O Problema Número Um do Mundo Hoje

E o primeiro idiota que der uma explicação minimamente crível, será noticiado e retransmitido rapidamente.

O primeiro a dizer que “Foi a ganância de sempre de Wall Street“, foram os “Ricos de sempre“, conseguirá conquistar os corações e mentes de milhares de pessoas.

Coloque um pouco de ideologia, dos 50% dos americanos que são democratas e que sempre acharam que Wall Street e os ricos são o problema do mundo, e você já tem uma razão plausível disseminada.

Foram os tempos em que uma Comissão Interdisciplinar de Inquérito, congregando Professores Titulares das mais conceituadas universidades, debatendo por 15 dias a fio, concluírem com o White Paper ou Livro Branco as causas do problema, as verdadeiras, e um plano de ação.

Hoje temos uma infinidade de opiniões e grupos de estudo, todos com uma agenda oculta, sugerindo meses depois as soluções e diagnósticos diferentes.

Uma única delas é a correta, mas esta solução ficará perdida no hiper espaço.

O jornalismo investigativo e profissional, e que deveria separar o joio do trigo, não existe mais.

Ou são jornalistas velhos de 70 anos com 50 de casa, contaminados e desatualizados, ou são focas de 23 anos ainda inseguros e que jamais irão se arriscar indo contra a corrente dos “É Wall Street”.

Portanto, o mundo está à deriva.

Só que agora estamos com ventos e tempestades, das piores.

Só em filmes de Hollywood um obscuro cientista que sabe que o mundo corre grave perigo consegue falar imediatamente com o Presidente, graças à amizade de seu assessor de imprensa.

As chances de alguém explicar a verdade para o Obama são nulas, e as chances de ele concordar que não são “Wall Street e os ricos”, menores ainda.

Os Estados Unidos provavelmente irão entrar em colapso por erro de diagnóstico. 

Vão gastar fortunas, o pouco que resta, em soluções equivocadas.

Roubinis e Krugmans da vida continuarão a prever o desastre, esquecendo como sempre de acrescentar “se nada for feito“.

 

14 Comments on O Problema Número Um do Mundo Hoje

  1. Caro Kanitz,
    Concordo que o keynesianisno da compra da casa própria foi o fermento do endividamento privado e da crise, mas não se pode negligenciar os 20 anos de déficit comercial com a China e seu câmbio artifical desvalorizado. Os Estados Unidos tinham 26% do PIB industrial em 2000 e esse número caiu para apenas 18% em 2010. Os americanos foram empurrados para o setor de serviços ganhando menos e a China com a sua poupança fomentou a bomba keynesiana da casa própria americana. Uma simbiose perfeita para uma crise econômica.

  2. O pior é o Brasil que tem TUDO, reservas, commodities mão-de-obra demanda…MARCANDO PASSO!
    Porque não tem uma estrutura legaleficiente feita por pessoas que verdadeiramente representem os anseios de seu povo.

  3. Não temos um problema de diagnóstico, ou melhor, se temos não é diferente dos demais erros do passado. Há interesses na desinformação mais do que ingenuidade. Não dá para “saber” quando não se quer fazer. O problema dos EUA é identidade, os bons valores americanos sempre conviveram com os maus valores americanos, havia um equilíbrio, com as bênçãos da hipocrisia, mas agora os EUA querem ser EUA sem ser EUA. O condicionamento necessário da população foi lentamente corroído e agora eles perderam o rumo, são gastadores, nada mais que isso e até podem se recuperar, quem sabe? No mais, a China acordou, sem explicação ela pode voltar a se esconder, como já fez no passado, mas se não voltar e os valores mundiais não forem outro, teremos uma aberração consumista insustentável. Acho que é tarde para o mundo mudar de conceitos e prioridades, os EUA já consolidaram o seu “way of life” no mundo, o mal que está destruindo eles será o mesmo para o resto do mundo.

  4. Bem vindo ao clube, Professor…
    Pessimismo não é bem o caso, neste caso.
    Com certeza, estamos diante de uma parte do problema, tão bem explicada pelo seu artigo, mas ela é apenas uma parte.
    A realidade é que a humanidade está urgentemente precisando dar mais um passo evolutivo.
    De animais irracionais passamos a “homo sapiens” mas continuamos tão predadores, da natureza, dos outros animais e, principalmente, de nós mesmos, que a única saída é uma evolução espiritual. Não dá para continuar nessa rota. Continuar é auto-extinção, na certa!

  5. Eu lembro quando era adolescente(anos 70/80), que a China era considerada um país agrícola, é impressionante a velocidade com que esse cenário mudou em 40 anos. Comparando a economia americana com a chinesa a disparidade é enorme, professor Kanitz, enquanto tempo o Sr. acha que a China alcança (e ultrapassa) os Estados Unidos em termos de PIB. O Sr. poderia projetar um cenário levando em consideração as principais economias do mundo, para os próximos 40 anos incluindo é claro o Brasil?

  6. Gente!!!
    Que pessimismo infernal é esse???
    Vamos levantar o ânimo, nunca estivemos tão bem!!! Claro, apesar do governo e dos sanguessugas.
    Brasil é uma potencia de vantagens comparativas enormes e que apesar de ter poucas vantagens competitivas pode, em poucos anos, virar o jogo. Os brasileiros não sabem se enxergar, Drucker, respondendo pergunta pessimista do Presidente Gemignani da Promom, (EXAME, 754 22/11/2001) disse que nós tínhamos potencial de sobreviver a qualquer crise global, apenas cobrindo as carências de infraestrutura, coisas simples, escolas para os alunos terem 7 horas/aula, hospitais para ganharmos dignidade, ferrovias para transportar nossas commodities…
    Só os brasileiros querermos em 5 anos está tudo revertido.
    Recentemente na França, quebraram tudo porque o governo queria impor 62 anos para a aposentadoria. Impuseram, mas custou toda a popularidade que o governo tinha, nós temos 65 anos há muito tempo e o sistema está falido. Pouca gente martela nisto.
    Em quanto sejamos cabeça baixa, nada feito, não tenho dúvidas.

  7. Muito bom ler seus artigos!
    Não; não tem nada de pessimismo tudo
    quer vc disse é uma realidade,gostei
    da parte a onde um cientista de filmes
    de hoolywood informa o presidente sobre
    o que vai acontecer!Só em fimes mesmo!
    Kanitz; penso comigo que o grande desafio de todos os paises é o aumento populacional,e a nescessidade de se viver bem e destribuir essas riquesas!

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