Basta observar a mesa de um cientista, injustamente chamado de louco por suas atitudes desordeiras.
“Ou se escolhe ordem ou se escolhe progresso”, diz Semler.
Eu tenho uma terceira interpretação, que segue a linha de Semler mas é um pouco diferente.
Nossa bandeira deveria conter a frase invertida: “Progresso e Ordem”, no sentido Progresso e depois Ordem.
Depois da bagunça da criação, é necessário ter uma fase mais calma de consolidação.
Todos os cientistas sabem disso.
De tempos em tempos, até eles criam vergonha e arrumam o laboratório.
Progresso primeiro, ordem depois faz mais sentido do ponto de vista operacional.
Quem coloca a sociedade em ordem não são os intelectuais, como nos querem fazer acreditar, mas sim advogados, contadores jornalistas, historiadores, professores.
São eles que ajudam a consolidar os “progressos” feitos pelos cientistas, empreendedores, criadores e revolucionários, sedimentando-os em leis e lições para que o restante da sociedade possa imitá-los.
Até os progressistas mais revolucionários precisam, periodicamente, de um governo mais conservador, para que as mudanças se tornem consagradas, sedimentadas e difundidas.
Quem gera o progresso sem dúvida são os criadores, os inovadores, as pequenas empresas e os pequenos empresários, os artistas que quebram paradigmas, os que destroem a “ordem” e a visão reinante, os que se arriscam e mostram o exemplo.
A desordem dessa fase precisa de uma pausa para respirar e de membros da sociedade preocupados em consolidar as conquistas geradas.
Nosso erro fundamental, portanto, foi inverter o processo.
A ordem sucede ao progresso.
Não o antecede, como reza nossa bandeira.
Caro professor, peço desculpas mas criatividade não tem nada haver com desordem na acepção da palavra bagunça empregada por Semler. É uma ferramente dentro processos que atingem resultados. Existe certa ordem (não militar, dentro da lógica de sua própria metodologia), por onde se atinge o progresso, através da inovação.
Bagunça não atinge resultados talvez explique, contudo, nosso estágio atual.
Não sei exatamente o que Semler quer dizer com isso, mas com certeza precisa visitar os bancos acadêmicos do MIT, Stanford ou Harvard.
Grande abraço.
FL
“haver”????
Professor acho que o tema mecesse discussão. Gostaria de provocar a reflexão com a seguinte pergunta: POde uma organização que representa orçamento equivalente ao fauramento das 500 empresas listas na Revista Exame sobreviver sem sistema de custos?
Então a reflexão é se podemos ter o progresso sem esabeler a mensuração, considerando que isso de alguma forma representa a ordem.
Acreditamos que esse tema possa ser objeto da sua reflexão, pois as Universidades podem contribuir nesse processo de estabelecimento dessa ordem.
Um abraço.
A “misão” mais antiga que eu conheço estava escrita, reza uma antiga lenda, no frontão da Academia de Platão, e dizia: “ninguém que ignore a geometria entre”. Bom, mas o que isso tem a ver com o texto de Kanitz? Tem a ver com a ordenação do pensamento que as ciências (em especial as matemáticas – aritmética, geometria, estereometria, astronomia e harmonia, nesta “ordem”) são capazes de operar, segundo Platão. Sob tal perspectiva, o conhecimento científico seria propedêutico à dialética, que para Platão seria a ciência por excelência, por ser a mais simples e que ordenaria todas as outras. Apenas após a ordenação do próprio pensar seria possível o “progresso”, dos fins aos princípios, e que, uma vez alcançado, retornaria pela via inversa, isto é, dos princípios aos fins.
Ou seja, me parece que caímos no velho problema do ovo e da galinha. Há progresso que precede a organização, do mesmo modo que parece haver sempre algum nível de organização antes de algum progresso. Talvez o mais importante seja a interação constante entre os dois processos, já que um impulsiona o outro, sem se importar com qual venha primeiro, desde que ambos aconteçam.
Inté.
Errata: “missão”, hehe. Acontece.
tudo é ponte de vista. A realidade é uma só. Qual sua opinião? Qual sua crença? No que quer crer? E daí? Faz Diferença? A vida é o que acontece enquanto fazemos planos! Evolução, evoluir, incertezas ou segurança psicológica, afaçamos sempre.
serei mais minimalista: está ordem e progresso porque o O vem antes do P. agora se fosse possivel mudar, sugeriria “respeite os seus direitos”.
Somos administrados por uma ”quase” totalidade de políticos corrompidos pelo poder. A desordem é totalmente proposital, cria-se um verdadeiro embaraço para que toda a falcatrua seja armada. Copa do mundo está ai como a prova mais fresca possível. Estádios construídos em caráter emergencial, TODOS com o orçamento muito além do planejado. População já sabia desse resultado e aceita sempre passivamente. Ganhamos mais um diploma de trouxa. Sem a ordem jamais existirá o progresso, tem que haver clareza nas contas publicas para que possamos medir os resultados. A missão deveria ser verdade e transparência.!!!!
É complicado afirmar que a população (eu, vc e o resto do brasil) aceita de braços cruzados toda essa roubalheira que acontece, porém, a maioria de nós baderneiros das manifestações, quando saímos às ruas “quebrando tudo”, tentando demonstrar uma revolta e até mesmo causando prejuízos MÍNIMOS comparado a tanta injustiça que sofremos diariamente com pessoas do poder público super faturando contratos e etc, somos irresponsáveis, lamentáveis e ridículos perante o resto do Brasil que aceitam tudo de cabeça baixa. Então é isso, ou vamos para a rua quebrar tudo como foi na época da ditadura e reivindicar melhores condições de governo, ou vamos permanecer com a luta em vão dessas pessoas q lutaram no passado.