, fumante, sedentário, que morre devido a uma complicação em uma angioplastia é vítima de si próprio ou do médico?! Um paciente que morre por não haver vaga em leito de UTI é vítima do médico?! Em um dos meus plantões ouvi uma familiar de paciente dizer, aos gritos, que se o médico não transferisse seu pai imediatamente para uma UTI ela o processaria. Detalhe 1: o paciente era idoso, portador de câncer de cólon metastático, sem possibilidade curativa e tinha lá seus 80 e poucos anos. Detalhe 2: não havia vaga em leito de UTI. Detalhe 3: a paciente “perderia” a aposentadoria do pai se ele fosse a óbito. Esse último detalhe fui eu quem “fantasiou”, me perguntando por que diabos aquele senhor de aspecto tão cansado não podia morrer e descansar?!

  49. Mesmo exercendo a medicina com total responsabilidade, mesmo o melhor dos profissionais, infelizmente está passível de errar. Já ví excelentes profissionais errarem. Se a sociedade, incluindo o Sr Antonico vivem numa utopia de que poderá haver um médico perfeito que acerta em 100% dos casos, em todas as suas condutas, então também deve acreditar em papai noel.
    Com toda essa cobrança da sociedade, que tem uma justificativa, também deveria haver uma grande compensação, incluindo financeira.
    A tendência de toda essa cobrança é óbvia: os custos da medicina vão aumentar e muito, os médicos tendem a ser mais frios (como nos EUA) e objetivos.
    A maioria das pessoas tem muito medo de morrer. Quando descobrem alguma doença grave ou a morte de algum ente querido, a primeira questão que vem a cabeça é exteriorizar a culpa.
    É preciso se enteder os riscos de um procedimento médico, que por mais simples que possa parecer, pode ter um desfecho muito negativo.

  50. Por comentarios imbecis como desse senhor (cuja a perfeição ele atingiu, já que nunca erra) que eu te sinto envergonhado em ser médico. Acho sim, que deveríamos TODOS os médicos trabalharmos 40h por semana como qualquer outra profissão pra vermos nossas EMERGÊNCIAS vazias pra ver se você, Antonio Camargo, não mudaria de ideia e faria qualquer coisa pra ter um médico até de terceiro escalão do seu lado.

  51. Aqui no Brasil, quando se fala em saude, esta-se realmente falando em doença.
    Os péssimos habitos alimentares, o estilo de vida, o sedentarismo acabam lançando a maior parte da população num risco permanente de doença. A maior parte dos médicos estão dedicados a “consertar” os efeitos devastadores deste modo de vida: diabetes, doenças cardiacas, cancer, etc.
    Não só aqui, como alhures. Vide EUA com sua massa de cidadãos paquidermicos e doentes. Estamos indo pelo mesmo caminho. Temos muitos programas na TV, e publicações sobre habitos e alimentação saudaveis. Mas quantos realmente se interessam.
    O povo só quer saber de satisfazer a boca, o resto que se dane.
    Depois a culpa é dos médicos. E vai piorar.
    Cada vez mais só se come “coisas” fabricadas, sem qualquer valor nutritivo.
    Caberia ao governo disseminar oos habitos saudáveis.
    Mas, produtos industrializados geram impostos, e nossa presidente não é nenhum exemplo de perfil saudável.
    Não haverão nem leitos nem médicos suficientes. Aguardem.

  52. Caro “Leonardo”, é isso mesmo que deve fazer, cuide da sua vida, afinal, com esse requinte de ignorância, você merece LONA! Reze todos os dias para não precisar de outras pessoas, e não só de médicos. Egoísta! É por gente dessa estirpe que o mundo não evolui.
    Acorda, meu velho!

  53. Parabéns andhmon pela percepção da situação! Provavelmente é médico. De fato, os jovens médicos querem apenas se dedicar às especialidades menos complexas e mais rentáveis. É lamentável ver essa sede desvairada dos nóveis doutores por evoluir financeiramente rápido, resultado? Uma série de comportamentos incorretos. Acredito que os médicos deveriam estar mais cientes do seu papel e lutar por ele, seja reivindicando direitos em todas as órbitas, inclusive perante os planos de saúde, que têm enorme lucro, em compensação pouco ou nada repasam ao médico. Logo, há uma parceria completamente desleal! Para contrabalancear a falta de voz, alguns médicos inventam exame e firmam conluios com fabricantes de próteses e órteses, gerando a ‘máfia branca’. Ainda, é necessários que os órgãos de classe dos médicos atentem-se para a sua função, o que inclui lutar pela representatividade dos médicos junto aos órgãos administrativos e legislativos, especialmente no Poder Judiciário. Basta de sermos incompreendidos, os médicos precisam mostrar a sua versão! Logo, nós, médicos, precisamos ser mais proativos e éticos, tendo sempre em mente o Juramente de Hipócrates.

  54. Só para fazer o contra ponto da publicação, os médicos querem saber cada vez mais de dinheiro, não são todos mas a maioria sim, haja vista as fraudes ao INSS (inclui-se o SUS) que vem ocorrendo ultimamente. Há alguns dias um professor meu que era auditor da Receita estadual nos relatou um fato preocupante, estava ele na sala do diretor do hospital quando tocou o telefone e, pela resposta, imagino que a pessoa no outro lado da linha perguntou se estava tudo bem, eis que o Diretor do hospital responde: “Está tudo uma maravilha, todos os leitos lotados”. Seria uma maravilha pra saúde pública que não tivesse NENHUM! leito ocupado, comprovando a tendência atual. Acho que a “moda” de processar os médicos por erro médico esta mais relacionada a esta ambição dos médicos do que com a nossa incompreensão do erro.
    Só pra finalizar, não acho que ninguém tem que trabalhar de graça, mas a medida que o serviço fica mais caro exige-se melhor qualidade dele.

  55. Ótimo texto!
    E pelo que vejo em alguns comentários, realmente, todos podem querer ganhar melhor, mas o médico não, afinal, medicina é um sacerdócio e o médico não tem família para sustentar, filhos para educar, não pode ter hobbies, descanso, nada. A hipocrisia de alguns me espanta absurdamente.
    O médico realmente tem chance de defender-se legalmente, o problema é o julgamento que as pessoas fazem diante da notícia, como você disse, quando vemos na mídia. Repórteres que nunca entraram num hospital, mas se acham especialistas, falam com uma confiança que beira a tragédia…

  56. Olá. professor Kanitz,
    Parabéns pelo texto. Bastante esclarecedor, como todos os que escreves. De qualquer maneira, mesmo como médico, acredito que a Medicina é supervalorizada no que diz respeito a resolver os problemas de saúde, fato que é deletério tanto para a opopulação quanto para o médico (bom apenas para quem deveria melhorar o meio-ambiente em que vive a população). Por este motivo, escrevi recentemente um livro (Medicina – Fragilidades de um modelo ainda imperfeito), onde procuro esclarecer as principais fraquezas da Ciência Médica. Um abraço,
    Marcelo

  57. Prezado Senhor, sugiro que não tenha nunca em sua vida nenhum plano de saúde e que não necessite da saúde pública para seu tratamento. Na rede particular exclusiva poderá encontrar os médicos de que está falando, que tem a oportunidade de trabalhar pouco e ter tempo de sobra para evitar o estresse de ter que produzir em quantidade para ter um rendimento suficiente para sustentar suas famílias. Existe qualidade sim, mas há um preço por isso. Preço esse que nem o governo e nem as operadoras de saúde estão dispostos a pagar e que a maioria da população não tem condições de arcar. Se todos os médicos fossem remunerados de forma justa, teriam mais tempo para cada paciente e para ter tempo de lazer, estudo e folga, necessários para alcançar seus almejos. Enquanto isso sugiro que o Sr. pague o preço por isso na rede exclusivamente privada, cada vez menor no meio médico.

  58. Leonardo … voce tem alguma ideia do quao idiota e ignorante foi o seu comentario ??? Tem muita besteira escrita aqui, mas a sua ganhou … tem que ser muito imbecil mesmo.

  59. O que você chama de “caro”? 175 reais é o que vale o seu tornozelo quando vc fratura e precisa operar? 200 reais é o que vale seu filho, qunado fazemos um parto normal? 100 reais é o que vale seu coração, quando precisa de uma revascularização?
    Faça-me um favor: se oriente. Os médicos estudam 10, 12 anos e trabalham mais de 50 horas por semana para ter um salário que beire o digno. Não me venha com essa conversinha de ambição. Estudamos o triplo das pessoas comuns e sim, gostamos de dinheiro, pois querendo ou não, esse ;e o nosso negócio. Mas isso não quer dizer que não gostamos ou colocamos isso na frente da nossa profissão.
    Na hora de gastar 300 reais na sua calça jeans da Levi’s, você nem olha para trás. Experimente precisar de um serviço de saúde que lhe cobre a metade… Vai achar um absurdo!

  60. Só tem santo nessa profissão, é? Me poupe… Queria ver se tivesse que fazer prova como da OAB, qual seria a porcentagem de aprovação… não quero generalizar, mas boa parte dos médicos estão na profissão apenas pela ilusão do dinheiro e status. Status até q ainda tem, mas dinheiro que é bom… Falam mal de advogado, mas bem que pensam em cursar direito pra fazer concurso publico e mamar nas tetas do estado… ah vão se tratar bando de hipócritas…

  61. Estou há 30 anos na profissão e cada dia mais decepcionada. Também sofro de burnout, trabalho até 80 horas por semana, não tenho férias nem 13 salário. Meu marido está doente, vai ser operado do coração, por médicos como eu. Estudam, trabalham 80 horas, também tem burnout, vontade de desistir da profissão, mas, assim como eu e vários de nós que não o fizeram e nem fazerão para a felicidade de esposas,maridos,pais,mães,filhos,amigos e até de alguns redicentes. Agradeço a vida por ser médica, (trabalho na Urgencia, sou cirurgiã geral),pois minha maior alegria é o orgulho de minha familha.
    Quero agradecer aos médicos do Biocor.

  62. Com respeito a todos os comentários.Mas realmente existem causas externas que influênciam na prática médica.Mas resumindo.O que falta hoje,é vocação,digo isso não só de médicos,mas na maioria das profissões.Perdi o meu pai não só por erro médico,mas por erro do corpo de enfermagem.Hoje luto por uma melhor qualificação dos profissionais da saúde,portanto sou a favor do projeto de lei 6867/2010 avaliação dos profissionais da saúde.Não estou aqui para denegrir a imagem desses profissionais.
    quero alguém citar um caso onde o médico ou qualquer outro profissional da saúde tenha sido punido judicialmente com prisão?Essa indústria de processos,nada mais é um recurso para fazer valer os direitos.No meu caso aguardo a decisão judicial,mas sei que raramente serão punidos!!Portanto a ação cívil é um instrumento que visa a tentar fazer valer a justiça.A vida do meu pai não estava a venda!!!!e essa afirmativa de que a industria milionária!!Isso não existe pois na maioria das vezes existem um teto nas indenizações!!Aos que defendem que errar é humano,dê uma passadinha no meu blog e vejam os casos absurdos que temos lá!!
    Lá temos casos que deveriam ser tratados como crime hediondo,de tão absurdos que são!!!Eu agora eu penso igual a Boechat,onde ele diz que tudo temos que colocar a mãe no meio,concordo com ele!!E se fosse a sua mãe ou seu pai que sofresse com os erros médicos ou morresse por um?Pois com isso quem sabe poderíamos conscientizar os maus profissionais?Quem sabe com isso estes mesmos maus profissionais humanizariam mais os atendimentos.Vale lembrar que o movimento basta com os erros médicos,sempre estará do lado dos profissionais que estão na profissão primeiramente por vocação!!Procure no google
    Basta com os erros médicos.

  63. Bom dia! Somos da prefeitura de Lençóis Paulista e estamos com um Edital de Concurso para médicos cujas inscrições vão até 22/01/12, pela internet.
    Gostaríamos de ver com vocês se há possibilidade de publicarmos nosso Edital no Blog. Desde já agradecemos.
    Elton.

  64. Olá Stephen e leitores,
    Gostaria de acrescentar ao artigo uma outra explicação que acredito ter a ver com a situação discutida.
    A medicina, assim como a biologia, funciona de acordo com estatísticas! Vou exemplificar:
    Digamos que a chance de uma pessoa morrer numa cirurgia seja de (usando a mesma estatística usada no artigo) 0,01%, ou seja, uma a cada 10.000.
    O que acontece é que nós médicos não sabemos se a pessoa com o quadro desfavorável será a do caso número 1, número 100, número 1000 ou a número 9.999!!!!
    Da mesma forma, pode acontecer que nos primeiros 10.000 casos o médico não tenha nenhum óbito, mas nos 10.000 casos seguintes ele tenha 2!!
    Ou seja, na média, nosso colega do exemplo teve a mesma estatística de 0,01%!( 2 óbitos em 20.000 casos)
    Outra conclusão óbvia do raciocínio é a de que um médico recém formado, com menos de 10.000 casos atendidos, pode nunca ter tido uma complicação!!! PASMEM – ele ainda não atingiu a estatística!
    Da mesma forma, é óbvio que um médico com 40 anos de profissão e, digamos, 50.000 casos atendidos, pode naturalmente ter tido, durante a vida profissional, algo em torno de 5 óbitos, talvez um pouco mais, talvez um pouco menos.
    Termino o comentário com uma dica aos médicos e aos leigos:
    Médicos – nunca digam a seus pacientes que vocês nunca tiveram complicações – ou vocês estão mentindo ou ainda não atingiram a estatística e podem estar diante de seu primeiro caso desfavorável!
    Pacientes – evitem aqueles médicos que dizem nunca ter tido uma complicação, simplesmente pelo mesmo motivo!!!

  65. Permitam-me entrar nessa discussão, tanto tempo depois. Infelizmente, vejo muita amargura nos comentários, tanto de meus colegas, médicos, quanto dos não-médicos…
    Entendo perfeitamente os médicos. Padeço das mesmas dificuldades, dentre as quais destacam-se a remuneração que consideramos insuficiente por parte de planos de saúde e do governo (principalmente quando se comparam as diversas profissões e se guardam as devidas proporções de responsabilidade), e a falta de compreensão de parte daqueles que nos procuram para assisti-los.
    Entendo as queixas de quem perdeu entes queridos; nada dói mais que perdê-los, principalmente quando não se conhece os mecanismos que levam a doença e, a partir dela, à morte.
    A estes últimos, só quero reforçar o que se disse aí acima, que lidamos com vidas humanas. Nós sabemos, sim, disso. A maioria de nós, pelo menos. Mas seres humanos são organismos únicos e, em sua individualidade, efêmeros. Por melhores que sejam os estudos e mais fidedignas as estatísticas, jamais se poderão esperar as mesmas manifestações, idênticas, de uma mesma doença em todos os pacientes atendidos. E, ainda, jamais se poderão esperar as mesmas respostas terapêuticas, ainda que o quadro do paciente seja “figura de livro”. Inclusive, peço licença para manifestar uma visão pessoal: é nessa diversidade que se concentram a magia do ser humano e da profissão que eu abraço.
    Por fim, não restam dúvidas de que a vigília legal sobre a prática médica concorra para o melhor exercício da profissão. Mas sempre que se estabelece um diagnóstico e se propõe uma conduta médica, busca-se uma fórmula de ação consistente que equilibre eficiência e cautela, obedecendo à clássica premissa médica “primum non nocere”, sem confundi-la com falta de ação. Nesse contexto, enquanto oriundo da interação de um raciocínio clínico ou cirúrgico, idiossincrasias do paciente, condições do meio ambiente e limitações (humanas) do próprio profissional assistente, o exercício da medicina indiscutivelmente implica risco. A atuação enérgica está sujeita ao imprevisível, às situações efêmeras nem sempre evitáveis, que ora independem da experiência ou da competência e desafiam a falibilidade do médico enquanto ser humano diante de outro ser humano.

  66. Meu Deus! Como alguém que escreve um comentário desse, que afirma que será advogada, profissão em que o vernaculo é a essência do trabalho, se acha digna de tecer comentários tão vazios e que demonstram completo desconhecimento sobre o assunto?

  67. Apesar de alguns comentários ferirem nossa alma, acredito ainda, que por mais despreparado que seja o profissional em nenhum momento deva passar pelos seus pensamentos , quero q este paciente morra , diferente da mente de um bandido, e muitas vezes sentamos no mesmo banco e somos julgados com a mesma intensidade de um cidadão q teve a intenção de matar, isso sim mata o amor q sentimos pelo ser humano…

  68. Existem dois tipos de profissionais: os competentes e os incompetentes. Os incompetentes deveriam ser proibidos de exercerem profissões cujos erros provocam a morte direta ou indireta de pessoas. Vamos ater somente nos casos de médicos competentes, porém falíveis. A medicina não é matemática, ou seja, o tratamento que é eficaz em um paciente, pode ser totalmente ineficaz em outro. Além disso, as decisões médicas são tomadas com base nos dados (exames) que o profissional possui, que podem ser incompletos ou inconclusivos. Como o médico não tem tempo (se demorar a tomar uma decisão, o paciente morre), nem recursos para fazer todos os exames (exames e tratamento adequado custam caro), erros são inevitáveis. Acho que uma maneira de diminuir esses erros, seria proporcionar aos profissionais da saúde, cursos regulares e obrigatórios (gratuitos!) de reciclagem, uma vez que os avanços tecnológicos permitem diagnósticos mais precisos e um tratamento que é certo hoje, pode ser errado amanhã.

  69. O mesmo se aplicaria a um engenheiro civil que errou nos cálculos de um prédio e matou dezenas de pessoas? Seria justo não processá-lo? Certas profissões não admitem erro e quem as escolhe sabe disso. Tente explicar isso a um pai que perdeu seu filho em uma cirurgia por causa de erro médico.

  70. Se começarmos a tolerar os pequenos erros, então estes se multiplicarão e se tornarão frequentes. A falta de punição de “pequenos erros” fará com que os maus médicos não se esforcem para melhor tratar seus pacientes, já que saberão que ficarão impunes e o resultado será um número cada vez maior de vítimas. Antes de tudo, temos que ter em mente que um médico pode errar sem ter tido culpa (culpa no sentido jurídico: imprudência, imperícia ou negligência). Por exemplo, um médico pode ser extremamente diligente e cuidadoso e ainda assim errar o diagnóstico ou o tratamento. Isso pode ocorrer em casos clínicos onde o diagnóstico seja extremamente difícil, onde diversas patologias têm os mesmos sintomas, algo que ocorre na prática médica diária. Pode também ocorrer num pronto-socorro mal aparelhado e lotado de pacientes, onde o médico terá pouquíssimo tempo e praticamente nenhum recurso para avaliar o quadro de um acidentado, por exemplo. Aqui, o médico, por mais diligente e humano que seja, terá grandes chances de errar, mas isto pelas circunstâncias do atendimento e não por sua conduta habitual. Por outro lado, o médico pode errar porque age sem o devido interesse e cuidado exigido pelo caso: exames muito superficiais, não levar muito a sério as queixas do pacientes, não pedir exames que deveriam ser pedidos ou ainda se meter a conduzir tratamentos ou realizar procedimentos onde sabe que não tem o treinamento necessário (algo extremamente comum entre cirurgiões plásticos). Aqui o médico erra com culpa, isto é, ele não toma todas as medidas que deveria e poderia ter tomado por seu paciente. Você fala em “indústria da indenização”, mas é precisamente essa indústria que faz os médicos nos EUA tomarem muito mais cuidado na hora de diagnosticar e tratar, pois sabem que podem ser processados e perder muito dinheiro, além de terem sua reputação arrasada. No fim das contas, são os tribunais que melhoram os médicos. Foi justamente a “indústria de indenizações” que fez os carros americanos e europeus serem os mais seguros do mundo. Foi a “indústria de indenizações” que tornaram as viagens aéreas mais seguras. Se pessoas físicas e jurídicas não temerem as consequências de seus serviços mal prestados, nunca mudarão para melhor. Nunca.

Leave a Reply

UA-1184690-14