[pullquote]A única forma de reduzir deficit é reduzindo custos.[/pullquote]
Superavit é quando se gasta menos do que se arrecada, algo que toda empresa, governo e família deveriam almejar. É a lei número 1 da administração.
Deficit é quando se gasta mais do que se arrecada. Por mais de cinquenta anos, nossos governantes cobriram ou “encobriram” seus deficit com a emissão de moeda, o que deu início ao nosso flagelo inflacionário.
Depois cobriram estes deficit contraindo dívidas externas e internas impagáveis, para financiá-las.
Nos últimos dez anos e especialmente no governo FHC, aumentaram os impostos para cobrir ainda mais deficit, até chegar a esses sufocantes 45% de carga tributária.
Mesmo assim, os deficit do governo continuam, hoje na casa de 3% do PIB ao ano.
Esse propalado “superavit” primário não é um superavit, mas um truque semântico. Não inclui os juros nem as amortizações a pagar. É como achar que seu salário dá para viver, excluindo a pensão dos filhos e os juros do banco. Ou seja, nossos governos continuam a não honrar todos os seus compromissos.
A única forma de reduzir deficit é reduzir custos.
Algo nunca feito.
Quanto mais estudo, mais aumenta minha impressão de que todos sabem o que fazer. E somos ingênuos em pensar que não fazem por não saber. O que ocorre é que não criamos uma estrutura que promova esse fazer. Nossa estrutura é totalmente montada para promover o interesse pessoal e o patrimonialismo. Se ela não mudar, nada de diferente será feito.
Temos uma estrutura de medidas, sistemas de avaliação e premiação que nos trouxeram até aqui. Se quisermos ir para outro lugar, precisamos mudar essa estrutura. O resto é remendo.
Melhor parágrafo do blog! Parabéns Mara!
Isso mesmo!!!
Kanitz
Aqui na minha cidade tem uma família que tinha uma empresa,viviam em carrões,davam muito valor as aparências e ostentações.Um dia a empresa quebrou,pois sua liquidez pagando credores era negativa.A família continua vivendo muito bem,mas os empregados e fornecedores estão numa pior.Encerrando o patriarca chama Sr. Brasil,seus filhos José Ribamar,Fernando Henrique e Luiz Ignácio estão muito bem obrigado e hoje fingem que não conhecem seus antigos empregados.
Concordo! Começaria reduzindo os custos da dívida pública. Primeiro auditoria. Numa empresa se a dívida é muito grave , os sócios podem pedir uma auditoria. Depois veria, como surgiu esta dívida e com quem. Após veria se pagaria ou não> Se paga-se em que condições pagaria, etc.
Calote da dívida?
Engraçado que uma hora os investidores adoram inflação e juros altos, e depois dizem que a dívida pública compromete a economia, e a torna não confiável.
E o que vejo é os Japão com previsão de PIB baixo( menos de 2% com previsão recente), juros menor ainda, importador de commodties e comprometimento da dívida de 250%;
Eles estão quebrados? Só para entender…
Só mesmo um administrador “por Harvard” para postar um artigo desses.
Não podemos esquecer do último episódio com Reinhart e Rogoff, também de Harvard diga-se de passagem, em que defendiam a austeridade ao mostrar que países com dívida acima de determinado limite cresciam menos no longo prazo. Detalhe: cometeram um erro na planilha que
utilizavam.
Imagino que a Europa poderia estar em posição melhor agora, não fossem nossos pensadores de Harvard.
A humanidade levou o homem a Lua, mas isso, com toda certeza, foi muito mais
simples de se fazer do que encontrar o problema aqui exposto.
Um economista, um engenheiro, mas não um administrador ao que tudo indica, esclareceria a razão de existir do superávit primário, porque será que esse conceito ainda existe?
Porque temos o superávit nominal?
Qual a razão do Banco Central adotar o superávit estrutural?
O autor considera que o Brasil perdeu sua visão em 1964, antes, portanto, do
Milagre Econômico Brasileiro, muito interessante. O que Werner Baer diria
sobre isso?
Fico me perguntando às vezes, seria a falta de embasamento econômico de nossos administradores que produzem esses singelos trabalhos?
Achava o máximo ler os textos do Gustavo Franco e do Kanitz na Veja quando tinha 10 anos, continuo aprendendo muito com os do Gustavo, não na Veja, claro.
Meu intuito não é desmerecer Harvard ou o autor, tanto que citei um economista com PhD em Harvard, Gustavo Franco, e não o Fraga, por exemplo.
O objetivo é chamar atenção para o fato de que o mainstream também erra, e no caso desse artigo, quero mostrar que a argumentação adotada é bastante superficial.
Se o título fosse “Minha opinião sobre …”, ok, não teria problema, só demonstraria o conhecimento sem profundidade sobre a questão. Como o título é “Entenda …”, o considero bastante grosseiro.
…o problema não é este! Kanitz não quis é entrar no detalhe político, que é predominante nestas decisões. Apenas tentar abrir os olhos de que devido aos muitos interesses (políticos e pessoais), não se dão a devida atenção para um grave problema, que não resolvido, traz problemas grande no decorrer dos anos.
Concordo com você que temos um problema, ele foi apelidado de “contabilidade criativa” pela imprensa, e estou de acordo com você que traz grandes problemas, mas não só no longo prazo, no curto prazo você tem a perda de credibilidade, o que gera desconfiança dos investidores e impacta a curva de juros.
Entretanto, minhas críticas se referem ao amadorismo do artigo, não se pode escrever um artigo nesse nível intitulado “Entenda Déficit Público”.
O Nosso amigo Leandro, acredito, cometeu 3 (três) enganos básicos em sua “avaliação” sobre o texto e sobre a competência do autor. Vejamos: primeiro ele classifica o texto de amador, sem base e grosseiro. Pretensamente, ele chama de amador um texto que traz dados, argumentos e conceitos que, didaticamente, esclarecem dúvidas jamais explicadas pelos economistas ou engenheiros e, ainda, justificam históricos problemas brasileiros de endividamento por conveniência e comodidade irresponsáveis dos governos. Superávit é a diferença positiva entre a arrecadação e os gastos; e Déficit é a diferença negativa entre a arrecadação e os gastos. De novo, ele, pretensamente, chama de desembasado um texto que traz dados e deduções irrefutáveis sobre as causas do crônico problema de nossa economia, mesmo porque é de conhecimento público e professado pelos mais dotados e menos dotados conhecedores da área há muito tempo. Irrefutável é a informação de que os governos brasileiros sempre cobriam suas irresponsabilidades fiscais com a solicitação de emissão de moeda ao governo norte americano, por um bom tempo, e, depois, passaram a fazê-lo aqui mesmo. Irrefutável é a consequente inflação gerada por essa medida. Os desdobramentos resultantes, ou seja, as captações de recursos internos e externos a juros generosíssimos arrolados por anos a fio, o que é público e notório. Fechando o ciclo de “soluções” propostas por economistas temos o aumento dos impostos em quase metade do preço final ao consumidor. Ainda, faz uma homenagem aos grandes pensadores da atualidade sobre a matéria, inclusive os de Harvard, repetindo, o que alguns chamam de mantra, ao qual o governo brasileiro tem ojeriza, que a solução é reduzir os custos públicos. Por derradeiro, nosso amigo classifica de grosseiro um texto que esclarece, mesmo a quem não se ocupa com o assunto, como se estrutura o déficit público do Brasil. Penso que não é grosseira uma intenção como está.
O segundo engano me parece, aí sim, grosseiramente pretenciosa, a maneira como o nosso amigo tenta desmerecer o autor e seu texto, fazendo-se passar por alguém versado na matéria, mencionando, não citando como ele diz, artificialmente, clichês e nomes que parecem copiados e colados de um texto alheio, com os quais ele se arvorou a “criticar” o que parece não ter, nem de longe, suspeitado do que se tratava.
O terceiro engano é que o autor nos diz que não adiantam soluções sem um encadeamento de repercussões. Isto é, uma solução somente será efetiva se repercutir para viabilizar medidas que ajudem a resolver outros problemas da cadeia macroeconômica do país. È típico e quase inerente de um administrador essa preocupação. Não o tratamento retórico do que seja superávit ou déficit como o nosso amigo, de maneira arrogante, o fez.
Paulo Freire, aluno de administração e leigo em economia.