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Administradores em geral não são exatamente brilhantes. Haja visto.
Não temos nada parecido aqui com um Peter Drucker, Tom Peter, Jim Collins.
Administradores na média não são brilhantes pensadores, criadores nem intelectuais, etc.
Não vejo um livro tipo “O Jeito Brasileiro de Administrar” sendo recomendado, porque não existe.
Os escolhidos para darem palestras para empresários são filósofos da Unicamp, e são aplaudidos por empresários que confundem erudição com inteligência.
Porém, os administradores são especialistas em observar o que deu certo em outras empresas para copiá-los, aprimorando-os.
Só isso já justifica suas existências.
Nosso ensino é por Estudo de Casos (dos outros), adoramos benchmarks, custos padrão, teorias administrativas que dão certo.
Minha vida girou em torno de Melhores e Maiores que criei para a Revista Exame, O Brasil Que Dá Certo, que foi best seller, 0 Prêmio Bem Eficiente, mas nunca serei lembrado por uma teoria.
O Japão e a Coreia viraram potências copiando as técnicas administrativas inglesas e americanas, copiando seus produtos e os miniaturizando.
O que me espanta é o número de intelectuais brasileiros, que em vez de copiarem o que funciona bem no Brasil, querem copiar o que funciona em Cuba, por exemplo.
Ou em vez de copiar, o que venho mostrando há 50 anos o que funciona no Brasil, de 1950 a 2001 Professores da USP lutaram com afinco para copiar os sistemas da Rússia.
Ou então copiar a China Comunista, justamente a que deu errado, e não a China de hoje, que deu certo copiando as escolas de administração americanas, hoje as melhores do mundo.
Recusar por 50 anos saber o que dá certo no Brasil, como absolutamente todos nossos gênios recusaram, me deixa pasmo.
Até hoje nunca fui procurado por um FHC, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, João Doria, Paulo Skaf, Aécio Neves, José Serra, para contar a minha experiência com o que dá certo no Brasil e o que dá errado.
Não estou tentando aqui cavar um convite tardio, nem aceitaria.
Tanto que desisti dessa área faz 20 anos, a foto na capa até me constrange.
Precisamos mudar essa cultura intelectual de copiar o que dá errado já.
Precisamos incentivar outros Kanitzs, bem mais jovens, a “pesquisarem e divulgarem o que dá certo”.
Em vez de pesquisar e noticiar por 50 anos tudo que dá errado nesse país.