Já discuti sobre o futuro do Brasil com várias turmas de profissionais preparados.
Depois de duas horas de pessimismo e falta de soluções claras, alguém que pouco falou termina com “A solução é educação”.
Simples, sem detalhes, sem propor inovação, sem falar das competências futuras que na nossa época não eram necessárias.
Saio desanimado com as nossas elites toda vez.
Desculpem todos vocês que terminam com a mesma frase, mas mais uma vez o problema da educação passa por 50 variáveis que ninguém discute, ninguém nem sabe.
A última iniciativa da Fiesp, que agrega pessoas inteligentes, mostra bem o que estou dizendo.
Uma das variáveis esquecidas é a arquitetura da sala de aula, pasmem.
A maioria das nossas salas de aula são fileiras de cadeiras voltadas ao professor, que normalmente fica em cima de um palanque, para parecer superior.
Entrei no site da Fiesp e não achei nenhuma pesquisa sistemática sobre a educação no Estado de São Paulo.
Não achei nenhum estudo tipo Think Tank.
Mesmo assim eles acharam que tinham o direito de apresentar uma solução.
E observado como nossas salas de aula estão dispostas, a Fiesp chegou na conclusão óbvia.
“Precisamos de melhores professores.”
Minha sala de aula em Harvard era uma ferradura. Todos os alunos enxergavam todos os demais.
As aulas eram centradas nos alunos, não no professor.
Ele mal falava, somente no final para dar um resumo sobre o que havíamos discutido entre nós.
Não havia livro didático que sempre ensina algo do passado, só estudos de casos e problemas para resolvermos.
Não somente tínhamos que achar as soluções dos problemas, mas convencer nossos colegas de que estávamos certos.
Outra dinâmica, outro tipo de aluno, outra dinâmica.
Sem professores, sem livros didáticos, sem aulas chatas, sem soluções absolutamente certas, sem possibilidade de cola nos exames mensais, sem silêncio absoluto dos alunos que no Brasil são simples robôs facilmente doutrinados.
Vejam a pobreza da solução da Fiesp.
Felizmente um amigo meu criou a Acton Academy em Ilhabela que é uma revolução para melhor.
Segue os princípios do método de estudo de casos, com muita discussão entre alunos e solução de problemas.
O Ricardo me disse que é impressionante o crescimento da autoestima dos alunos, o desejo de aprender, de discutir, de ouvir ideias melhores.
A Fiesp mais uma vez mostrou o atraso do empresariado brasileiro.
Prezado senhor Stephen
Em 2001 li um estudo da Cepap (comissão de estudo econômicos da América Latina e o Caribe),resumo publicado por dois jornalistas brasileiros sobre a “Solução dos problemas de desemprego não estão só na educação.
O que o artigo menciona resumidamente é que “melhoras no sistema educacional não resolvem os problemas de emprego se não forem acompanhadas de medidas que promovam a criação de empresas que absorvam está Mao de obra
Tendem a ser frustrantes porque em várias situações o formado não consegue nenhum emprego na área que estudou , sendo obrigado a trabalhar em atividades que não condizem com sua formação
A título de exemplo próximo de mim, meu carteiro formou-se em química e faz pós graduação.
Não conseguindo emprego em sua área , foi trabalhar como carteiro e disse que com o salários e o colchão de benefícios jamais iria trocar este emprego por outro
Obs: isso foi a pelo menos 10 ou 15 anos
Ele foi promovido várias vezes e agora dirige uma vam de entrega de correspondências
O estudo que li foi resumido mas entrei no site da Cepal e localizei o estudo completo
Caso conheça ou queira conhecer, posso enviar mais detalhes e os nomes dos jornalistas
Não tenho mais em mãos este estudo
Abraços
O desenvolvimento é que puxa a educação, e não o contrário. A criação de vagas de trabalho indicam os setores carentes em mão de obra, e para lá deverão seguir as disponibilidades de vagas educacionais. Inverter essa equação é receita de desastre.
Exatamente.
Primeiro reforma agrária, comida na mesa.
A Federação dos Importadores do Estado de São Paulo não entende mais de industrialização.
Importadores lacradores.
Deviam aprender com a Rússia como planejar e implantar do parafuso ao chip produtos tecnologicamente avançados, simples e funcionais.
É exatamente o que a FIESP virou…
Federação dos Importadores do Estado de São Paulo. Tanto que o ex-industriário, Paulo Skaf está lá até hoje.
Perderam o bonde da tecnologia.
Um dirigente sul coreano disse há algum tempo aqui no Brasil:
O Brasil deveria ter 3 prioridades básicas se quiser progredir e se desenvolver em todos os sentidos:
1ª Educação
2ª Educação
3ª Educação.
Isto resolve TOODOS os problemas, sem exceção. No mundo todo, não somente aqui.
Temos que preparar nossas crianças e adolecentes para construirem o futuro . Não somos nós, com 40, 50 ou 60 anos, que vamos fazer isso ou resolver quaisquer problemas e sim nossas crianças de hoje.
Temos a obrigação e a responsabilidade de mostrar o caminho certo, isto sim. Único caminho EDUCAÇÃO.
Algo muito mais profundo!!!!
vou dar 2 exemplos aqui, sobre Educação, educação e educação:
Estônia (à Direita) e Vietnã (a Esquerda)
Hoje a Estônia desfruta das benesses do Liberalismo econômico. Claro, qdo abriu o seu mercado, após a queda da Cortina de Ferro, já tinha 0% de analfabetismo, infraestrutura 100% feita, assim como a Habitação dos moradores. Aí foi só abrir o mercado.
Já o Vietnã, passou por todos os problemas das ditaduras e do autoritarismo. Mas enfim, seus governantes observaram que com um regime fechado e autoritário, não sairiam do lugar. Passaram então a investir na Educação do povo e no crescimento Tecnológico, com isso puderam abrir o seu mercado, e hoje virou um Excelente polo Turístico, Gastronômico e Industrial, já com um volume de Exportação de produtos manufaturados equivalente ao Brasil.
Se o Brasil não se mexer, em poucos anos o Vietnã irá nos ultrapassar!
Sem Educação, Educação e Educação jamais conseguiremos…
Quando falam que se deve priorizar a educação, o resultado prático é o aumento das verbas destinadas, o que no modelo atual leva tragicamente ao aumento do desperdício, materializado em salários acima do mercado e gastos desnecessários, especialmente no ensino superior. Pouco ou nada se fala sobre metodologia e finalidades. Não tem como dar certo. Infelizmente o termo “educação” virou um álibi para um sem número de desvios.
Acredito nessas ações: investimento pesado no ensino de base, incentivos ao acesso ao curso técnico (privado e público para pessoas de baixa renda) e privatização do ensino superior (bolsas para baixa renda).
Cem porcento de acordo com sua sugestão!!
Fazer um esforço para capacitação técnica é fundamental, pois além de atender a demanda da indústria da construção cívil e outras, permite ocupar milhares de pessoas rapidamente.
Instalar um SESI e SENAI EXPRESS, na entrada das comunidades seria importante para captar milhares de jovens com diversas aptidões que não tem condições de pagar uma escola de boa qualidade.
o SENAI é pago…
São várias as experiências sinternacionas bem sucedidas de verdadeiras “revoluções na educação” em países à época “subdesenvolvidos”, como Coréia do Sul e Singapura (nenhuma na América Latina, ainda que tenhamos bolsões aqui e ali). Todas envolvem um “ethos” que não chegamos a semear e, é claro, ainda menos, a desenvolver – ethos, um conjunto de princípios básicos de caráter e atenção. O da Coréia do Sul foi o mais radical que já estudei, porque o país quis sair – significa, uma vontade nacional – da situação de satélite do Japão (depois de grandes humilhações impostas pelos japoneses). Se nao mudarmos o “zeigeist” do Brasil, com a valorização da honestidade (inclusive intelectual) e a abolição total dessas noções “cistãs-socialistas” de que todos são iguais e de que é uma vergonha querer se destacar, nada acontecerá.
Existem excelentes exemplos no mundo, é só fazer pequenas alterações para adaptar ao Brasil. concordo plenamente com o comentário do Luiz Prado. Infelizmente nosso presidente deu pouca importância à tão grande necessidade do nosso país. Espero que esse tema seja prioridade no segundo mandato do Bolsonaro.
Em tópicos:
1- o estrago feito pelo socialismo
2- o estrago feito pelo desconstrucionismo.
3- o que ensinar: estudo de C.P. Snow (de quase 50 anos atrás)
4-ensinar através de perguntas e não por meio de respostas.
5- ensinar dialética: problemas e perguntas.
Assunto caro para nós. Há mais de 100 anos, Lima Barreto mandou essa contando o que o povo disse ao ver a imensa biblioteca do major Quaresma, no Triste fim de Policarpo Quaresma: “para quê tantos livros se nem bacharel é ?”
O melhor investimento em educação é na formação de professores e constante capacitação e valorização dos mesmos. Professores podem coordenar os alunos para alterarem a disposição das carteiras das salas de aulas. Há professores que ensinam à sombra de árvores. Professores criativos e competentes não precisam de aparatos tecnológicos sofisticados, precisam de treinamento, estímulo, incentivo, para dedicação em tempo integral como missão de vida.
Hoje temos ideólogos ministrando aulas e, muito pior, gerindo as escolas. Dar mais verbas para eles sem cobrar resultados é jogar gasolina no incêndio.
Menos, bem menos…
isso é só uma piada dos bozonaristas.
Diria maus, Kanitz. A solução é a metodologia da educação e sua consequência na aprendizagem.
Menos conteúdo e mais estimulo a pensar ativamente e agir colaborarivamente .
Certa feita foi feito uma pergunta a um sábio: Qual a melhor idade para educar os filhos? E o sábio respondeu “A 20 anos antes dele nascer”. Mas como? Retrucou o interlocutor? Respondeu o sábio: “Educando os pais”.
educacao se aprende em casa. ensino nas escolas
Professor, enquanto não acabarmos com a ignorância, que permeia o congresso, as câmaras estaduais e municipais, as prefeituras , ou melhor, sendo mais claro , alfabetizar todos com cultura e educação, nós BRASIL, será difícil sair do lodaçal. Mas se nossas prefeituras tiverem pessoas alfabetizadas e “educacionadas”, quem sabe poderemos ir plantando as sementes!
E o principal: cobrar resultados dos mesmos.
A melhor de todas, a de Osmar Marques de Sousa. !!!!!!
PARABÉNS.
Professor Kanitz, como possui todas as soluções para o ensino brasileiro, sugiro juntar mais dois ou três Kanitz do ensino, ir para a FIESP ou ao MEC e propor as diretrizes. Desculpe a arrogância, eu pago todas as despesas de viagens e hospedagem.
Professor Kanitz, tem que ressaltar que hoje possuímos uma variável nova: Estímulos infinitos do mundo digital, com seu algoritmo que só reforça seus desejos e indiretamente criam toda essa intolerância que vemos hoje.
Não sou daqueles que pensa em abolir o mundo digital para crianças, mas certamente deve ser restringido, e educado a por exemplo ouvir opniões divergentes. Coisas que faziamos antes da era digital quando éramos obrigados a conviver com pessoas que não gostamos em situações que não concordamos, não acontece mais. Não gostou, se fecha no celular.
Enquanto pensarmos em fazer uma escola ideal baseada em nossas experiêcias passadas, a solução vai estar engessada. O cenário mudou.
Outra coisa, O papel de professor deve ser ressignificado.
– Não precisamos de gente que ensinem, afinal qualquer duvida a gente encontra resposta no google ou no youtube.
– Não precisamos de nota, isso só serve pra podar a personalidade da criança.
– Não precisamos de uma grade curricular até aos 18 anos, pra depois fazer um vestibular para uma coisa que ele não sabe se aquilo é o que ele realmente quer pra vida (até agora não vi nenhuma criança com 18 anos que sabe o que quer – porque o índice de desistencia é tão alto?)
● Precisamos ser mentores das crianças e adolescentes: tirar dúvidas que a experiencia nos permite tirar; orientar os caminhos; não impor pontos de vista
● Promover atividades manuais: desenho, pintura, musica, plantio, cozinhar, artesanato, esportes, etc.
● Promover a socialização: separar por idade (por série, hoje), mas também separar por interesses
● Promover autoconhecimento para compreender sua personalidade, suas emoções, a cultura em volta, as pressões do dia a dia.
Alguém alguma vez ja disse isso num canal Mainstream? creio que não…