Em janeiro, o Presidente Temer me ligou combinando uma reunião.
Não sabendo quanto tempo seria nossa conversa eu fiz um exercício interessante.
Se meu tempo desse para tratar de um único assunto, o que eu priorizaria?
Se tivesse tempo para tratar de dois assuntos, quais assuntos seriam?
O que acabei escolhendo como o assunto mais importante surpreendeu até a mim.
“Presidente, para entender esse país é necessário saber que o Brasil é um dos únicos países do mundo que ainda não fez a transição da empresa familiar para a empresa profissional.”
“Os Estados Unidos fez essa transição em 1913, graças ao Presidente Woodrow Wilson, e consolidado por George Doriot e o Presidente Eisenhower.”
“Odebrecht e JBS só são corruptas por serem ainda empresas familiares.”
Administradores profissionais nunca se arriscariam a tanto porque o lucro da corrupção se reverteria para os acionistas, uma bela diferença.
“Senhor Presidente, o Brasil também não cresce porque as empresas familiares querem manter o controle do capital na família e por isso relutam em fazer IPOs, o que aceleraria o nosso crescimento.”
“Portanto, o crescimento das empresas brasileiras depende exclusivamente do reinvestimento de lucros, que com a Dilma simplesmente minguaram.”
“Senhor Presidente, o BNDES não é hoje um propulsor de obras de infraestrutura.”
“O BNDES foi capturado por essas famílias e se tornou uma forma dessas grandes empresas se financiarem sem perder o controle do capital.”
“A culpa não é necessariamente dessas famílias, ela tem origem na Lei do Economista de 1945, que determinou o fechamento em 1946 de todas as nossas Faculdades de Administração.”
“Foi um golpe profissional que privou o Brasil de mais de dois milhões de jovens treinados em Administração que poderiam ter sido contratados pelas empresas familiares.”
Hoje temos mais uma comprovação de nosso problema número um.