[pullquote]Por que preferem aumentar os impostos para 10% do PIB do que aumentar a eficiência educacional[/pullquote]
Pesquisa do Ipea mostra:
1. 37% dos Professores nas piores escolas, normalmente as públicas, faltam às aulas em média.
2. 39% das aulas efetivamente dadas não foram dadas pelo professor responsável (e qualificado).
Dado tudo isto, somente 55% dos alunos assistem às aulas em média.
Multiplicando todas estas ineficiências, os alunos aproveitam somente 1/3 do que é dado, ou seja 33%.
3. Destes 33%, a nota média é 5, ou seja 50% de aproveitamento o que significa que o aproveitamento cai para 17%.
Se todos tirassem 10, o aproveitamento seria 100%.
Mas a ineficiência continua.
4. Destes 17% de conhecimento adquirido, 50% é esquecido dois anos depois, ou seja mesmo antes de serem formados.
E mais:
5. 50% dos alunos acabam não exercendo a sua profissão.
Ou seja, dos 10% que os Ministros da Educação querem gastar em Educação 95,7% acaba sendo desperdiçado.
Portanto, você decide.
1. Podemos aumentar os impostos para podermos gastar 7 a 10% em educação como prega Cristovam Buarque?
Ou
2. Usar os recursos que temos com mais eficiência, com métricas como estas sendo divulgadas todo mês, e não de tempos em tempos como nesta pesquisa financiada pelo Itaú?
Algo Para Se Pensar
Kanitz,
Se você acha que é possível melhorar muito a educação com uma melhor administração, então porque você não tenta melhorar apenas a educação de uma cidade de 20 mil habitantes? Consegue o financiamento de uma fundação para ter como meta passar a nota do IDEB de uma cidade do interior nordestino de 4 para 7 com poucos recursos. Acho até que você é capaz disso, mas quem sabe e não faz, no fundo não sabe.
Em 2009, o Brasil tirou a nota 386 no teste PISA de matemática. A Noruega tirou 498.
Relacionando o PIB pre capita com a pontuação do PISA, o Brasil (34% de carga tributária) arrecada 28 dólares per capita por cada ponto PISA, a Noruega (46% de carga tributária) arrecada 107 dólares per capita por cada ponto.
Qual é o país mais eficiente em educação?
(Dados: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AuERPic3WeZGdHEyVWhOeWVwSkJUSW5QNml2dEJXcnc&hl=pt_BR#gid=1)
Talvez isso demonstre que a curva de rendimento não seja linear, ou seja, para aumentar o rendimento escolar em 10 p.p. partindo-se de 50%, gastamos x bilhões, mas para aumentar os mesmos 10 p.p. partindo-se de 80%, gastamos 3x bilhões.
Apesar de eu concordar com o comentario do Sr. Kanitz foi muito boa sua colocacao.
Prof. Kanitz aumentar o orçamento para educação é jogar dinheiro no lixo. Não existe controle sobre as escolas e sobre o que se faz ou se ensina nelas. Os professores na sua imensa maioria fazem cursos de aperfeiçoamento para ganharem mais e não é para serem mais eficientes. Doutores dificilmente voltam para a sala de aula. Pedagogicamente é paternalista e voltada para os alunos que aprendem menos, deixam os alunos mais motivados ociosos. Os Estados ja aplicam 25% da receita em educação e não se diferenciam das demais. É muita grana. Desculpem os Professores dedicados que ensinam apesar do caus das escolas.
Kanitz,
Você está certo. O grande problema do ensino público é que os recursos são mal administrados. Há funcionários demais (3 milhões) e professores de menos (2 milhões) no ensino público (http://www.abmeseduca.com/?p=2562), a corrupção é elevada, não há métricas de desempenho e o sindicalismo e maus governantes inflam as folhas salariais. A quantidade de funcionários fantasmas é absurda e o de funcionários e professores (mesmo que concursados) que nem sequer vão às escolas é gritante!
Isso mesmo, cada vez mais percebo, por causa o que Kanitz escreve, que temos problemas administrativos mais que quaisquer outros !
Concordo que a educacao eh um caos porque a administracao na educacao eh um caos maior ainda !
Prefiro não aumentar os impostos.
Já que a nova classe média aumentou (como diz o governo). Porque não zerar os impostos de instituições particulares?
Melhor ainda, criar uma lei, para alunos de instituições públicas depois de 10 anos pague direto na fonte 5% do seu salário, por um período equivalente ao que demorou para se formar.
Pronto, todo mundo feliz.
Provavelmente, sim, o rendimento parece ser não-linear.
Mas, estes dados mostram a tolice que á falar que o problema da Educação é administrativo. O problema é que somos pobre. Para ter uma boa administração é preciso dinheiro (estudos, treinamentos, programas de produtividade), e nós não temos dinheiro.
Mas, como os Chineses conseguiram humilhar a educação dos países desenvolvidos? Esta é a lição que devemos aprender…
Vamos ver se eu entendi bem:
1 – Quer dizer então que o Quirguistão então é o país mais eficiente nos gastos educacionais? Pela tabela e pelo raciocínio apresentado o país “arrecada” U$ 6 por cada ponto do PISA. PIB per capita por cada ponto PISA indica produtividade por pessoa por cada ponto no PISA, não? Arrecadação é outra coisa.
2 – PIB per capita por cada ponto no PISA demonstra quanto cada pessoa consegue produzir em cada país por cada ponto PISA. Se um norueguês tem nota 29% maior e produz 282% mais que um brasileiro. Muito mais eficiente, não?
3 – 7,1% do orçamento governamental da Noruega é gasto em educação, enquanto no Brasil apenas 4,2%. Usando esses indicadores, o PIB (U$ 2,1 tri do Brasil e U$ 0,275 tri da Noruega), as notas do PISA (498 Noruega e 386 do Brasil) e a arrecadação (46% da Noruega e 34% no Brasil), chega-se à conclusão que o Brasil investe U$ 77,7 mil (U$ 30 bi) por cada ponto no PISA enquanto a Noruega apenas U$ 18 mil (total U$9 bi). Muita eficiência!
4 – Se tudo o que fosse arrecadado fosse investido na educação, maravilha! Mas a realidade é bem diferente. A Noruega tem:
> Criminalidade 90% menor
> Expectativa de vida 10% maior
> Taxa de alfabetização 10% maior (obs.: o indicador brasileiro não contabiliza os analfabetos funcionais, ou seja, não sabem o que leem e escrevem);
> 1/5 da mortalidade infantil brasileira
> É o 1o em IDH, enquanto o Brasil é o 93o.
Prezado Prof. Kanitz
Saudações
Estas medidas são para amenizarem os efeitos, não a causa do problema. O Brasil precisa de uma reestruturação administrativa pública em todos os segmentos, federal, estadual e municipal. O Estado é grande e caro para sociedade, muitos nem sabem por que exercem seus “cargos” na estrutura atual. Os técnicos capacitados e treinados para exercerem suas funções ficam atrelados às Vaidades políticas.
Na atual aplicação do dinheiro público vejo com descrédito está proposta, pois aumentará a cobiça dos imorais e a quem realmente necessita deste recurso não receberá. Compartilho os ideias do Prof Kanitz na administração realizada por Administradores sérios, sou Médico Veterinário, formado em escola pública, exerço e sinto as dificuldades para sobreviver no “Agronegócio Brasileiro”. Minha esposa é mestre e agora cursa doutorado na UNICAMP, na área de Educação, moramos a 250 Km de Campinas, e com recursos familiares (do marido e do sogro) e com aulas em instituições particulares, com contratos provisórios, estamos realizando um sonho por uma qualificação profissional. Desejamos e trabalhamos por um Brasil digno para todos que aqui habitam, e que nossa Nação seja solidária para com as nações menos favorecidas, mas para que isto seja efetivado precisamos de pessoas sérias e comprometidas com os anseios da sociedade.
No meio rural tem um ditado: ” Se homem é casado com uma mulher sem juizo; ele colocando pela porta da sala com uma pá e ela com uma colherzinha de café tirado pela porta da cozinha, ela ganhará dele!”
Obrigado.
É ilusório imaginar que a Educação em nosso país vai melhorar sem aumentar os recursos orçamentários da área.
Mas é preciso criar mecanismos que permitam o controle dos gastos com transparência pela comunidade (professores e associações de pais).
Esta participação da comunidade ajudará a evitar que os equipamentos públicos sejam degradados por alunos e estranhos.
É preciso também que se melhore a qualidade da formação dos professores, para acabar com a máxima de “quem não sabe, ensina…”.
É preciso também Planos de carreira baseados em critérios de produção intelectual individual e rendimento dos alunos e não em compadrismos partidários, sindicais ou quaisquer outros critérios duvidosos.
Como se vê é trabalho que deveria começar agora e os resultados só vão aparecer na melhor das hipóteses em 10/15 anos
Senhor Kanitz,
Concordo plenamente com o seu posicionamento, o que precisamos é de mais eficiência na administração pública, porém esse não tem sido o objetivo perseguido pelos governantes. Só se fala em aumentar gastos e ampliar receita (tributos). Não vislumbramos em nenhum momento a busca de resultados.
Na realidade o ensino em escola públicas esta perdido, professores já não são mais autoridade. Não podem ao menos repetir os alunos, muito menos encaminham os bagunceiros para conversar com o diretor.
Logo a escola se tornou um lugar para os país deixarem os filhos enquanto trabalham.
É super comum ver nas escolas públicas o professor falando com as paredes e os alunos até juntando as carteiras de costas para o professores.
Enquanto educação for visto como estastísticas, não há dinheiro que resolva. Talvez a criação de mais cursos tecnicos (mas isto é financiado pelas empresas e a história é outra, quem estudou em escola publica dificilmente passará na prova de admissão).
Até concordo parcialmente com alguns comentários do Kanitz, mas discordo da crítica aos 10% do PIB.
Sugiro que todos que falam mal da educação façam um curso de licenciatura e, posteriormente, ministrem aulas por dois anos e dediquem mais um ano na administração escolar. Feito isto, é provável que compreendam que o problema não é só da escola.
p.s Muito bom o comentário do Samuel Vidal.
O problema não é só da escola. Também não é só da falta de dinheiro. Os problemas, como eu sempre brinco, são animais gregários. Eles sempre estão em grupo. É por isso que administrar é tão importante. Porque administrar sempre é uma atividade que considera muitas variáveis.
A eficiência da nossa educação é função direta de quantidade de investimento + qualidade do investimento (que é a Administração propriamente dita, da pasta da Educação).
Nenhum serviço público é ineficiente por natureza. Ele será tão bom quanto for administrado. E se tiver grandes recursos – como 10% do PIB – melhor.
Outra: o gasto suplementar para elevar a educação para 10% do PIB não requer necessariamente um aumento de impostos. Basta cortar gastos inúteis. Racionalizar.
Se chora muito do aumento de imposto. Claro, quem quer ser taxado? Mas pouco se fala que da cifra estampada no impostômetro, 60% já nasce morto, para pagar JUROS DA DÍVIDA. Isso sim poderia ser reduzido. É um absurdo isso. Mesmo que o investimento em educação chegue em 10% do PIB ainda vamos estar gastando 6x mais em JUROS DA DÍVIDA.
Tem uma questão importante a se levantar: a visão que a sociedade tem das escolas e destas sobre elas mesmas.
As escolas que realmente tem sucesso no Brasil usam os seguintes conceitos:
PAIS: fornecedores de matéria-prima (seus filhos) para as escolas. São livres para escolher qual escola de acordo com as suas próprias especificações (cultura, religião, valores morais e éticos,…). Como no mundo empresarial, devem manter o diálogo com as escolas para aprimorá-las, porém não podem exigir que estas se moldem aos pais.
ESCOLA: ela processa a matéria-prima (alunos), agregando valor (conhecimentos, habilidades e atitudes) neles e colocando-os no mercado.
MERCADO: é o verdadeiro cliente da escola, pois selecionará sempre os melhores.
Enfim, assim como uma indústria, a escola pega os insumos (alunos, livros, teorias,…), processa-os (aulas, palestras,…) e disponibiliza produtos no mercado (profissionais bem qualificados).
Esta é a razão de sucesso das melhores escolas: estão acima de pais e alunos. Mantém rígidos padrões de exigência e de qualidade e não cedem a alunos irresponsáveis e pais inconsequentes. Desta forma preserva os bons alunos e entrega-os ao mercado à sociedade, fazendo com que sua reputação só aumente.
http://www.acaoeducativa.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=2585&Itemid=2
“Caso o Brasil investisse 10% em educação, o investimento anual por aluno seria de US$ 2.398,00, comparado com o valor de Botswana (US$ 2.532,00), África do Sul (US$ 2.694,00), Cuba (US$ 4.152,00), México (US$ 3.738,00), Argentina (US$ 4.152,00), Chile (US$ 4.425,00), Uruguai (US$ 4.647,00) e Rússia (US$ 6.845,00), se esses países também estivessem aplicando o equivalente a 10% de seus PIBs, em educação.”
Notas do teste PISA:
Brasil: 386 (investimento por aluno U$ 1.209)
Argentina: 388
Uruguai: 427
Chile: 421
México: 419
Rússia: 468
México tem nota similar ao Chile investindo 15% a menos e nota maior que a Argentina investindo 10% a menos. Uruguai investe 5% a mais que o México e tem nota 2% maior.
Verifica-se que a correlação entre percentual do PIB investido na educação por aluno e o desempenho no PISA é fraca. Há outras variáveis (população em idade escolar, gastos da população no ensino privado, tamanho do PIB, tamanho da população) em questão que distorcem a compreensão da realidade.
ERRATA:
onde se lê 18 mil e 77,7 mil, leia-se U$ 18 milhões e U$ 77,7 milhões, respectivamente.
Ouvi de uma professora que entende do assunto que a situação das escolas públicas é tão ruim, que seria melhor dedicar os 4 primeiros anos somente para o ensino de matemática e português. É impossível ensinar o resto, com alunos saindo do fundamental sem saber ler e fazer contas. As reprovações acabaram. Aprendendo ou não, o aluno é aprovado. Isso está errado. A vida não é assim.
Em um país enorme, como o Brasil, a TV deveria ser utilizada para ensinar. Gastaram uma fábula com a TV pública, que não serve para nada. Eu mesmo aprendi a ler antes de entrar na escola, assistindo a um programa da TV pública chamado TV Escola.
A TV poderia ensinar a plantar, construir casas, fazer instalações elétricas e hidráulicas. Podia ensinar a fiscalizar os gastos públicos. Podia ensinar que é possível ser feliz sem um tênis de marca famosa.
É bobagem achar que é necessário gastar muito para ter educação de qualidade. O dia em que escola e TV funcionarem de forma complementar, a educação terá chance de dar um salto. Para isso funcionar, é essencial pagar um salário digno aos professores públicos, profissão que é valorizada no mundo civilizado.
Acredito que o problema da Educação é semelhante ao da Saúde e ao da Segurança Pública.
Primeiramente, estas áreas deveriam ter política de Estado e não de governo.
Em segundo lugar, a sociedade deve entender que ela é responsável pelas regras que irão nortear essas políticas. Por ditar as regras, por bancar (financeiramente) essas regras e finalmente, por respeitá-las e fazer com que sejam respeitadas.
Como a Saúde e a Segurança Pública, a Educação é patrimônio de um povo.
No mais, votem no Ministro da Educação para administrar São Paulo como a Educação do Brasil!!!
Mais 35% de Previdencia..
Melhor tornarem a escola particular mais barata, assim a classe media dira seus filhos da escola pública e sobram mais recursos a serem utilizados aos mais carentes.
Não considero a teoria do consumo (Vale Tudo para o social).
Ou o ensino realmente está muito ruim ou a política de empregos, pior.
Dizem que o PT vendeu o Brasil? COISA ESTÚPIDA DIZER ISSO. Coisas de oposição política. Nós sabemos quem vendeu!!!
Conheci funcionários de manutenção, nível básico e médio, com diploma universitário. Alguns advogados.
É Kanitz… seu artigo coloca uma questão que faltam aos “gestores” deste país considerarem em sua pauta de distribuição de verbas e muito além da educação suas observações cabem para quaisquer áreas além desta.
Quer saber qual é o verdadeiro problema da Educação? A indisciplina, só isso. Vê se em escolas militares há indisciplina. Essa é a grande questão que os defensores da pedagogia do amor insistem em não ver.
Mai uma constatação do porquê nosso ensino anda tão ruim.
Sexo dos anjos… Educação tem uma saída simples: Privatizar, já, agora, imediatamente. Escolas privadas com metas de desempenhao e que o governo dê bolsas para quem precise.