Os maiores desfalques em empresas familiares são cometidos por parentes, em que não escapa nem filhos, muito menos genros. Bons amigos então, nem se fala. De onde surgiu este mito de que amigo do peito e parente não roubam?
Essa prática não é exclusiva de nossos políticos. A maioria de nossas empresas contrata diretores da mesma maneira, tanto que são chamadas de empresas ‘familiares’.
A saída para esse dilema é outra. Em vez de contratar um amigo do peito, selecione o melhor e mais qualificado profissional possível para o cargo, independente de conhecê-lo ou não. Em seguida, cerque o contratado de controles gerenciais, fiscalização interna, auditoria externa, o que for necessário para manter o pessoal na linha.
As multinacionais não trazem mais um presidente de confiança do exterior como faziam antigamente. Contratam brasileiros, sejam eles amigos dos acionistas ou não. Dois brasileiros, Alain Belda Fernandez e Henrique de Campos Meirelles, são presidentes da matriz americana das multinacionais em que trabalham, o equivalente a contratar um americano para cuidar de nossa dívida externa. No Brasil, o melhor administrador financeiro do país tem poucas chances de ser Ministro da Fazenda, se já não for amigo do presidente bem antes de sua eleição.
Cargo de confiança é simplesmente um conceito anacrônico, algo do passado pré-gerencial. Num mundo competitivo, todos os cargos, incluindo os do governo, precisam ser de total e irrestrita competência, e não de confiança.
A rigor, num mundo globalizado, onde temos de dominar alguns segmentos da economia mundial deveríamos estar contratando os melhores do mundo. Pelo menos algum dia vamos começar timidamente desde o início, contratando os melhores brasileiros.
PS – Se você, amigo ou parente de político, for convidado para um cargo de confiança nos próximos três meses sem ter pelo menos vinte anos de experiência na área, a nação encarecidamente implora: recuse delicadamente.
Parabéns pelo artigo! Excelente!!!Concordo plenamente com suas colocações. Infelizmente me deparo constantemente com esta situação aqui em minha cidade. O forte apelo do “QI” (quem indica) prevalece e dessa forma, “sucateiam” os diferentes setores da administração pública, com pessoas sem competência para tal, desqualificadas. A ordem é: resolver o problema financeiro dos familiares e dos amigos que foram cabos eleitorais. E eu aqui, como simples mortal, funcionária publica, perdida em meio a tanta politicagem barata e troca de favores, ainda anseio por um tempo em que irão valorizar os melhores, os que realmente tem competência para atuarem. Será que esse tempo vai chegar??? Não sei… mas como boa brasileira, preciso continuar sonhando e acreditando nesse tempo para que eu possa ter motivos para continuar a caminhada.
tem assuntos q sao faceis de resolver, basta querer.
que tal limitar na Lei de Responsabiliade Fiscal a aliquota de 0,01% da receita corrente liquida a verba total para contrataçao de pessoas sem concurso, embora haja 54% de despesa de pessoal total.
simples assim, com muito pragmatismo – aplica-se o remedio conforme a dor do paciente.