O Poder dos Homens G

A crise mundial de 2008 foi um fenômeno conhecido por zoólogos como o estouro da manada.

Ela ocorre quando os machos alfa se assustam por alguma razão, seja um vulto de leão, um relâmpago ou um trovão.

Sem analisar a situação por um segundo, fogem em pânico, na esperança de que comido será o bezerro retardatário.

As fêmeas, surpresas, fogem atrás, seguindo “o nobre exemplo” do macho alfa em disparada.

Os primeiros a sair gritando “fogo”, numa casa de espetáculos, e dizendo que “200 bancos americanos vão quebrar e o mundo vai derreter” foram os machos alfa.

O G dos G, o diretor-geral do FMI, saiu a público afirmando que as bolsas iriam derreter 20% em dois dias, algo que uma pessoa na sua posição jamais poderia dizer. Meses depois foi pego estuprando uma camareira. Tipicamente G.

Boa parte daqueles que saíram resgatando fundos de investimento foram pessoas inocentes, que confiavam nos profissionais do Fed e do FMI.

Mas, se eles mesmos estão em pânico, o pânico se espalha.

O macho alfa sobrevive usando a força bruta, e não a inteligência.

Ele quer e detém o poder.

É sedutor, aprende a falar bem, acha que sexo se consegue ou com poesia ou mentindo descaradamente.

Numa crise, são os homens tipo G os mais interessados em aparecer, tipo o publicitário Nouriel Roubini, no rádio ou na televisão, que, devido à concorrência, baixam seu padrão de seleção.

Eles tratam primeiro de salvar a própria pele.

Raramente pensam nos mais fracos, como gostam de afirmar, muito menos procuram acalmá-los.

Nenhum Homem G brasileiro saiu acalmando os investidores brasileiros ou estrangeiros, mostrando-lhes que o Brasil não tinha esse tal de “subprime”, nem “alavancagem financeira”, nem bancos com prejuízo, prestes a quebrar.

Só disseram que a crise iria piorar e atingiria o Brasil, profecia que quase se cumpriu.

Nenhum Homem G brasileiro saiu apresentando fatos concretos, informando que nossos bancos financiam governo e não imóveis, que nosso crédito ao consumidor não passa dos 36% do PIB, contra os 160% do americano, que metade dos bancos já era estatal, que o momento era para comprar ações dos alfas apavorados, e não para sair vendendo junto.

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