Por que o Varejo Não Dá Desconto à Vista?

Se derem um único desconto, os 99% restantes dos consumidores que compram a prazo pagariam 10% a mais, e isto seria considerado juros, com pagamento tributário diverso.

Juros são taxados nas empresas a uma alíquota de 45%, outro erro do Nominalismo, enquanto que o ICMS é de somente 18%.

É um erro brutal ter duas alíquotas de tributação, um para vendas à vista e outra para a prazo. Mas não somos um país bem administrado.

Portanto, não é sacanagem do varejo querer só vender a prazo, para se locupletar com juros do consumidor.

O Core Business do varejo é varejo, financiamento não é bem uma competência que eles possuem.

O problema é a tributação dos juros nominais neste país, a uma alíquota extorsiva de 45% ou mais, dependendo da inflação.

O dia em que formos bem administrados, os juros serão tributados a 15% e todas as lojas incentivarão seus clientes a comprarem à vista, reduzindo atrasos, inadimplência, juros, ICMS e uma nação endividada por erro nominalista.

9 Comments on Por que o Varejo Não Dá Desconto à Vista?

  1. Parabéns pelo artigo. Gostaria também de lembrar que outro motivo pelo qual não se concede desconto a vista e que o consumidor muitas vezes negocia o desconto para pagamento a vista e passa no debito ou no credito para uma vez. O que gera um custo adicional ao lojista, que segundo a lei e obrigado a manter a mesma condição para pagamentos em espécie. Vale lembrar que mesmo as transações de debito em conta, que são uma mera transferencia de dinheiro, cobram um percentual sobre a venda que varia de pode chegar a 4%.

  2. Exatamente. E 4% é alto. E toda legislação ignora esses custos que são do tipo variáveis (e nunca fixos como “sócios” do negócio). E tem peso alto nos custos. Só discordo da frase dele “poucos consumidores pagam a vista” . Atualmente já que não é possivel mensurar porque essa opção nunca esta disponivel.Kanitz poderia elaborar mais o artigo comentando que no Brasil desde impostos, cartórios até o varejo todos os custos são variáveis numsociedade indesejada no negócio.

  3. Absurdo uma transação de débito (simples transferência)custar 4% (confesso, não sabia disso). Penso que o comércio varejista, conhecedor de sua força, pode negociar melhor isso com seu fornecedor dessa tecnologia. Vamos partir do pressuposto que se o comércio se unir e disser “nào pago”, o produto desse fornecedor desaparece, e isso não prejudica a venda pois o consumidor continuará comprando, porém pagando em espécie. Também concordo que não pode ser de graça, mas 4%… Agora, uma dúvida… se o imposto sobre juros é 45% (realmente muito alto), o correto nào seria exatamente estimular a venda à vista? Nào entendi como imposto alto concorre em vantagem com a venda à vista.

  4. Há equívocos materiais de toda ordem no texto do Prof. Kanitz. A afirmação, por exemplo, de que “Se derem um único desconto de 10% para um único consumidor, os lojistas seriam imediatamente autuados por sonegação de impostos” é um erro brutal; não encontra respaldo algum. Em que pese a tributação brasileira irracional, há dispositivos legais, doutrinários e pragmáticos que tratam dos “descontos à vista”; e no mesmo sentido da tributação dos juros (que não é de 45%!!!).

  5. Marcelo SIlva,
    Cuidado ao ser tão rápido no gatilho. Os juros reais são sim taxados em 45% ou mais, dependendo da inflação. Quem vive no mundo nominal não enxerga corretamente o que ocorre nas empresas.
    Grandes lojas tem medo de dar descontos a vista, porque os 5 vezes sem juros se tornariam uma farsa.
    Assim, todas as vendas futuras teriam que ser claramente segregadas em vendas ( ICM de 21% ) e juros ( IR de 45%)
    Você daria um único desconto, ou proibiria vendas a vista?

  6. Professor, fica mantida minha opinião profissional; há equívocos no texto, no contexto, e na réplica. Confundir o leitor com questões semânticas, para a réplica, não corrigiu em nada os equívocos do texto original.

  7. Concordo com o comentário do Marcelo Silva, Contador Tributarista. E discordo totalmente dos argumentos do colunista Stephen Kanitz. Na verdade, as empresas no Brasil se acostumaram com margens altas. E principalmente no Varejo, as vendas a prazo são financiadas por financeiras. O lojista na venda a prazo repassa para a financeira. Quando diz que é 3x vezes sem juros o juro já está embutido no preço. Se vendesse a vista teria que dar desconto o que reduziria sua margem bruta. E o brasileiro também viciou comprar a prazo. Faz parte da nossa cultura. Ainda não nos tocamos que numa economia estável, 2, 3, 4 ou 6% de juro é muito. A pessoa apenas foca a analise no valor da prestação. Se pode ou não pagá-la. Isso me faz lembrar a época da crise econômica quando as revendas de automóveis preferiam dar (?!) viagens internacionais ao cliente do que dar o desconto?

  8. Paulo Seibel,
    Lojistas preferem vender a vista. Não o fazem porque no Brasil toda a poupança vai para o governo. O povo tem que comprar a crédito porque não tem outra alternativa. Financiar a compra não faz parte do core business do varejo.
    A margem média de uma empresa comercial brasileira é de 4% sobre vendas, leia Melhores e Maiores, publicada há 40 anos. Isto é uma margem baixa.
    E a questão Paulo, é porque as lojas não dão desconto para os poucos que os pedem, e razão é tributária.

Leave a Reply

UA-1184690-14