Dei uma palestra para jovens do colegial sobre a minha profissão.
Entrei na sala e a primeira coisa que perguntei era qual a profissão que eles estavam considerando?
História, Música, Economia, Ciências Sociais, Filosofia, Letras e Sociologia foram a maioria das respostas.
Eu deixei todo mundo nervoso quando retruquei.
“Eu pedi uma profissão, não conhecimentos gerais que todos precisam conhecer, nem um hobby para as horas vagas ou para a velhice.”
“Será que nenhum de seus pais sequer lhes mostrou o Caderno de Empregos que sai todos os domingos nos jornais?”
Nunca vi um anúncio tipo “Precisamos de um Filósofo Sênior para ocupar nosso Departamento de Filosofia Corporativa”.
Esse departamento até existe e chama-se Planejamento Estratégico, necessário também para Hospitais, ONGs, Governos, mas nada disso se ensina em Filosofia.
Todo mundo precisa estudar Economia para poder entender as medidas do Ministro da Fazenda, mas não é por isso que você vai destruir a sua vida sendo um microeconomista.
Eu não vou repetir outro artigo onde digo que todos nós não estamos aqui para fazer o que “gostamos”, estamos aqui para “fazer o que é preciso ser feito”.
Eu leio livros de História, Filosofia, Economia, toco piano, participo da Política.
Mas a sociedade brasileira precisa hoje é de gente com acabativa, médicos, engenheiros, auditores, analistas de crédito, advogados societários, formados em inteligência artificial e imunologia.
E não aqueles que só querem fazer o que gostam.
Não confundam profissão com interesses mesquinhos e pessoais.
Matéria altamente pertinente com o momento tupiniquim.
Boa!
Talvez até por causa da acabativa que o senhor menciona, vemos tanto profissional medíocre na profissão que escolheu, que só visa ao lucro em detrimento do valor, cometendo erros por cima de erros por causa de uma escolha feita pelos pais, pelo mercado. Digo que a necessidade fala alto sim, mas a vocação tem um peso muito importante para o profissional,mas parece que sua visão utilitarista das coisas está acima de qualquer bom senso.
Artigo excelente.
Acrescentaria que as greves nas Ufs
reduzem ainda mais o processo de aprendizagem nas áreas de Ciência e Tecnologia que exigem muito estudo e dedicação.
Imagino que filosofia deveria ser matéria desde o início da escola, pois é ela que abre a mente para entender a diferença entre querer e poder, ou seja, entender “que todos nós não estamos aqui para fazer o que ‘gostamos’, estamos aqui para ‘fazer o que é preciso ser feito’”, não podendo, entretanto, ser ministrada nem por professores, ou melhor, filósofos, de direita nem, ESPECIALMENTE, de esquerda.
descordo de você nessa Stephen, acho que as pessoas devem fazer o que gosta sim!
descordo de você nessa Stephen, acho que as pessoas devem fazer o que gosta sim!
Vê-se que Luis Felipe Pondé tem toda a razão quando afirma ser a nossa elite empresarial extremamente mesquinha e avessa à reflexão. Kanitz se utiliza de uma história fantasiosa (esse colegial não existe, dado que a precariedade do ensino dessas disciplinas inspiraria poucos a desejá-las, com exceção de economia) para afirmar seu ponto de vista, preconceituoso e errôneo. Uma sociedade unicamente “técnica”, sem reflexão histórica e sociológica, está fadada a repetir erros do passado e a perpetuar crises de sentido. O menosprezo de Kanitz por essas disciplinas revela, talvez, seus desconhecimento para com elas. São disciplinas científicas – há muitas pesquisa sendo feitas e de grande relevância.
De resto, Stephen Kanitz é apenas mais um liberal de quermesse brasileiro que procura justificar as investidas autoritárias do governo Bolsonaro com raciocínios mirabolantes. Uma pena.
Eu acho que os críticos deste texto estão fazendo confusão. É lógico que todas essas disciplinas da área social são importantes para a formação do cidadão; porém, como profissão, elas não oferecem muitas perspectivas a não ser num emprego público, que aliás, já anda muito sobrecarregado. É bom fazermos uma avaliação sobre a perspectiva das profissões para o futuro, urgentemente.
Mestre, rindo a bandeiras despregadas aqui! abraços