É totalmente irracional o número de cursos existentes que ensinam Liderança.
Mas se nem todos serão líderes, teremos muitos alunos frustrados.
Esse é o problema de um quarteto de cordas, por exemplo. Todos os quatro músicos precisam ser os melhores de sua categoria.
Mas é necessário ter um líder que determina o ritmo e força da interpretação.
Os outros três precisam aprender a seguir, mesmo sendo da mesma estatura musical.
Esse é um dos grandes problemas do Brasil.
Todos querem ser líderes, ninguém quer obedecer aos líderes que temos.
“Se hay gobierno soy contra.”
Assim não vai funcionar.
Nas empresas, quando há uma crise não é o Presidente que lidera, mas sim o maior especialista da área.
O Presidente não fica constrangido nessa hora a seguir ordens do mais capaz.
Precisamos é ensinar Seguidança mais do que Liderança.
Precisamos ensinar que seguir não diminui a pessoa, não significa que você é um incapaz, que você tem méritos sim, somente não é a pessoa mais indicada a decidir.
O Brasil não vai para frente porque boa parte de nossos intelectuais, professores e jornalistas são contra a meritocracia e não respeitam os mais competentes.
Meritocracia é justamente saber quem obedecer ou que opinião aceitar no momento certo.
Colocar amigos e aliados em cargos públicos não funciona porque nenhum subordinado irá obedecer quem não tem a credibilidade de ser líder.
Com as redes sociais achei que criaríamos uma rede de seguidos e seguidores. Eu sigo de quem aprendo e sou seguido por quem quer aprender do que tenho para oferecer.
Mas não é isso que os millennials e a geração Z estão fazendo.
Estão seguindo justamente quem não deveriam e atacando justamente aqueles que deveriam seguir.
Impecável e sintético.
A geração Z não sabe nada, à exceção de um pequeno grupo que não tem paciência para ensinar para não criar concorrência e porque a esmagadora maioria nem sabe ou se interessa por perguntar.
Aliás, a imensa maioria não sabe nem dizer “muito obrigado”, “grato”, mesmo quando coloca memes do WhatsApp com as duas mãozinhas postas ou respónde com a palavra “gratidão”.
Por isso mesmo, a ignorância é única coisa que progrediu no Brasil, nos últimos cinquenta anos.
Fui professor e abandonei o magistério. Quando alguém pergunta, por que? Respondo: Como professor fracassei porque não consegui criar uma metodologia para ensinar quem não quer aprender.
Minha conclusão: MORRAM NA IGNORÃNCIA!!!
O líder não sabe que é líder.
Toma iniciativa e tem um objetivo a atingir.
Geralmente é humilde, sabe obedecer e também comandar. Revoltados não são líderes e muito menos seguidores. A crise que vivemos hoje não é de natureza social e sim de natureza moral. É rebeldia, ignorância, arrogância tutelada por pais e por uma educação com muito direitos e pouco deveres.
Para ser líder é necessário saber ensinar e ao mesmo reconhecer quando o outro sabe mais. É fundamental ser humilde para reconhecer quando o outro tem razão e a coragem para assumir riscos. A pior decisão é aquela que não é tomada.
Em sua maioria acho que os líderes são circunstanciais. Se seu carro quebra, quem vai decidir o que fazer, não é você – dono do carro – e sim o mecânico.
“Um líder é o melhor quando apenas se sabe que ele existe.
Não tão bom quando é honrado e louvado, menos quando temido e
pior quando é odiado.
Mas de um bom líder quando sua obra estiver terminada, seu trabalho concluído,
todos dirão: Fomos nós que fizemos”.
Lao tzu
PS: Geração Z serve para nada. Um bando de arrogantes com seus mestrados e doutorados.
Uma coisa que me inquietava há tempos é que não conseguia achar nos escritos brasucas uma palavra equivalente a “followership”. Obrigado, mestre, por nos trazer um tema tão necessário para o amadurecimento da nossa sociedade.