Um Curso Para Presidentes

Abaixo estão as observações de Roberto Pompeu de Toledo, da Veja, que entrevistou Fernando Henrique Cardoso no Livro: “O Presidente Segundo O Sociólogo”.

“Foram nove entrevistas de duas horas, entre 27 de outubro e 20 de novembro de 1997, enquanto o mundo era sacudido pela crise das Bolsas de Valores da Ásia.

No dia 10 de Novembro, no ápice da crise, o governo lançou um pacote de medidas.”

Supõe-se que um palácio presidencial seja o centro nervoso da decisão da ação.

O lugar onde as coisas fervem.

E no entanto o ritmo lá dentro é o mesmo ritmo manso do avanço da ema.

Imagina-se que acontece tudo no Palácio da Alvorada.

E no entanto não acontece nada”

Uma pausa para respirar. Será possível ?

Por isto eu nunca entro na cozinha de restaurantes. É melhor não saber como a nossa comida é feita. Melhor viver numa ilusão.

29 Comments on Um Curso Para Presidentes

  1. Por esse motivo não necessitamos de um estado enorme como o estado brasileiro, que suga toda a riqueza produzida pelos trabalhadores e empreendedores. Com uma “burrocracia” criada apenas para atravancar o crescimento do país. Um estado com um número enorme de leis e normas para tudo e para todos, um estado intervencionista que só atrapalha nossa via.

  2. Muito chocante esse texto. Isso me gerou uma idéia, como faço para me candidatar a presidente? Acho que se todos os leitores desse blog entrassem para brasilia ou para qualquer outro município/estado como parlamentar/deputado/vereador/etc, o Brasil melhoraria.
    Professor, sugiro escrever uma entrada no blog do tipo: “How-to become a deputy”.

  3. De um sujeito que quadruplicou a dívida pública mesmo vendendo patrimônio publico a preço de banana (Vale Banespa etc) dando dinheiro a banquinhos (Marka etc) e ainda devolvendo ágios, não se poderia esperar outra coisa! Como diria seu assecla ACM: ele não gosta de trabalhar.

  4. Lamentável sua colocação! Como disse Antonio Moutinho,uma visão extremamente parcial do assunto. Parece que competência está ligado a um descontrole emocional que admite noites mal dormidas e assessores “atribulados” andando de lá para cá trazendo papéis sabe-se lá para que. Meu caro professor tem memória fraca face as providências que foram tomadas anteriormente ao dia 10 de novembro e com que “gravidade” fomos alcançados pela “crise”. Pelos comentários anteriores vejo a profundidade de seus comentaristas. Descobri que a ignorância me indigna.

  5. Para o Brasil: “Presidente” é muito poder para uma pessoa só e Nossa Pátria é muito grande; tem suas particularidades regionais. É muita pretensão querer que uma pessoa entenda de tudo. Por isso, existem os ministros. Um bom Pesidente tem que ter bons redatores de discursos, pois “o Representante do Povo” é eleito pelo voto popular… Qual político defenderá um ajuste no sistema de eleições onde os seus poderão ser prejudicados em prol dos interesses da sociedade… O que determina as regras de conduta do país são as leis e quem aprovam… A estrutura é muito grande e a forma de condução viciada, mudanças são lentas…O eleitor compra imagens e não resultados… O Mundo político está em crise, EUA, Europa que são politicamente formadores de opinião. Conduzir um pais mirado no que já passou é guiar o carro pelo retrovisor, com certeza baterá…
    O Presidente deve ter a responsabilidade de somente representar o Povo Brasileiro, lendo os discursos elaborados por profissionais que entendam de cada area, deixe as decissoes a serem tomadas pelos executivos e técnicos de cada setor.

  6. Professor Kanitz, esse forum aqui e nada é a mesma coisa. Primeiro porque o senhor nao participa, segundo porque nao sabemos o andamento do debate quando alguem insere novo post. As redes sociais estao aí pra isso, muito mais modernas e participativas, bem vindo a modernidade, retire esse “commnets” daqui e estimule o debate em sua pagina no facebook. Sobre o assunto, só tenho a lamentar duas coisas: como declarado Administrador bem formado, por sua indelevel defesa incessante do “sem formação” Lula chega a ser pedante, fora o ciume intelectual de FHC. Um presidente eficaz e competente precisa PENSAR para encaminhar adequadamente medidas anti crise e tomar as DECISOES corretas, doa a quem doer. Insonia, gravata fora do lugar, panico, suor, agitação, tensão, é coisa de desequilibrados emocionais passionais e despreparados, coisa que FHC nao era nem o é. Diga isso por favor ao Toledo tambem. Duro é alguem ainda pensar que isso demonstra qualquer sinal de competencia administrativa. Pensar nao desgrenha ninguem, garanto-lhe.

  7. Posso participar mais, se isto adianta. Fico surpreso que muitos comentarios são de pessoas que nem leram o texto, o que significa que meu comentario deveria ser leia o texto.
    Lembre-se sempre de uma coisa. Qdo jornalistas como Pompeu escreve, a verdade é sempre pior do que retrata. Afinal era uma sai justa e tanto para o Pompeu, ele escreve no livro do FHC.
    FHC era preguiçoso, vaidoso, e não tomava decisões. Mas se Pompeu ou eu escrevessemos algo parecido, ninguem acreditaria, acharia que era perseguição politica. Como vemos nos comentarios abaixo.
    Mostrar que numa crise o Presidente deu 18 horas de entrevista para um livro de memorias, que não tocou o telefone uma única vez, algo que Pompeu não quiz mencionar.
    Pior é ler o livro. Eu, por azar do FHC, estava lendo Discovering India do Nehru, um livro de 600 páginas 100 x mais profundo do que o do FHC.
    Como no livro Teoria da Dependência, cheguei a metade sem ter sublinhado nada, nada de novo havia sido escrito.
    Talvez um eximio administrador se mantem calmo numa crise que nunca antes aconteceu, mas honestamente não conheço.

  8. Posso participar mais, se isto adianta. Fico surpreso que muitos comentarios são de pessoas que nem leram o texto, o que significa que meu comentario deveria ser leia o texto.
    Lembre-se sempre de uma coisa. Qdo jornalistas como Pompeu escreve, a verdade é sempre pior do que retrata. Afinal era uma sai justa e tanto para o Pompeu, ele escreve no livro do FHC.
    FHC era preguiçoso, vaidoso, e não tomava decisões. Mas se Pompeu ou eu escrevessemos algo parecido, ninguem acreditaria, acharia que era perseguição politica. Como vemos nos comentarios abaixo.
    Mostrar que numa crise o Presidente deu 18 horas de entrevista para um livro de memorias, que não tocou o telefone uma única vez, algo que Pompeu não quiz mencionar.
    Pior é ler o livro. Eu, por azar do FHC, estava lendo Discovering India do Nehru, um livro de 600 páginas 100 x mais profundo do que o do FHC.
    Como no livro Teoria da Dependência, cheguei a metade sem ter sublinhado nada, nada de novo havia sido escrito.
    Talvez um eximio administrador se mantem calmo numa crise que nunca antes aconteceu, mas honestamente não conheço.

  9. Vejamos.
    A crise teve como origem o fato de FHC não ter criado reservas internacionais, o be a ba da admin financeira.
    2. Que indicou um BC que estipulava dia a dia a “taxa de cambio de equilibrio de longo prazo”, uma ingenuidade assustadora.
    3. Diante disto FHC deveria estar com noites mal dormidas, e não calmamente escrevendo um livro de memorias, ainda durante a presidencia.
    4. Isto se faz na aposentadoria, não durante o expediente.

  10. Agora sim Professor, temos um forum enfim. Embora discordemos diametralmente sobre o tema, fico feliz por ter atendido à sugestão de participar. Obrigado. Eu e os demais leitores/comentaristas sentir-se-ão mais motivados ao debate.

  11. Parabéns, professor, tocou num ponto importantíssimo.
    No outro livro dele, A Arte da Política, ele admite ter assumido em 1995 sabendo que o Real estava sobreapreciado e que deveria resolver este problema. Levou quatro anos e uma reeleição para isso, e por isso o Brasil quebrou pela primeira vez em suas mãos.
    Não precisamos de alguém que se descabele, mas apenas de alguém que faça alguma coisa num momento grave, como uma crise econômica.
    Agora sabemos por que o governo não tomou nenhuma medida de estímulo à economia à época. E foi uma crise muito mais sutil e fácil de contornar que a de 2008, que ainda não acabou, e não se encherga um fim.

  12. Concordo que ter experiência em administração é importante para se presidente, mas não apenas isso. Ser um político exige mais habilidades do que um CEO de uma empresa privada. Ele precisa de uma grande habilidade para se relacionar com uma base de apoio cheia de exigências que na maioria dos casos vão contra os interesses da empresa (o governo federal no caso). Também é preciso muitas vezes ter coragem para queimar a popularidade para fazer reformas que só terão resultado no longo prazo.
    Tanto Fernando Henrique quanto Lula deixaram um legado. Um na questão da inflação e outro na redução da pobreza extrema. Mas todos 2 foram mal no crescimento econômico em relação ao mundo emergente. FH teve crescimento médio de 2,4% ao ano contra 4,3% ao ano do mundo emergente (painel de 140 países). Teve 56% do crescimento que o mundo emergente teve. Lula com 7 anos de commodities na estratosfera (2002 à 2008 e 2010) teve um crescimento médio melhor 4% ao ano, mas isso representou apenas 60% do crescimento econômico do mundo emergente, que foi 6,6% ao ano médio. Todos 2 tinham muitos políticos em postos chaves da administração pública ao invés de administradores competentes. Mas a questão principal é: havia espaço político para colocar apenas administradores, deixando os políticos corruptos e incompetentes de lado?

  13. Se tivéssemos um administrador como o Henrique Meireles ao invés de um economista como o Gustavo Franco na crise de 1997 provavelmente teríamos um resultado melhor. Mas isso evidencia que não seriam as decisões tecnocráticas da figura individual do presidente na sua sala que fariam a diferença e sim as suas indicações. Além disso é preciso salientar que a situação de Meireles foi mais fácil, o Brasil teve 6 anos de bonança acumulando reservas, enquanto o Brasil na era Franco acumulava reservas por 2 anos e logo em seguida vinha uma crise para gastá-las. Por fim o Brasil deve muito do fim da inflação galopante ao “economista iniciativo” (iniciativa x acabativa) Gustavo Franco, que teve a idéia brilhante da âncora cambial, que num primeiro momento até 1995 foi um sucesso, depois o ideal teria sido um “administrador acabativo” para continuar o barco.

  14. Pobre Kanitz; que acredita na determinação, que o homem pode interferir de forma positiva no mundo…
    minha tese: tudo que falamos, planejamos, agimos orgulhosos do sucesso da empreitada, em qualquer área humana é resultado de um bom marketing do que qualquer objetio alcançado com exito; pergunte para o Ricupero, este é o mestre da alquimia dos fatos, transforma prejuizos em lucros; sei que não concordas, mas então me diga aonde está a racionalidade, o resultado positivo do planejamento, o custo-benefício no MACRO; posso aceitar que no micro uma empresa bem planejada, administrada possa ter exitos, mas saindo do ambito da unidade começam os problemas; indo se imiscuir no macro as ações predatorias são necessárias para a sobrevivência; já dizia SARTRE, O INFERNO SÃO OS OUTROS, no MACRO habitam todos os problemas que desmacha as ilusões humanas, a racionalidade, o planejamento, os universais, digam HUME, POPPER; aqui no MACRO é território selvagem, o instinto vale mais do que um plano, olhem as bolsas de valores; a regra aqui vale para ameba, para o elefante, para o doce beija-flor, para a celula, para as subparticulas da física quântica; depois de tantos malogros o homem ainda é um antropocentrista, um antropomorfo, apesar das demonstrações em contrário de Galileu, Darwin, freud e Heisenberg e para reforçar Nietzsche escreveu, a razão é o resultado do acaso de multiplas forças em disputa por espaço; então me diga, meu pobre Kanitz (no bom sentido), porque a cabeça do administrador teria alguma matéria, substância, metafísica não encontrada em nenhum lugar do universo?, não, não quero acreditar que o administrador tem a substância divina, mas até ai os que acreditam não tem como explicar o caos de nosso planetinha cheio de repressões ditaduras, crises economicas, falencias de grandes grupos economicos, crianças massacradas pela violencia, intolerância, direitos humanos em xeque mesmo nas democracias ditas modernas; pois bem, meu pobre Kanitz, não sei quanto a voce, por mim voce pode ficar ai planejando, calculando, acreditando na razão, nos universais, quanto a mim já estou com a garrafa de absinto bebendo e vendo a grama verde crescer…

  15. Não gostaria de tecer esses tipos de comentário, mas não é muito difícil imaginar a cena de uma pessoa pacata inflando o seu ego como só ele sabe fazer.
    FHC tão intelectual e tão imaturo, sempre pregando um discurso e vivendo outro. Nem como ex-presidente ele faz coisas boas.
    Faça um favor para o Brasil, fique onde você esta, vida pública não é a sua cara.

  16. discipulo de freud,
    Acho que você está do nosso lado. Nos tambem nao acreditamos no macro management, tarefa impossivel.
    Acreditamos no micro management profissional, com milhares de profissionais treinados com os mesmos valores, ética, plano de contas e principios contabeis e administrativos.
    Não o filosofo rei, ou o ditador esclarecido, ou a elite fabiana, mas centenas de milhares de micro managers esclarecidos.
    Haverá ovos podres entre eles, sim, mas estes poderão ser depurados mais facilmente que um ditador ou uma elite intetelctual que voce tanto teme.

  17. A palavra “apenas” administradores esta mal colocado. Sociologo com um curso caça niqueis de administração não é um apenas um administrador.
    Um sociologo com um MBA em Harvard, e um curso na Escola de Governo seria um excelente Presidente da Republica e nao somente um bom presidente. E com 60 anos, exigir um MBA de 18 meses, para quem vai administrar um país não e pedir muito.
    Exigir que tenha sido p lider ou presidente de uma empresa de capital aberto com no minimo 10.000 funcionarios, não é exigir demais.
    Exigir que partidos politicos, jornalistas, brasileiros comecem a anotar e pesquisar os 2.000 presidentes das grandes empresas brasileiras, como possiveis candidatos a cargos publicos, seria de enorme utilitidade.
    EUA tiveram 4 presidentes Analistas de Credito, um curso que todo presidente deveria fazer, antes não depois da presidencia.

  18. Leia o Plano Luca Pacioli, que foi a base do Real, escrita por um administrador.
    Torna o Real uma moeda contabil forte, parte logo em seguida, fazer o Dollar ser a ancora contabil previsivel foi um erro monumental, que não estava no Plano original.
    Segundo, querer eliminar a inflação em uma unica tacada, com juros reais de 25%, foi o fim do Plano Real.
    Um administrador e um engenheiro teriam feito ” aproximações sucessivas” a inflação zero, e não um Plano só.
    Teriam feito a conversão para o Real, reduzindo a inflação para 40% ao ano, sem juros estratosfericos, mas com gradual volta da inflação.
    Depois de 2 anos, nova conversão do Real para o Cruzeiro Novamente, aí sim com juros elevados, 7 a 9% real, e metas de inflacão.
    O Perfeccionismo de Gustavo Franco nos custou 10 anos de falta de crescimento, com Ancora Cambial “perfeita”, e um Plano Real “perfeito” logo de saída.
    Ingenuo, tipico de quem nunca implantou um plano na vida.

  19. Pior, num Roda Vida o Diretor da TV Cultura me colocou numa sala com FHC para eu explicar o Plano Luca Pacciolo original, http://www.kanitz.com/lucapaccioli.asp
    que ele desconhecia, e tbem explicar a Superestimação da Inflação e o erro da regra de conversão para o Real estabelecido por Gustavo Franco.
    Ele me perguntou com quem ele deveria conversar mais sobre o assunto, e como pela propria pergunta pareceu que ele me havia descartado, sugeri Eliseu Martins e Antonio Trevisan.
    Que nunca procurou.

  20. Precisamos de ajuda financeira, por favor se alguém puder ajudar
    a gente, com o emprego que tenho é impossivel pagar todas as contas,
    estamos vivendo no limite, fico sem almoçar todos os dias pra não
    faltar nada para as crianças, não sei até quando vou aguentar viver
    nessa situação, está muito dificil pra eu suportar esta carga sozinha,
    por favor, se alguém puder depositar nesta conta: 01-013400-1 agencia: 3601 Banco Santander,
    Ficaremos eternamente agradecidos.

  21. Pensando bem você está certo. Uma pós-graduação em administração está a mão de qualquer um. Aliás até eu mesmo depois de ler o seu blog, só administrarei algum negócio na vida após uma pós em administração. É possível exigir que os políticos tenham pelo menos um MBA ou que se olhe para os presidentes das grandes empresas como futuro candidatos a administradores públicos. Mas isso exigirá uma mudança de mentalidade profunda na sociedade. E os demagogos de plantão dirão que os “intelectuais elitistas” serão substituídos pelos “administradores elitistas” e não pelo “povo”.
    Você deveria participar de programas como o Globo News Painel ou o Manhattan Connection, nas discussões sobre a crise mundial para dar a sua versão como administrador.

  22. Não tenho conhecimento técnico para contestá-lo. Mas ainda que o Plano Luca Pacioli (vou dar uma lida) fosse tecnicamente perfeito como você argumenta, ainda sobraria a viabilidade política. Com uma inflação de 40% ao ano o candidato a favor do plano poderia perder a eleição e a oposição parecia estar contra qualquer plano. Entre 1995 e 1997 a inflação estava amena e o país crescendo razoavelmente, baseado nisso eu disse que a âncora cambial foi um sucesso, mas se a âncora nos tiver custado irremediavelmente 10 anos de crescimento como você colocou, foi jogar a chave pela janela, ela pode ter sido realmente um erro.

  23. Professor, obrigado pela atenção.
    Muito interessante a situação, reflete bem o grau de vaidade de nosso ex-presidente.
    Quanto ao artigo, que expõe por linhas gerais grande parte da filosofia usada no plano Real, qual é sua data de publicação? O Plano Luca Paccionlo foi revelado ali, ou é ainda anterior?

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