Até os 40 anos de idade eu me considerava relativamente burro.
Eu perdia a maioria das discussões por não ter estudado o suficiente sobre Platão, Aristóteles e Karl Marx, para poder refutar aqueles que os citavam.
Eram professores da USP e jornalistas da Editora Abril que eram de fato muito mais eruditos do que eu.
A única coisa contraditória que eu perceberia ao longo dos anos, é que eu estava progredindo na vida e eles não.
Fui um dos primeiros a programar o IBM 1620 da Politécnica, a ter um computador pessoal, o Apple 2, a manipular um Excel, na época Visicalc, a surfar na internet, nada disso Aristóteles e Platão ensinavam.
Lentamente descobri que o “progressista” era eu, e os “conservadores” eram eles.
Eu havia confundido todos esses anos erudição com inteligência.
Até hoje intelectuais não sabem exatamente o que é inteligência, mas isso nada os impedem de se acharem intelectuais.
Minha definição é “a capacidade de ver o que outros não percebem, a capacidade de fazer associações despercebidas pelos demais”.
Pessoas inteligentes são aqueles/as que sabem lidar com N variáveis ao mesmo tempo, perceber relações causais, separar o joio do trigo, o essencial do supérfluo.
A tragédia das mulheres hoje em dia, acredito eu, é que elas também confundem erudição com inteligência, e muitas se acham burras como eu me achava até os 40.
Nosso ensino superior é realizado basicamente por homens, que ensinam a lidar com duas variáveis por vez, e não N variáveis por vez, o que as mulheres são mais capazes de fazer que os homens.
O problema da mulher não é a opressão masculina, mas a forma como as mulheres são instruídas, que nada lhes ajuda a lidar com a vida que elas levam.
Administrarem N coisas e variáveis ao mesmo tempo.
Distribua esse artigo aos jovens que você conhece, eu teria adorado ler isso com 25 anos de idade.
Obrigado, sou um leitor assíduo do senhor. As vezes gosto de compartilhar uma informação que com muito custo consegui ou alguma técnica que desenvolvi e quando compartilho percebo que a pessoa não dá o valor que eu acho devido e em todas as vezes percebo a falta de agradecimento. Não gosto de cometer esse erro. Mudando de assunto, informo que sou estudante do curso de Direito em Palmas-TO e um professor pediu uma reflexão para levarmos e discutirmos em sala e levarei o texto Filha, Não Tenha Medo de Ser Diferente, logicamente fazendo a devida referência. Mais uma vez falo, aprendo muito com o senhor. Muito obrigado.
Alerta e força às meninas(independente de idade), ampliem erudição e fulgurem com a inteligência. E aos meninos(de mamando a caducando) não se apequenem; dêem espaço às meninas e suas(dos mwninos) inteligência fará brilho. Elas merecem todo respeito e consideração, e o nosso amor estará em festa.
Parafraseando um político mineiro em outro sentido, erudição quando é demais engole o erudito.
Claro que o conhecimento é muito útil, pois impede a repetição do erro, entretanto quando se dá a ele, o conhecimento, apenas o status de “erudição”, o raciocínio próprio fica acanhado impedindo novas descobertas, novos caminhos.
Muito bom professor.