Vale a Pena Viver de Aluguel?

O sonho de muitos brasileiros é construir duas ou três casinhas e viver de aluguel na velhice.

Só que nos últimos cinquenta anos a população brasileira cresceu de 50 para 200 milhões de habitantes, gerando enorme valorização dos preços de imóveis e terrenos para a construção.

Por isso, os imóveis eram sempre nossa primeira opção de investimentos.

Só que nos próximos cinquenta anos nossa população não vai mais crescer 400%, mas somente 10%.

Daqui 50 seremos 220 milhões e olhe lá. 

E ainda bem.

Isso significa que a necessidade primária de novos imóveis ficará em menos que 0,2% ao ano.

Será que os imóveis se valorizarão como no passado?

Dez anos atrás vendi um apartamento de um dormitório que me rendia um aluguel e coloquei os 60.000 reais em ações de seis empresas, cotadas em bolsa.

Minha primeira alegria foi descobrir que a corretagem em ações não chegava a 0,5% por transação, enquanto em imóveis o valor da corretagem chega a 6%, mais Imposto sobre Aquisição de Imóveis (Sisa), mais CPMF, mais o custo do cartório e do advogado independente, que hoje é imprescindível, o que pode elevar a brincadeira toda para 8%.

A segunda alegria foi perceber que, enquanto meu inquilino me considerava seu algoz, as empresas me chamavam de sócio e de parceiro.

Meu inquilino considerava meu aluguel uma despesa a ser reduzida de tempos em tempos, já que o prédio envelhecia ano após ano.

Por outro lado, as ações valorizavam-se com o tempo.

Enquanto meu apartamento ficava de três a quatro meses vazio entre um inquilino e outro, nas empresas meu dinheiro não ficava parado um minuto.

Enquanto meu apartamento se desvalorizava 1% ao ano por obsolescência e depreciação, as ações se valorizavam no mínimo 4% ao ano, porque boa parte dos lucros é reinvestida na empresa, o que muita gente não percebe.

Normalmente, só 25% a 50% dos lucros são distribuídos em dividendos.

Hoje, tenho vários dos 25 melhores executivos do mundo, trabalhando para mim.

Ao contrário de meu ex-inquilino, que vivia desempregado e atrasando o pagamento.

Por isso, metade das famílias americanas possui ações em vez de imóveis de aluguel, enquanto no Brasil menos que 3% investem em ações de forma significativa.

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