Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.
Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros.
Isso, porém, não é ética, é ambição.
Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria.
Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética. Não conheço ninguém que tenha sido expulso da faculdade por ter colado do colega.
“Ajudar” os outros, e nossos colegas, faz parte de nossa “ética”. Não colar dos outros, infelizmente, não faz.
O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. Por quê? Dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos.
Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição.
Monica Levinski, uma insignificante estagiária na Casa Branca, colocou a ambição na frente da ética, e tirou o Partido Democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, pelo enorme sucesso da economia na sua gestão.
Definir cedo o comportamento ético pode ser a tarefa mais importante da vida, especialmente se você pretende ser um estagiário.
Nunca me esqueço de um almoço, há 25 anos, com um importante empresário do setor eletrônico.
Ele começou a chorar no meio do almoço, algo incomum entre empresários, e eu não conseguia imaginar o que eu havia dito de errado.
O caso, na realidade, era pessoal: sua filha se casaria no dia seguinte, e ele se dera conta de que não a conhecia, praticamente.
Aquele choro me marcou profundamente e se tornou logo cedo parte da ética na minha vida: nunca colocar minha ambição na frente da minha família.
Defina sua ética quanto antes possível.
A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição.
…quando a ambição antecede a ética, ela torna-se vaidade…
Ola Stephen!
Li aqui uma exposição perfeita – e para mim inédita – sobre ética e ambição. Já vi muitas pessoas discorrendo a respeito, tentando explicar como a ética se aplica (ou não) à vida, especialmente a profissional. Em sua abordagem, “um quê a mais”, o lado pessoal, algo similar à pergunta mais original que ja vi em um meio de comunicação: “O que você tem a ver com a corrupção?”… Parabéns, o artigo é genial!
Ambição e ética são concorrentes diretos. Se você dá muita importância para um acaba se distânciando do outro. O segredo é conciliar. Tudo na vida depende de meio-termo, até aquilo que nos dá mais prazer, mais alegria. Quando a ambição passa por cima da ética, o resultado é o que podemos acompanhar nos noticiários que ocupam as manchetes em nosso país.
Assim, para mudar definitivamente essa situação, é preciso estabelecer um limite para nossa ambição não nos permitindo, em hipótese alguma, violar a ética para satisfação pessoal.
Muito bom o artigo! Que dera que todas as pessoas compreendessem assim!
Caro Kanitz, suas palavras: “as pessoas mais infelizes que conheço são as mais ricas”. Talvez vc não conheça os ricos que eu conheço. Abraços, Mauro Calil http://www.calilecalil.com.br @calilecalil
Tinha que mandar os jornalistas brasileiros lerem isso.
Muito bom o artigo.
Parabens!!!
Mesmo o mais antiético dos humanos nunca se vê como tal… No máximo reconhece que os “nobres” fins justificam os meios. Talvez o maior castigo da ambição, quando manifesta através da ganância desmedida, é o fardo que ela traz, a solidão.
Caro Kanitz, se os políticos pensassem assim, seriam exemplos e não a vergonha que são para a sociedade.
Simples e brilhante… Parabéns! Uma das várias lições e lembranças da essência que devemos ter…
Quando leio textos deste tipo fico intrigado… como é possível… “nunca colocar minha ambição na frente da minha família”. É impossível no sistema em que vivemos.
Nunca ouvi falar de uma pessoa de sucesso financeiro que por algum momento não teve que colocar sua ambição na frente e “esquecer” da família. Warren Buffett é um deles.
Como você mesmo diz… “As pessoas mais infelizes que eu conheço são as mais ricas.” porque se preocuparam e se ocuparam tanto em ficar rico que esqueceram de viver. E hoje estão velhos, afastado emocionalmente da família e/ou doentes.
Alguns pode até pensar que estou defendendo a pobreza, não, não estou. Sei que neste sistema em que vivemos precisamos de dinheiro para viver. Eu quero algo melhor. Não só para mim, para todos. Por isso defendo a Economia Baseada em Recursos.
Agora lhe pergunto Kanitz, você é feliz? Você em algum momento da vida teve que se “afastar” de sua família para saciar suas ambições?
Um livro que tem haver com o tema. “Ah, Se Eu Soubesse… ” de Richard Edler.
esse e um artigo que deveria entrar em debate nas escolas,senado,e um contrato ao ser humano.kk
Professor Kanitz,
O mais difícil para o jovem ambicioso hoje é saber o limite.
Muito bom o artigo.
Foi por causa da ética que você saiu da Veja ?