Em um artigo na Veja de 1980, devo ter sido um dos primeiros economistas brasileiro, junto com o Chico Previdência do IPEA, a alertar que no ano 2000, a Previdência estaria quebrada.
“Não conte com a previdência para se aposentar”, isso dito há quase 40 anos. Foi o que eu fiz, ainda bem.
Fui o primeiro a alertar o Lula, ainda candidato, de que ele teria em 2002 que fazer uma Reforma da Previdência já, e ouvi dele, “ainda bem que já sou aposentado, já garanti o meu”.
Bem no estilo PT.
Só adianto isso para mostrar que me preocupei sim com esse problema por mais de 40 anos, e que vale a pena ler essas minhas observações.
O que me assustou nessa Reforma da Previdência foram cinco coisas específicas.
1. Em nenhum momento a UNE, os jovens estudantes de Esquerda, a imprensa de Esquerda, os jovens de Direita, reclamaram que nosso sistema Previdenciário é calcado nos jovens terem de pagar as aposentadorias dos mais velhos, e imprevidentes.
Em vez de cada geração capitalizar suas contribuições, rendendo juros sobre juros, e terem aposentadorias dignas e proporcionais ao que contribuíram.
2. Nenhum economista, atuário, advogado constitucionalista, apresentou o argumento mais forte de todos.
“Ninguém tem direitos adquiridos sobre seres humanos”. Hegel, em Filosofia do Direito.
Você só tem direito adquiridos sobre bens, a casa que você construiu, o fundo de capitalização que você providenciou, mas não sobre a renda futura do seu filho.
3. Nenhum economista, atuário, jornalista apresentou o furo atuarial por não termos, nesses 40 anos, provisionado as contribuições dos mais jovens, que estimo em 25 trilhões.
O que significa que esses 800 milhões, é igual ao valor das despesas de um único ano.
É uma enganação da equipe econômica.
Nossos jovens continuarão a serem escravos dos futuros aposentados.
4. Nenhum economista, atuário, jornalista denunciou que trazer a valor presente em 6% ao ano esse fluxo futuro, que alguns economistas de fato fizeram, é manipulação contábil.
Nesse caso não se pode trazer a valor presente.
5. Nenhum dos nossos professores de Contabilidade, contadores eméritos, denunciou que nossas contribuições previdenciárias, que são debitadas ao Caixa, e creditadas a Receitas do Governo, é manipulação contábil de todos os nossos Ministros de Previdência e mais ainda da Economia.
O correto seria creditar o passivo Dívidas Previdenciárias a Pagar, e não gerar despesas ato seguinte da entrada no Caixa.
Ou seja, continuamos a administrar irresponsavelmente esse país.
Sem termos sequer os dados, os princípios, a ética necessária para reformá-lo.
Quem vai continuar com essas preocupações nos próximos 40 anos? Eu que não serei.
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