A palavra “especulador” tem sua origem na raiz indo-germânica “Spec”, que significa olhar.
São dessa raiz as palavras especialista, espelho, expectativa, respeito, inspetor, especial, esperança, espetáculo e, finalmente,
especulador: aquele que olha à frente, vê o futuro, aquele que enxerga aquilo que outros não veem.
Toda nação precisa de bons especuladores.
Especuladores que enxergam o futuro ganham dinheiro, os que erram perdem e são rapidamente eliminados.
O problema não é o especulador que especula com o próprio dinheiro.
O grande problema do Brasil e do Mundo são os que especulam com o dinheiro dos outros, com o dinheiro das viúvas, poupadores e do povo.
George Soros, considerado o maior especulador da década, percebeu que o governo inglês estava manipulando a libra, mantendo-a na paridade com o marco alemão.
Ao prever o óbvio, que a Inglaterra não era a Alemanha, Soros prestou um serviço ao povo da Inglaterra, pondo fim àquela especulação governamental, e ganhou fortunas por sua coragem.
Em 2000, o governo brasileiro lançou um global bond de 1 bilhão de dólares pagável em quarenta anos.
Ofereceu uma taxa de 13,5% ao ano, sem ter a menor ideia de qual será a inflação americana em 2030.
Muito menos em 2040. O juro (real) a ser pago é, portanto, desconhecido, o que fere os princípios de aprovação orçamentária pelo Congresso e fere também a Constituição.
Provavelmente, os governantes “especularam” que a inflação americana e o juro real seriam os mesmos por quarenta anos.
Especularam mal, a inflação americana caiu, e quem vai pagar por essa diferença por mais 28 anos? Você, caro leitor, e não os “técnicos”que assessoraram mal o Ministro da Economia.
Nossos jornalistas e intelectuais saem acusando “especuladores”, alegando que fomos “vítimas de um ataque especulativo do mercado” e esquecendo-se de alertar nossos jornalistas de que quem especulou em primeiro lugar foi justamente o governo.