Daqui a três meses os governadores eleitos terão de enfrentar um dos maiores pesadelos de um político. Como preencher as centenas de cargos de confiança que compõem um governo.
O número exato de cargos varia de Estado para Estado. Para o governo federal eu já ouvi estimativas que variavam de 2.000 a 20.000 cargos a ser preenchidos.
O problema é que a maioria dos políticos não conhece um número suficiente de pessoas em quem realmente possa confiar. Ao contrário dos grandes executivos e profissionais que desenvolvem listas de colaboradores ao longo de suas carreiras, os políticos normalmente acumulam listas de pessoas em quem não se deve confiar, pelo menos politicamente. Poucos convivem, no dia a dia da batalha por votos, com administradores profissionais, orçamentistas empresariais, gerentes de RH e planejadores, profissionais necessários para um bom governo.
Por isso, as primeiras pessoas convidadas são normalmente amigos e parentes de irrestrita confiança. O desespero é tal que até genros, normalmente vistos com certa suspeita na escala familiar, são convidados para participar da equipe de governo. Não que amigos e parentes não possam ser pessoas competentes, mas a base de escolha é muito pequena para que a média seja qualificada. Imaginem criar uma seleção de futebol dessa maneira. Você apostaria no seu sucesso? O mesmo ocorre com nossas equipes de governo. Você apostaria no sucesso de um governo assim constituído?
A primeira decepção de cada novo governo e a primeira crítica que a imprensa lhe faz ocorrem por ocasião do anúncio da equipe e dos parentes contratados. Insinua-se em alguns relatos, que parentes foram contratados para que todos se tornem ricos, o que pelos salários atuais do setor público é praticamente impossível.
O erro que a maioria dos políticos eleitos comete é desconhecer uma das leis básicas da administração: Todo cargo, seja público, seja privado, é de total e irrestrita desconfiança. Infelizmente, todo colaborador, por mais amigo que seja, precisa ser tratado com certa dose de desconfiança.
Parabéns pelo artigo! Excelente!!!Concordo plenamente com suas colocações. Infelizmente me deparo constantemente com esta situação aqui em minha cidade. O forte apelo do “QI” (quem indica) prevalece e dessa forma, “sucateiam” os diferentes setores da administração pública, com pessoas sem competência para tal, desqualificadas. A ordem é: resolver o problema financeiro dos familiares e dos amigos que foram cabos eleitorais. E eu aqui, como simples mortal, funcionária publica, perdida em meio a tanta politicagem barata e troca de favores, ainda anseio por um tempo em que irão valorizar os melhores, os que realmente tem competência para atuarem. Será que esse tempo vai chegar??? Não sei… mas como boa brasileira, preciso continuar sonhando e acreditando nesse tempo para que eu possa ter motivos para continuar a caminhada.
tem assuntos q sao faceis de resolver, basta querer.
que tal limitar na Lei de Responsabiliade Fiscal a aliquota de 0,01% da receita corrente liquida a verba total para contrataçao de pessoas sem concurso, embora haja 54% de despesa de pessoal total.
simples assim, com muito pragmatismo – aplica-se o remedio conforme a dor do paciente.