Quem ainda não assistiu Social Dilema ou o Dilema das Redes, na Netflix, o faça ainda hoje.
Mostra como o Google, Facebook, Twitter estão nos espionando e nos vendendo para anunciantes e agências de propaganda.
Pior, estão modificando nossos comportamentos e criando uma sociedade polarizada, intolerante, surda e perigosa.
Descobrem que eu me interesso muito mais por “coisas”, do que “pessoas”, e já me classificaram como introvertido, sem dúvida.
Só que com essa informação me mostram mais “coisas” para eu comprar, reforçando minha introversão, e polarizando ainda mais a sociedade.
Apesar do alerta, e gente muito competente sendo entrevistada como a socióloga Profa. Zuboff, da Harvard Business School, o documentário fica sem uma proposta de solução.
Portanto escrevo aqui minha humilde solução, baseada nos princípios básicos da Administração Responsável das Nações.
“A Nenhuma Empresa Será Permitido Cobrar Um Preço Que Não Cubra Seus Custos de Reprodução.”
Há milhares de empresas que vendem abaixo do custo porque possuem um subsídio do governo.
Empréstimos do BNDES a juros subsidiados são uma forma de pedalada fiscal para enganar o povo. Essas empresas aparecem como rentáveis, ou seja, bem sucedidas.
Isso porque o subsídio está embutido no juro menor.
Numa Administração Responsável das Nações essas empresas mostrariam prejuízo, mas com uma rubrica abaixo.
“Graças aos 2 bilhões de subsídios que recebemos, a nossa empresa xyz consegue se manter longe da insolvência.”
Outras centenas de empresas podem vender abaixo do custo porque são do governo, que fará os aportes necessários, e vender abaixo do custo é a única forma dessas estatais poderem competir, vide os Correios.
Outras fornecem serviços de graça, 100% abaixo dos custos, como o governo.
Outras, em troca, vendem dados dos seus próprios usuários como se fossem mercadoria como o Facebook e a Globo.
Se cobrar um preço justo fosse um valor da sociedade brasileira, da nossa cultura administrativa, e não o tudo grátis da política:
1. Acabaríamos com a ideia do tudo grátis tão frequente em países como o Brasil. Universidades Estatizadas teriam sim de cobrar pelo ensino superior, mas não necessariamente durante o aprendizado.
2. Google teria de cobrar uma mensalidade de todos os seus usuários, em vez de vender informações confidenciais das pessoas para agências de propaganda em troca.
3. Facebook teria de cobrar mensalidade de todos os usuários, em vez de modificar seu comportamento para comprar algo que você nunca imaginou.
4. Globo teria de cobrar uma mensalidade e fornecer a televisão, em vez de nos vender para anunciantes.
5. Folha de São Paulo teria de cobrar o preço cheio da Assinatura, e não a subsidiar vendendo anúncios que não são notícia.
6. BNDES teria de cobrar juros plenos, em vez de subsidiar os juros, dando a falsa impressão que seus clientes são rentáveis.
7. INSS deveria cobrar contribuições dos atuais aposentados, e não se apropriar “grátis” das contribuições da população mais jovem, que está sendo enganada.
8. Ministério da Saúde deveria cobrar uma anuidade dos jovens com saúde, e capitalizá-la para custear a deterioração do corpo humano na velhice, em vez de um SUS gratuito.
9. Em vez de destruírem o planeta, empresas estariam cobrando o custo de reposição do petróleo, do zinco, do cobre, das latas de lixo, e não transferindo essas externalidades a todos nós.
10. Eu deveria estar cobrando pelos meus textos, e vendo interesse zero dos leitores, parar de fazê-los. Se valem zero, por que continuar escrevendo?
Se sua empresa não consegue cobrar um preço acima de seus custos, significa que ela está produzindo algo que nem o consumidor está disposto a pagar.
Essas distorções foram introduzidas por jornalistas, publicitários, engenheiros de computação, economistas, sem medir as consequências, por desconhecimento e não por malevolência.
Se todos acima passarem a cobrar o que custam, o desperdício seria mínimo, as empresas que não produzem algo de valor fechariam, e esse socialismo de compadrio sumiria.
E o Dilema das Redes Seria Resolvido.
EXCELENTE!!!
“O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros” (Margaret Thatcher – ex-Primeira Ministra da Grã-Bretanha)
Não existe almoço grátis!
REALIDADE!!!
Tenho loja física e ecommerce…sofro com os clientes que querem “frete grátis”…existe sim, mas quem paga são os outros (clientes) ou eles mesmos embutidos no preço. Infelizmente nós brasileiros acreditamos em “contos de fada”.
No lugar de querer impor regras , normas e leis melhor não dar subsídio a quem não precisa e impedir que o governo tenha empresas competindo nos mercados.
Dentro do contexto…Eu deveria estar cobrando por lê-lo. Na nossa atual sociedade muito da normal e do aceitável, seria considerado aberração, inaceitavel ou até proibido no passado.
Excelente texto, Professor Kanitz.
Caro professor uma reflexão muito boa e que faz bastante sentido.
É muito provável que o Facebook, Google, etc. não alterem os seus modelos de negócios, mas, creio que o seu artigo contribui para uma maior conscientização do quanto somos manipulados, muito mais hoje do que ontem.
Isto que o Sr escreveu é maravilhoso e se chama liberalismo econômico, mas o brasileiro, seja empregado ou patrão é muito dependente do governo.
Esse tipo de pensamento é que levou há guerras mundiais, Napoleão etc., etc., esse teu “alguma coisa liberalismo” hoje, e desde a colonização é que acentuou cronicamente essa desigualdade, essa doença sem vacina na humanidade, e como consequência o teu presente. Vc não sabe o que fala. Lê sendo surdo e faia sendo cego.
Bela Matéria. O Filme , todos deveriam assistir . Infelizmente não tem como ser resolvido, acho, somos reféns.
Excelente texto, sou da área de saúde e resolvi sair dos planos de saúde por entender que quem tem que valorar o meu serviço sou eu e não o plano…foi uma ótima decisão!
Quando enfim cada um descobrir ou abrir o olhos para o que já sabe, que é a pura verdade que… DE GRAÇA NÃO EXISTE!
Se um dia enfim se derem conta de que o “de graça” custa mais caro do que imaginam…Talvez, isso mesmo, ainda assim “talvez” mudem de ideia!
Nunca existiu almoço grátis!
Aprendi, quando fazia graduação em Administração que “não há almoço grátis”.
Aguardando por uma assinatura de seus textos, professor! Abraço!
Outra possível solução: blockchain
“Life after Google” de George Gilder
Não adianta: vão cobrar da gente e continuar nos vendendo para os anunciantes.
Discordo, coisa raríssima com seus comentários.
Não vejo problemas com as redes sociais, já vi o documentário e fiquei com a impressão que uma boa parte dos depoimentos tinham uma intenção de minimizar responsabilidades em eventuais processos.
É uma mídia nova (nem tanto), posso não acessar! Posso excluir meu contato, essas questões vem sendo levantadas desde que o rádio, depois da tv foram inventadas.
Elas, assim como as demais mídias influenciam os indecisos!
Nas eleições as pesquisas e o filminhos de um mundo maravilhoso também influenciam estes!
Hoje, as leis de proteção de dados pessoais já estão presentes em 75% dos países em geral e em quase 100% dos 20 maiores.
Nós vamos nos acostumar e usar em nosso benefício.
Já usamos pois imagina se durante essa pandeMÍDIA tivéssemos apenas os canais de TV?
Eh isso!