Mas muitas vezes se faz o movimento diametralmente oposto, que também não é necessariamente a solução correta.
Essas duas políticas, “mais da mesma coisa” e “guinada de 180 graus”, resumem praticamente 95% das políticas econômicas implantadas neste país nos últimos 35 anos.
Agora imagine, em vez de lidar com uma única variável e seu intervalo de reação, como crescimento e juros, temos que lidar com cinco ou mais variáveis ao mesmo tempo.
Quem já tomou banho de chuveiro em casa antiga sabe como é difícil ajustar a temperatura quando é grande o intervalo de reação entre abrir a torneira de água quente e ter um fluxo de água na temperatura desejada.
Requer paciência, num vai e vem sutil, requer disciplina.
Imagine agora acertar a temperatura com cinco torneiras e cinco intervalos de reação diferentes e desconhecidos.
Isto é o que nós administradores fazemos todo dia.
Tentamos calibrar a dose e observar os efeitos antes de agir novamente.
As doses são homeopáticas e impera a paciência.
Agora imagine tentar controlar as dezenas de variáveis necessárias para desenvolver um país.
“Vamos usar todas as medidas que forem necessárias”.
Se com uma única variável já é complicado, imagine com 10 medidas macro prudenciais.
Se você almeja uma vida tranquila, aprenda a avaliar corretamente o intervalo de reação de sua esposa, filhos, chefes e subordinados para não cometer os mesmos erros: erros na dosagem da medida, erros na avaliação do intervalo de reação, erros na falta de paciência.
Mais para reduzir a possibilidade de este tipo de erro precisa conhecimento e experiencia…esse e o problema das equipes economicas.
Só que as equipes econômicas ou da administração como um todo não são escolhidas no Brasil por competência e sim por interesses políticos. Com poucas exceções como exemplo a escolha do Meirelles para presidir o BC, algumas escolhas chegam a parecerem uma piada.
Brilhante professor!