Só discutir taxa de juros não leva a nada.
O Brasil possui um sério problema que é a falta de um sistema bancário capilar, comunitário, ágil e flexível.
No Brasil temos somente quatro bancos que praticamente detêm 78% dos empréstimos bancários.
Em 1956 tínhamos 430 bancos, e os quatro maiores detinham 12% dos empréstimos bancários somente.
Os quatro bancos são:
- Banco do Brasil, uma estatal ineficiente e dominada pelas políticas econômicas do governo.
- Caixa Econômica, alguns dizem com sérios problemas financeiros, voltada ao crédito imobiliário.
- Banco Itaú, um banco de controle familiar, voltado a serviços e dominado por engenheiros e não banqueiros.
- Banco Bradesco, um banco sem dono, controlado por seus diretores.
Não se sabe como será a transição de comando.
Há um quinto banco, o Santander, com sede em Madrid, longe portanto do nosso dia a dia.
Isso é muito sério.
E ninguém discute isso, nem eu deveria. Um desses bancos cuida do meu dinheiro.
Todos são grandes, lentos, complicados, nada ágeis, e nenhum conhece seus clientes por nome, só número.
Todos nos tratam como bandidos querendo roubar nosso próprio dinheiro, tal o número de senhas, tokens, procedimentos de verificação.
Para piorar, todos cresceram não emprestando à empresa brasileira, mas sim capturando float inflacionário durante a época de inflação.
Nenhum sabe emprestar dinheiro para empresas, nem querem, algo que descobri quando criei meu Termômetro de Previsão de Falências.
“Não nos interessa.” Foi quando mudei de interesse e passei a prever os Melhores e Maiores da Revista Exame, 40 anos atrás.
O Brasil precisaria hoje de 1200 bancos, menores, especializados, comunitários, ágeis e pessoais.
A Áustria, país bem menor, tem 600.
E isso é extremamente urgente, não voltaremos a crescer sem financiamento rápido e ágil.
Mas ninguém discute esse problema. Eu sei o porquê.