Procurei em todos os jornais e sites dos principais centros de pesquisa, dados para saber quanto a economia irá cair, e se isso faria ela quebrar.
O dado que procuro são os custos fixos das pequenas, médias e microempresas, que são os custos que independem do volume de vendas.
Esses terão de ser pagos ou atrasados afetando a cadeia seguinte ou anterior.
Os custos variáveis não são problema, porque eles somente dependem da atividade empresarial. Caíram as receitas caem os custos variáveis.
Para as 500 maiores empresas desse país eu tenho a coleção toda, por empresa, por setor, um histórico de 45 anos, mas não tenho para as empresas pequenas, médias e microempresas.
São estes custos fixos que serão o grande problema daqui para a frente.
Também procurei o montante do capital de giro setor por setor, para saber quantos meses de “custos fixos” essas empresas conseguem pagar e assim quanto tempo podem sobreviver.
Procurei também o Índice de Liquidez Corrente, esse índice mede quanto as empresas têm a pagar nos próximos seis meses, contra quanto as empresas têm a receber.
Empresas e setores acima de 1,2 deveriam aguentar dois meses de estagnação geral, mas quantas empresas médias pequenas e micro possuem liquidez acima disso?
Eu tenho esses dados, mas para somente 20% do PIB, o meu problema é a extrapolação necessária para 100%.
Quanto o Ministro da Economia precisa dispor, não para salvar os Estados, não para manter milhares de funcionários públicos empregados, mas para salvar as empresas produtoras de bens e impostos?
De posse desses dados acho que ficaria óbvio para toda a nação, que reduzir em 0,5% a taxa de juros como não resolve esses problemas que estou apontando aqui.
Determinar quais as empresas e setores que mais custos fixos possuem ajudaria e muito para delimitar quem precisará ou não de ajuda, caso a caso.
É de vital importância saber imediatamente quais as empresas que possuem capital de giro negativo.
A maioria dos economistas do governo não sabe que empresas com capital de giro positivo, convertem ativo circulante em caixa numa recessão. Ou seja, se tornam líquidas e podem pagar salários e custos fixos.
E que empresas com capital de giro negativo começam a sangrar caixa imediatamente numa queda de faturamento.
Como é também importante saber quais as empresas e os setores cujo índice de liquidez corrente é menor do que 1, que serão os primeiros a ter problemas.
Não temos esses dados, a não ser para as 500 maiores, porque somos um país que não valoriza a Administração Responsável Das Nações.
Quem administra nossa economia são professores que nem interesse tem em coletar esses dados, muito menos buscá-los com aqueles que já os têm.
Muito desanimador, é um problema cultural, cada país escolhe profissões diferentes para administrar seus países.
Tenho alertado nosso erro de escolha há mais de 40 anos, e agora vamos presenciar o nível de desorganização, a falta de dados adequados, elaboração de medidas emergenciais equivocadas, a falta de hierarquia, obediência e cumprimento de ordens, uma imprensa disfuncional, uma desarmonia generalizada quando todos deveriam cooperar, sem a liderança de um profissional adequado.
Acho que faltom considerar o seguinte: 1- Com relacao as micro e pequenas, o caixa eh da empresa , mas dele q sai o pro labore, as despesas dos socios que nao param, entao nao basta pagar as desepsas fixas da empresa 2 – Contas a receber nesta situacao tb param de entrar.
Parabéns professor, adorei o viés contábil de sua análise!
Professor kanitz, tenho uma MPE a vinte anos, e também sou administrador de empresa, infelizmente posso afirmar com minha modesta experiência ao longo destas duas décadas que 50% das nossas micros e pequenas empresas deixarão de existir. O Trump anunciou um pacote de ajuda nos EUA para as MPEs, ontem os jornais anunciaram que não tem dólares suficientes para executar o plano deles. O Brasil anunciou uma ajuda, mais os bancos, querem garantias, e outras restrições que nós os pequenos empresários não possuímos. O senhor, experiente nesta área possui uma noção maximizada do tamanho do colapso. Talvez para não alarmar a todos, optou por apenas levantar a questão.
Kanitz faz uma abordagem preocupante sobre o grau de incerteza que paira sobre as empresas brasileiras.
Não gostei da notícia realística, preferiria ter lido que os índices de liquidez e corrente das nossas empresas são positivos e que o empresariado tem disposição para investir e gerar novos empregos.
Que o SENHOR nos ajude!
Kanitz faz uma abordagem preocupante sobre o grau de incerteza que paira sobre as empresas brasileiras.
Não gostei da notícia realística, preferiria ter lido que os índices de liquidez e corrente das nossas empresas são positivos e que o empresariado tem disposição para investir e gerar novos empregos.
Que o SENHOR nos ajude!
Prof. Kanitz!
Hoje sou professor em cursos técnicos por opção, minha pretensão é preparar os jovens (e me foquei nos jovens alunos de curso técnico) transmitindo a experiência de quem já foi aluno de curso técnico e se tornou gestor, repassando conhecimento de qualidade visando contribuir na formação de cidadãos mais responsáveis com o país (tem sido uma experiência gratificante).
Utilizo seus artigos como material de estudos e gostaria que soubesse disso, inclusive esse artigo me ajudará a explicar na prática para que serve a contabilidade básica … fico grato!
É uma humilde contribuição tentando ter um país melhor e responsável com seus cidadãos (e seus artigos ajudam muito nisso).
Quanto ao artigo, que concordo plenamente com seu conteúdo, também tentei buscar essas informações das M-P-M empresas que contribuem com mais de 72,5% dos empregos no Brasil segundo o CAGED, mas não consegui, porém essa informação sobre os empregos e sua massa salarial se trabalhada podemos obter uma parte dos custos fixos que devem configurar como um dos mais representativos.
Tentarei trabalhar essa informação para contribuir com seu estudo.
Obrigado!
A maioria dos professores não tëm tempo para pesquisa pois precisam dar aulas e se tentarem correm o risco de nem pesquisarem e nem darem aulas ou pior repetir e repetir as mesmas aulas. Pesquisadores tëm tempo de pesquisa e atualizam o mercado com palestras e seminários pontuais. Precisamos de pesquisadores e cientistas pois de professores e teóricos o mercado está cheio.
Muito bom, um alerta claro para a situação que iremos viver, pena que nunca houve preocupação com as pequenas empresas, tudo na base do achismo!
O que nos levou a esta situação, é realmente como o Prof. Kanitz relata, a negligência de se saber administrar.
Estamos nesse sentido com falta de informações, e sempre continuaremos, enquanto a carga tributária for exorbitante, e engolir os pequenos negócios, vai haver sempre negligência de informação. Se houvesse um sistema realmente simples de tributação, as empresas prestariam as devidas informações ao governo, não fariam maquiagens em registros contábeis, e saberiam como realmente apurar custos e despesas, separar fixos de variáveis e administrar melhor seus índices de liquidez.
O excesso de burocracia, e complexidade da carga tributária, faz com que os contadores/contabilistas/administradores, realizem o mínimo pra sobreviver, e quando você precisa de informação, não existe.
Ou seja, a origem da negligência federal em administrar melhor os recursos e desburocratizar o estado, levou a uma escravidão da falta de informação e da desinformação pra sobrevivência.
Fico aqui pensando se toda essa onda de empreendedorismo é realmente benéfica. Porque sem conhecimento de administração, chegamos a um número gigante de empresas que não tem giro e que muitas vezes dependem dos seus donos para funcionar; e delas dependem milhares, senão milhões, de empregados que estão em risco absurdo e não percebem. Uma paralisação da economia como essa prevista poderia gerar um efeito em cascata avassalador. Seria muito interessante termos esses índices medindo o nível de autonomia financeira das empresas pequenas e médias assim como a quantidade de trabalhadores expostos ao risco de desemprego com uma escala de risco adotada… saberíamos quão frágil é nosso “ecossistema” empresarial…
Mas Professor, o índice de liquidez neste momento me parece apenas um dado histórico, a inadimplência deve ocorrer em cascata!