Um País Mal Administrado

Um país do tamanho do Brasil, com os recursos naturais e a população que tem, não é exatamente um país com problemas econômicos.

Somos, sim, um país muito mal administrado. Não sabemos administrar os Estados, não sabemos administrar nossas dívidas, não sabemos administrar nossa previdência nem nossa segurança.

Nossos governantes e ministros normalmente não são formados em administração nem fizeram aqueles cursos de MBA que proliferam por aí.

A maioria dos nossos ministros nunca trabalhou numa das 500 maiores empresas do país, nem como presidente nem como diretor.

Fernando Henrique Cardoso teve como ministros muitos professores brilhantes, que administravam sessenta obedientes alunos e de um momento para o outro passaram a administrar mais de 5.000 funcionários públicos, sem formação em administração, recursos humanos, motivação, liderança nem avaliação de desempenho.

Teriam sido bons assessores, não executivos.

Embora o Brasil forme administradores públicos competentes, eles são os primeiros a ser preteridos para os principais cargos da administração pública.

O escolhido é amigo de campanha ou colega da época estudantil.

Os Estados Unidos são a maior potência econômica não pela qualidade de suas teorias econômicas, mas pela qualidade de suas teorias administrativas.

Algumas são modismos, outras funcionam.

Embora a imprensa americana sempre se refira ao governo como administração Bush ou “the Clinton administration”, poucos jornais brasileiros usariam a expressão administração Cardoso, Lula ou Dilma para descrever nosso governo. Lacan explica.

Quarenta por cento dos colunistas americanos são gurus de administração, como Peter Drucker, Tom Peters e Michael Porter, que disseminam diariamente o mantra da eficiência, competência e boa
administração.

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