O Poder da Validação

Todo mundo é inseguro, sem exceção.

Os super confiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.

Afinal, ninguém é de ferro.

Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça que já tenha sido encenada 500 vezes.

Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator se relaxa e parte tranquilo para o resto do espetáculo.

Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada novo artigo que escrevo, e corro desesperado para ver os comentários postados.

Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. Mas como reduzir esta insegurança?

Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora do nosso controle.

Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.

Segurança depende de um processo que chamo de “validação”, embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.

Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição.

7 Comments on O Poder da Validação

  1. Antes de mais nada, Valeu Stephen!
    Mas discordo ligeiramente de você. Li esses tempos uma definição muito inteligente sobre inteligência: a capacidade de adquirir capacidades.Ao longo da vida vamos aumentando nossa competência e diminuindo (diminuindo) nossa insegurança. E não é só fingimento. Aumentamos inclusive a competência de conquistar pessoas. Você, por exemplo, atingiu a excelência como escritor, apesar da natural insegurança. É claro que eu sou inseguro como todo ser humano e preciso de validação como todo ser humano. No entanto, aprendi ao longo de minha já um pouco longa vida que quanto mais eu dependo da opinião alheia menos seguro – e feliz! – eu sou. Um argentino(!) chamado Bernardo Stamateas escreveu um livro chamado “Pessoas Tóxicas”no qual ele descreve tipos. Um desses tipos é o desqualificador. Um tipo de pessoa tóxica muito comum e perigosa. Essas pessoas desqualificam os outros para se sentirem importantes. Você esta fazendo um excelente convite às pessoas para se tornarem validadores ou qualificadores! por isso, apesar da minha ligeira discordância eu digo de novo: valeu Stephen!

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  1. A resiliência existe a partir limite | Resiliência e Vida

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