Tempo Para a Família

A ideia de uma família entreter-se uns aos outros, declamando poesias, tocando instrumentos juntos, cantando, contando piadas, simplesmente conversando sobre as aventuras do dia a dia, as fofocas do trabalho, e assim por diante, praticamente desapareceu por completo.

Nem daria para competir com o seriado Sex in The City ou a última novela da televisão.

Para piorar ainda mais a situação, o mundo exterior se tornou mais interessante. Há coisas acontecendo fora da sua cidade ou sua vila, que hoje você fica sabendo.

Antigamente, um tsunami na Indonésia seria noticiado duas semanas depois, com uma única notícia. Hoje um evento destes é relato real time, on line, por semanas a fio.

Hoje temos notícias internacionais que são cinco a dez vezes mais externadas do que as notícias do seu bairro. Você sabe mais sobre o que faz o nosso Presidente da República do que seu vereador.

Seu vizinho pode morrer e você não ficará sabendo. Um coitado que morreu na Tailândia será noticiado, porque notícias locais são muito mais caras e têm público restrito no seu bairro.

Não é só a sua família que perdeu importância para a imprensa, mas o seu bairro, sua comunidade, tudo aquilo que antigamente fazia parte da sua vida.

Se quisermos reconquistar o calor humano de antigamente, o carinho da sua comunidade, a beleza do seu bairro, a convivência da sua família, você terá que lutar, e lutar bastante para combater todos estes fatores que conspiram contra.

 

9 Comments on Tempo Para a Família

  1. Brabo é ler esse artigo na internet enquanto minha esposa assiste novela e minhas filhas jogam video-game… ser falar para pararem vão me achar louco. Mas acredito q precisamos lutar para mudar sim.

  2. Não tenho estatísticas para comparar com o passado recente.
    De qualquer forma, sem fazer comparações, noto que a diversão passiva sobrepuja tremendamente a ativa.
    Se pensar “diversão” apenas como fazer uma coisa “diversa” do que se faz a maior parte do tempo, diversão também é aprender uma lingua ou praticá-la, tocar um instrumento ou cantar sozinho ou em grupo, praticar culinária, discutir assuntos interessantes, jogar algum jogo tipo damas, xadrez, gamão, palavras cruzadas, ludo, etc, ouvir música (sem fones), escrever, montar algum dispositivo eletrônico,propagar alguma planta, etc…
    A mais praticadas diversões atuais são passivas e imediatas: ver-se televisão e jogar-se jogos eletrônicos.
    Favor, de onde são as estatísticas que usou ?
    At,
    Ricardo Conte

  3. Tenho 26 Anos, estou me tentando me estabilizar financeiramente, namoro a 4 anos.
    Esse é um dos maiores medos. Como construir uma familia, como criar filhos no atual momento?
    Lembro que quando criança sai na rua, brincava a noite, sumia nos limites da cidade pra pegar frutas e caçar pombinha ou lagarto.
    Hoje é impossivel deixar uma criança fazer isso. qualquer distancia maior que 50 mts da visão de um responsavel é perigoso.
    Em casa com a esposa, que hoje vai trabalhar exaustivamente como eu não sei quando nos vamos conversar.
    Mas eu sou um sonhador Mestre. Eu vou tentar construir uma familia baseada nos valores que eu acredito, onde o filho beija o rosto de seu pai no rosto e pede bençao a sua vó, e o marido e a mulher pelos menos procuram fazer projetos juntos. Acredito que Religião, valores e ideiais podem lutar contra esse mundo de hoje.

  4. Eu acho que é possível balancear tudo, mas precisa de dedicação.
    Eu tenho 29 anos e adoro jogar videogame. Vou adorar jogar videogame com meus filhos, quando eu os tiver.
    Mas as quantidades devem ser medidas. Tudo ao extremo pode ser prejudicial, até o trabalho.

  5. Caro Profº Kanitz, acredito que homens como o Sr., preocupados com a família também diminuiram muito nos últimos tempos, isso faz com que toda essa situação seja critica e com futuro muito incerto. Na meu circulo de familiares,amigos e colegas de trabalho a estatistica é exatamente essa…sem tempo pra ninguém que seja humano…Acredito que o esforço pessoal de cada um deve ser icentivado, assim como também é importante que os professores tratem desse assunto com seus alunos. Abçs. e grata pelo excelente artigo.

  6. Confesso que na condição que estamos as relações estão cada vez mais degradadas. Só acredito nas mudanças quando as pessoas(particularmente os JOVENS que deveriam ser orientados pelso mais velhos) voltarem a se dizer , bom dia, boa tarde e muito obrigado.

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