Mulheres Ganham 30% a Menos do Que os Homens?

Corre de tempos em tempos uma lenda urbana de que empresas, “corporações” e empresários deliberadamente discriminam mulheres e pagam 30% a menos pelo mesmo trabalho feito por uma mulher do que pagam para um homem.

São pesquisas feitas por Universidades sérias e o que impressiona é como estas pesquisas são aceitas sem pestanejar.

A pergunta que todos deveriam fazer é:  Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor? 

Um salário de R$ 1.000 dividido por R$ 700 é igual a 42% minha gente, muito mais chamativo do que R$ 700 dividido por R$ 1.000 – 1, que é menos 30%.

Se quiserem propagar esta lenda urbana pelo menos usem a manchete mais chamativa, Homens Ganham 42% a Mais do Que Mulheres.

Voltando à questão.

Por que empresários gananciosos, ávidos de lucros e imbuídos de espírito animal, segundo estes acadêmicos, contratariam só homens pagando 42% a mais?

Se existisse este tal espírito animal, administradores prefeririam ser rodeados somente de lindas mulheres e não homens, evitando 42% de custos adicionais.

Fico muito assustado quando vejo um Obama e um Congresso Brasileiro passarem leis baseados em pesquisas como estas que não tem nem pé nem cabeça.

O que está de fato acontecendo?

Vejamos a profissão de taxista.

Mesma profissão, mesmas ruas, mesmas horas de trabalho, e de fato mulheres ganham 15% a menos do que homens.

Isto porque mulheres preferem não fazer o período noturno com a bandeira 2 suplementar que varia de cidade em cidade.

35 Comments on Mulheres Ganham 30% a Menos do Que os Homens?

  1. Professor, como sempre o senhor foi brilhante.
    Eu nunca entendi porque as mulheres se aposentam 5 anos antes se elas vivem mais. Atuarialmente não faz nenhum sentido.
    Evidentemente que as feministas nunca reclamarão deste privilégio. Elas só querem as vantagens.

  2. “custo que deveria ser dividido com o marido” ????? o machismo, como os outros preconceitos, mora nos detalhes.
    os comentários que você vai receber para o seu artigo objetivo e numérico serão reveladores de uma perversidade machista que você jamais experimentou.
    boa sorte.

  3. não acredito que eu lia essa coluna até hoje, um artigo sem pé nem cabeça, com conclusões absurdas baseadas em nada.
    1) que mulher tem 3 ou 4 filhos? a média das mulheres brasileiras é de 1,86 filhos. sendo que a classe media prefere mesmo é ter 1 filho ou nenhum.
    2) parte do erro de que o filho PERTENCE E É CULPA EXCLUSIVA da mulher. quem desejou e fez esse filho junto com a mulher foi um HOMEM, e ele deve responder pelos gastos com a criança tambem.
    3) outro absurdo no qual você se apoia é que TODAS as mulheres serão mães, e que APENAS mães recebem 30% menos.
    4) você “esqueceu” tambem de mencionar que mulheres estudam até 7 anos mais que os homens e MESMO ASSIM continuam a ganhar menos.
    5) você pega exemplos extremos onde homens assumem mais riscos como se esses casos fossem MAIORIA e todos sabemos que não são: em geral homens e mulheres desempenham a mesma função, mas homens recebem mais promoções e aumentos.
    por fim, chamar garantias trabalhistas de “vantagens” ou “privilégios” é um posicionamento político bem duvidoso, mas ainda assim: nos estados unidos não há licença remunerada e lá também existe wage gap.
    já em locais menos machistas como o norte da europa, onde os direitos trabalhistas são garantidos, a diferença entre homens e mulheres é muito menor, um número praticamente aceitável.
    mba em administração de empresas não te dá autoridade para fazer estudos sociológicos e menosprezar a influência do sexismo no mercado de trabalho.

  4. Professor, uma pergunta: Estes estudos fazem a média de toda a população (incluindo o desprego voluntário) ou apensada população economicamente ativa?

  5. É parte do movimento revolucionário o “feminismo”. Sem entender este movimento e outros como: ambientalismo, racismo, gayismo e abortismo, não vamos sair desta enrascada. Luta de classes é o que mais se vê neste País, quando o ideal é a cooperação de classes, mas isto não interessa a quem nos governa, pois a solução destas desavenças vai desembocar no “estado”, onde os aproveitadores se divertem.

  6. O que Kanitz chama a atenção é para a surrealidade da análise sociológica exibida em um percentual matemático. O tipo de comparação matemática (em índice) pretendida na sociologia, ou antropologia ,e exposta por jornalistas é irracional econômicamente falando até pela dificuldade de sua mensuração sem desvios significativos.
    Na necessidade cada vez mais premente de eficiência produtiva,manutenção e/ou aumento de lucros marginais, seria claro a vantagem de se contratar trabalhadores igualmente eficientes mas com menores salários, mulheres e minorias, não houvessem fatos que após incentivar, os tornam desvantajosos.E são legais e afetam custos.
    Além do mais ,as mulheres, assim como minorias, são uma parcela menor da força de trabalho. E a absorção do mercado de trabalho brasileiro sequer absorve, significativa ou integralmente, o grupo representativo de sua maioria.

  7. Parabéns, Mestre Kanitz! Excelente artigo! Muito objetivo e claro! É assim que a análise de fatos deve ser feita, sem ser impregnada por aspectos subjetivos e emocionais!

  8. Professor,
    Conversava outro dia com um colega sobre isso. Sempre desconfiei desses alardes.
    Vejo as matérias “MULHERES GANHAM 30% A MENOS QUE HOMENS PARA EXERCER A MESMA FUNÇÃO”. Já tive a paciência de ler a matéria inteira que NÃO citava qual era a função. Eu realmente quis saber. Abriria uma empresa do mesmo setor e contrataria apenas mulheres. Daria uma potencial maximização no meu lucro já que sou capitalista ferrenho.
    Seja para Gari (salário que pode ser verificado nos editais dos concursos) ou para um(a) CEO de grandes empresas, já procurei, mas nunca verifiquei tal discriminação de preços anunciada. O que sempre vejo é uma equiparação dos salários, INDEPENDENTE do sexo.

  9. Concordo com o professor Kanitz.
    As mulheres ganham 72,3% do que os homens ganham,segundo a PME 2009. No entanto os homens trabalham 12% a mais em horas do que as mulheres. As mulheres trabalham 38,9 horas em média e os homens 43,5 horas. Então as mulheres ganham por hora trabalhada 81% do que os homens ganham (72,3 x 1,12).
    A diferença de escolaridade é pequena, homens tem 7 anos de estudo e mulheres 7,4 anos segundo a PNAD 2009. Essa pequena vantagem é neutralizada pelos gastos a mais com o auxilio-maternidade.
    Além disso existem grandes diferenças entre as profissões que as mulheres e os homens ocupam. Segundo a PNAD 2009, 17% das mulheres ocupadas trabalham como domésticas contra apenas 0,9% dos homens. Por outro lado 12,6% dos homens trabalham na contrução civil contra apenas 0,5% das mulheres ocupadas. Em algumas profissões como professor de ensino infantil, uma profissão de nível superior que ganha bem abaixo da média das profissões que necessitam uma graduação, 97% dos profissionais são mulheres. Portanto a diferença de profissão pode justificar grande parte dos 19% restantes de diferença de remuneração entre homens e mulheres.
    http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1567&id_pagina=1
    http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2010/09/08/pnad-ainda-mostra-fortes-diferencas-na-ocupacao-de-homens-e-mulheres.jhtm

  10. Como sempre, o professor traz assuntos interessantes. Sempre me perguntei e olhei ao redor, onde estavam as Gerentes ou Chefes de Setor que ganhavam menos, nas empresas em que passei ? Será que isso acontece em outras empresas ? Nunca vi uma Delegada, Juíza, Enfermeira, Médica ganhar menos que homens no mesmo cargo….

  11. Porquê as mulheres tinha que levar esse assunto para uma discussão sobre sexo? É bem mais simpels que isso. Éssa fraqueza emotiva é leva a alguns empresários e diretores machistas a preferir e pagar mais a homens, o que deixo claro que não concordo. Lógico que há alguma diciriminação, ainda existem machistas extremos em posição de comando, mas são poucos, graças a Deus, o que é fato, é que a maioria das empresas, administrada por homens ou mulheres, vai buscar sempre a opção mais econômica, por conta da competição do mercado, só isso, e nem sempre o mais econômico é pagar menos… ou alguém acha que a maioria das empresas prefere pagar mais só por conta de sexismo?

  12. It’s not fair if women are getting paid less than the men for the same work done.
    I would like to burn those organizations or individuals practicing this discrimination even in modern era where global business accepts women entrepreneur more happily than men.
    It’s a change that women entrepreneurs are taking interest and we should not push that interest back.

  13. Cada caso é um caso, já dizia meu professor da escola.
    Mas, de fato, só é possível comparar renda entre dois indivíduos se a grandissíssima maioria das outras variáveis estiverem em pé de igualdade.
    Vejam só o meu exemplo: Eu ganho 8 por mês e minha ex-esposa ganha 3,5.
    Mas eu tenho de ficar 50 horas fora de casa por semana e ela no máximo 15.
    Se trocássemos de lugar, ela ganharia 11,6 e eu 2,4. Ela ganharia 45% a mais do que eu ganho hoje e eu ganharia 21% a menos do que ela ganha hoje.
    Então pergunto: por que ela não troca comigo?

  14. Adoro textos que levam a análises mais atentas sobre “o que se diz por aí”. Uma outra conversa fiada é de que “falta pessoal qualificado no mercado”. Não aguento mais ouvir essa frase que deveria vir com o patrocínio de algum cursinho profissionalizante. O que eu vejo é desemprego e salário baixo. Não creio que se faltasse efetivamente pessoal qualificado teríamos tanta gente com curso superior brigando por vagas que não pagam sequer o salário mínimo que atende ao que a constituição prevê, calculado pelo DIEESE.
    E a mídia repete isso como se fosse um mantra.
    Gostaria de saber qual percentual do total da publicidade é vendida para o setor de educação, pois estou começando a desconfiar…

  15. Lembro de ter ouvido falar de um país (Suecia?) que combateu a discriminação criando benefícios trabalhistas para ambos os pais (2 meses obrigatórios para a mãe, 2 meses obrigatórios para o pai, 2 meses para ser distribuídos para conveniência de ambos).

  16. Nina, se o Legislativo “presume” q a maioria das mulheres tenha dupla jornada de trabalho, ele deveria ouvir mais essas mulheres e estas poderiam debater mais a questão, em vez de sugestões e inferências. Muitas vezes, é mais conveniente para a mulherada. Lamento, nada na vida é gratuito…

  17. Ninguém nunca parou para pensar o risco financeiro e psicológico quando uma mulher decide, normalmente junto com seu companheiro, de aumentar a família e ter de ausentar neste período. E falo ausentar, porque é impossível não se ausentar, afinal não tem como enviar leite por e-mail… Kanitz, acho que teu artigo acima foi muito infeliz porque tu, por não seres mulher, não sabes o risco que uma profissional / executiva tem quando resolve dar foco a família. E não isto não está no teu “fluxo de caixa” acima.
    Gostaria de deixar registrado que ainda há pessoas que pensam que somos sexo frágil e sentimentalistas demais e por essa razão é que os homens tem maior preferência no mercado de trabalho. Sexo frágil é uma “ova”: que homem consegue trabalhar e gerar um filho por 9 meses ao mesmo tempo? Só a mulher sabe a transformação física e mental que ocorre neste período, sem contar ter que equilibrar isto com a pressão e stress no trabalho. Caros Homens, vocês teriam condições de estar embaixo de um sol de 40 graus, ao 6º mês de gestação, com hemorróidas, dor nas pernas, um filho sendo gerado, correndo de um lado para o outro para atingir tal objetivo financeiro da sua empresa? DUVIDO! Uma dor de ouvido já deixam os homens na cama, à beira de morte… ou seja, não vem me falar de sexo frágil para aquele sexo que pare o teu filho!

  18. Ideologias à parte, já que não faz parte do contexto, concordo com o fato das mulheres de maneira geral, não se disponibilizarem em profissões de maiores riscos ou de horários/jornadas mais duras, independente de não quererem ou não poderem devido às múltiplas e conhecidas funções femininas. Na minha profissão por exemplo, meus colegas executivos que vivem a viajar, são na grande maioria homens. E acreditem, no meu segmento eles gostam de mulheres para negociar, mas é raro a mulher que empreenda nessa área. Não por medo ou falta de ousadia mas simplesmente por elas deverem estar fisicamente mais presentes na família.

  19. Mara
    Concordo com vc. qdo escreve sobre “falta de pessoal qualificado no mercado”. Sim, isto é uma grande bobagem. Tenho na minha empresa uma banco de dados de executivos e recebo diariamente excelentes CVs. Só que o salário é baixo, os processos seletivos são péssimos, além de outros problemas que já cansei e recansei de escrever à respeito. Mas, acho sim, que a mídia insiste nesta tecla. E agora o Brasil está importando talentos, em função desta pseudofalta de proifissionais. E o pior as empresas insistem ( e eu não sei a razão) de trabalhar sempre com as mesmas consultorias. Tenho uma cliente em coaching que demorou um ano para contratar um estagiário de comunicação. Motivo: Esta dita cuja consultoria que vive aparecendo na TV diz que não há estagiários. Enfim, isto é grave!

  20. De fato nunca vi salários iniciais diferentes para homens e mulheres, ao menos em grandes empresas. O que acontece é que depois ocorrem diferenças sim!
    Em função dos ambientes machistas os homens têm promoções e consequentemente mais aumentos salariais e mais expressivos do que as mulheres.
    Ou seja, no início é tudo igual, mas depois….
    Mulheres, além disto têm que “ralar” muito mais do que os homens para serem reconhecidas. Não é à toa que estudam tanto e bem mais que os homens, mesmo tendo duplas e até às vezes tripla jornada de trabalho.
    A meu ver não dá para fazer uma análise econômica e/ou numérica sem o contexto sociológico.
    No Brasil as executivas brasileiras também infartam ( em função da sobrecarga) cerca de 40% a mais do que os homens e em relação às executvas amaricanas.
    Estes dados são de uma pesquisa que estou fazendo sobre Saúde Mental do Trabalhador Brasileiro.
    Aqui o pário é duro!!!

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