O Ódio às “Grandes Corporações”

Uma das tristezas políticas deste país é o desconhecimento dos nossos intelectuais de conceitos mínimos de administração e como as empresas funcionam.

Assisti uma entrevista com o Ministro Toffoli, e fiquei intrigado com sua posição de esquerda.

Ele vinha de uma família tradicional, extremamente religioso, mas com uma visão extremamente negativa quanto ao capitalismo.

Foi aí que comecei a formar a minha opinião que muitos da esquerda brasileira não sabem a diferença entre o capitalismo socialmente responsável, da qual pertenço e advogo há mais de 40 anos, e a empresa familiar, autocrática, conservadora e velha.

Acham que as empresas são administradas por empresários gananciosos e sem caráter, e não por administradores profissionais treinados em Universidades na maioria de esquerda.

Quase todas as reclamações da esquerda na realidade se referem à empresa familiar, e não às empresas de capital democrático, onde qualquer um pode ser acionista e dono de seus meios de produção.

Ciro Gomes por sua vez fala em “Baronato”, que cinco famílias de banqueiros não pagam imposto de renda”, que uma “família” controla a mídia. Mais um que só ouve economistas e não administradores.

Esse é o capitalismo de dois séculos atrás minha gente, dos Rockfellers, Carnegie e Mellon.

É o capitalismo que Karl Marx conhecia, nada a ver com o capitalismo de hoje.

Karl Marx nunca pregou o “capitalismo hegemônico do Estado”, mas que cada trabalhador fosse dono de seus meios de produção, hoje possível pela Bolsa.

Em muitas estatais brasileiras seus funcionários são proibidos de comprar seus meios de produção, como os Correios que possui um dono só, como uma empresa familiar.

É isso que significa privatização, permitir o povo comprar meios de produção e abocanhar a mais valia de volta, e votarem no rumo dessas empresas.

Também não existem as “Grandes Corporações” que se reúnem de vez em quando em Washington conspirando contra o mundo, como essa ideia propagada por intelectuais o “Consenso de Washigton”.

As empresas que seguem a linha do Líder Servidor, do Monge e o Executivo, seriam aliadas da esquerda, mas afastadas pelo discurso de ódio contra seus administradores profissionais, chamados de empresários quando não são.

Se você for um jovem sendo endoutrinado pelos seus professores leia os dois livros que citei, para ter uma ideia do outro lado.

Mais de 600.000 jovens administradores brasileiros já estudaram esse livro nos seus cursos. Saibam o porquê.

17 Comments on O Ódio às “Grandes Corporações”

  1. No Brasil qualquer sistema político ou econômico, ainda que dos dias de hoje, não sobrevive. Nossos capitalistas são corporativistas e vivem encostados no Estado em função dos artifícios de dependência criados pelos políticos de plantão, especialmente os tributários. E o Estado, por sua vez, é um empreendedor de quinta categoria que apenas tumultua o mercado sem nada produzir de útil.
    O Estado pertence a alguns que dele se apossaram como useiros e vezeiros da coisa pública e é alimentado com o que esfola do contribuinte. Esse, o contribuinte, ainda vota apenas como “eleitor” e não como contribuinte.

  2. Professor, infelizmente o capitalismo socialmente responsável que o senhor advoga não funciona ainda, num Estado como o brasileiro, cheio de oligopólios (estatais ou não), alguns setores altamente regulados, empresas dependentes do capital estatal (vide BNDES) para se financiar ou para fazer seus negócios dependendo de investimento público. Creio que temos muito a evoluir para ver essa realidade funcionando.

  3. Concordo o IPO do Petrobras deveria ser em cada CPF do Brasileiro, pelo menos uma Ação por Brasileiro. Pra assim aprender a cuidar do petróleo que não pode ser privatizado para ser de família nenhuma. Tem que ser de todas nossas.

  4. Na verdade a privatização das Rodovias Estaduais e Nacionais deverias seguir a lógica de que cada Brasileiro vai receber em seu CPF um % da empresa. Para assim aprender a participar de investimentos, pois isso deveria se ensinado durante as aulas de história, economia.

  5. Porem Ciro Gomes, neste caso esta correto. A imprensa é na proporção de 80% do conteúdo nacional é transmitido por demanda dos Bilionários nas redes de televisão/redes sociais de massa.

    Devemos equilibrar pois pobre merece o luxo de ter sua própria rádio e rede de televisão. Existe sim um controle da informação.

  6. Permita-me opinar, querido prof. Kanitz,
    Como a Terra é esférica, quando se vai muito para a esquerda se chega a direita, e vice-versa. E todos se encontram na outra face. Está acontecendo. O que há em comum nos dois grupos é o controle social, o que leva até a parcerias. Os donos do poder no PC chinês chegaram no capitalismo selvagem, com a vantagem do poder absoluto sobre a mão de obra e mercado interno. E, evidentemente, milionários como George Soros não financiam a esquerda não o fazem poe serem comuistas. Aqui, do lado ocidental, temos os donos do poder da comunicação, quase monopolizada, com Facebook, YouTube, Google, etc fazendo o jogo das Big Pharmas e muito mais. Um exemplo de parceria: no aniversário do protesto da Praça da Paz Celestial da China, aquela em que um homem enfrentou uma fileira de tanques (e depois desapareceu) emilhares foram assassinados, as Big Techs barraram qualquer notícia sobre o assunto por mais de 30 dias, para não desagradar o PCc. E o Ciro preocupado só apenas com as nossas “famílias”!
    Tem muito mais, mas não cabe no espaço.
    Grande abraço!

    • Ciro preocupado só apenas com as nossas “famílias”!
      Vc tem que ouvir mais as propostas do Ciro Gomes. Ele aponta os gargalos e obstáculos e propõe soluções e elas são para serem debatidas e criticadas.
      Dizer “só” ou “apenas” para o Ciro é um erro grave.

  7. Ciro Gomes por sua vez fala em “Baronato”, que cinco famílias de banqueiros não pagam imposto de renda”, que uma “família” controla a mídia.
    Como sempre, Ciro Gomes acertou mais uma vez. Não ninguém na política propor alguma solução para isso. Quem xinga um lado, financia e se beneficia do outro, mas tudo continua igual. Enquanto isso o Brasil vai descendo a ladeira cada vez mais…

  8. Caros amigos, a esquerda representa o obscurantismo, o atraso da humanidade e aqueles que
    com ela se afinam mostra o nivel evolutivo em que se encontram.
    A esquerda e diga se de passagem o comunismo, só encontra oportunidade de se manifestar
    na democracia e na medida em que se avança, destroi todo o arcaboço da sociedade e depois
    para se manter no poder, transformam se em tiranos. O capitalismo é o incentivo ao progresso,
    todos os paises que os governos comunistas controlam a produção, empobreceram e levaram a população a passar fome. A propria China para sobreviver tiveram que misturar comunismo e capi-
    talismo e controlar a população através da força. Quando a população acordar na China com certeza havera uma grande revolução, pois as pessoas não querem só alimento, querem liber-
    dade. O capitalismo conforme o Prof. Kanitz descreveu é a oportunidade de progredir e de ver-
    dadeiramente poder ajudar o semelhante com oportunidades claras atravez do esforço individual
    e da meritocracia.

  9. Um outro significativo desconhecimento é o que seja o orçamento publico. É duro perceber ao final do exercício que a execução anual dos programas orçamentários se alterou completamente …que tal as transferências de recursos da saúde, educação e segurança para as folhas de pagamento???…um horror.

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