Uma Explicação Genética Para As Crises

[pullquote]As mães mais estressadas da história recente foram as da Segunda Guerra Mundial[/pullquote]

 

 

 

 

 

 

 

Finalmente achei uma explicação para a crise de 2008.

Quem me segue sabe que sempre achei a reação exagerada diante de um aumento no desemprego americano de 6% a 9%, um pífio aumento de 3%, que não deveria fazer a Bolsa despencar 50%, como fez em 2008.

Ao contrário de 1929, quando 90% da renda vinha do trabalho, hoje somente 60% da renda vem do trabalho, ou seja, o efeito líquido do desemprego seria menor ainda, de -1,8% no PIB.

Portanto por que tanto pânico, para uma queda de PIB de 1,8%, que pelo jeito se alastrou incontrolável?

Eu atribuí muito deste alvoroço à imprensa que deu um espaço enorme a professores acadêmicos irresponsáveis.

Roubini previu uma recessão eterna, o L, e Krugman previu uma recessão pior que 1929.

O desemprego nem chegou perto dos 25% de 1929, mas Krugman jamais se retratou.

Mas, mesmo assim, seria possível que dois irresponsáveis causassem sozinhos uma crise mundial de pânico deste nível, com queda na Bolsa de 50%, o aumento do preço do ouro em 100%, o crescimento do medo de perder emprego em 100%?

A resposta de todos com quem conversei era “claro que não”.

Então, por que esta crise relativamente pequena, teve um efeito desta vez tão devastador, ao contrário das outras quedas de PIB de 1,8%?

A última edição de New Scientist traz um artigo sobre a possibilidade de stress ser geneticamente herdado via mãe, ou epigeneticamente herdado.

Através de um ativador de transcrição fator 2 o ATF-7, mulheres estressadas gerariam filhos estressados, mas não netos estressados, o que poderia ser uma interessante adaptação a um ambiente mais instável.

É um efeito lamarkiano, que por si só seria sui generis.

Ligando este estudo da Universidade de Montreal com a Crise, levanto a seguinte hipótese.

As mães mais estressadas da história recente foram as da Segunda Guerra Mundial, cujos filhos têm hoje entre 50 e 70 anos.

Ricos, velhos e com reações exageradas pelo epigene do stress herdado da mãe, eles reagiram de forma muito mais acentuada do que o normal.

E por isso as crises anteriores geraram reações muito mais brandas, ou normais.

Por isso que todas as medidas econômicas até agora não surtiram o efeito desejado, não foram suficientes e fortes para combater este dado novo, que obviamente ninguém sabia.

Os modelos econométricos não incluem esta nova variável, o Quantitative Easing 1 e 2 é feito para filhos não estressados epigeneticamente.

Por este motivo, nada do mercado imobiliário ou Bolsa reagirem.

Isto explica porque dois irresponsáveis tiveram um efeito pânico tão avassalador, ao contrário de tempos anteriores, onde ninguém daria bola.

Em 2008, o universo de investidores tinha um epigene que reagia em dose dupla, um nível de reação típico de guerra, e não de uma economia do século XXI bem mais organizada e supostamente bem mais supervisionada.

As más notícias e o catastrofismo foram os de sempre, só que desta vez tiveram um público leitor mais propenso a entrar em pânico do que normalmente.

Os catastrofistas que critiquei nestes dois anos, me perdoem, vocês só fizeram o que sempre fizeram.

O público é que mudou.

17 Comments on Uma Explicação Genética Para As Crises

  1. O grande problema foi a associação com a crise de 29, isso gerou pânico. E a turma da esquerda que estava de cabeça baixa desde a queda do Muro de Berlim, que estava triste porque o capitalismo vinha tão bem, desabafou: fim do império americano, fim do capitalismo, ascensão dos “emergentes democráticos” e por ai vai. Isso gerou ressonância na sociedade.

  2. Eu acho sinceramente que o governo americano, e a União Européia resolveriam T O D O S os problemas para S E M P R E fechando as faculdades de Economia e triplicando as de Administração.
    NÉ KANITZ?

  3. Putz,
    não aguento mais esses posts do Kanitz completamente contrariado com o mundo, tudo e todos, em relação à “crise” que se instala.
    Sim, sou um grande admirador dele, mas até 2 meses atrás, quando começou a falar um monte, tentando analisar terapeuticamente a humanidade e suas reações, como quase um diário de psico-sociólogo.
    Avisa ao Kanitz, que nem todo mundo torce pela evolução do mundo, que sucesso não necessariamente são povos e governos adquirindo progresso. Para de achar que o universo conspira a favor dos bons, além que de boas inteções o inferno está cheio.
    O mundo é regido por dois sentimentos: medo e confiança, os precessores (como o Fractais adoooora referir-se) tiram vantagens sobre os demais. É muito simples! Sempre foi assim e sempre será!
    O mundo é uma balança de valores que tende para o prato mais preparado e agressivo, os que são pegos de surpresa só resta dançar conforme a música. Quem foi que disse que políticos e poderosos têm real interesse no mundo evolutivo, cidadãos felizes e otimistas. Isso só é possível, se estiver no contexto que poderão tirar vantagem desse tipo de situação, se for contribuir para a “evolução” deles mesmos.
    Vamos parar com essa hipocrisia de que governos são imunes ao interesse privado e se empenham em benefício do povo, vamos parar de achar que o capitalismo trabalha a favor de todos.
    Pelo amor de Deus, se não partir dessa premissa, é melhor mudar de profissão!…
    Kanitz, aceite as regras do jogo e jogue, ou peça pra sair!
    Daqui a pouco vai te achar um socialista frustrado, que sua penitência é ter que suportar o capitalismo!

  4. É isso aí Marcelo. Desabafa!! O Kanitz tornou-se uma grande incógnita. Chuta para todos os lados como um cego, e não existe verdade além do entendimento dele. Sinto muito mesmo, pois perdemos uma preciosa “cabeça” no Brasil!!!

  5. Caro Prof.,
    Em função da minha atividade gosto e sou obrigado a acompanhar as principais notícias econômicas, sejam elas globais ou tupiniquins. Apesar da minha idade, “ainda” fiquei chocado com o filme do Moore – “Capitalismo – Uma história de amor”. Apesar do viés político do diretor, ali encontramos muitas das respostas por estas crises. Quanto a mídia econômica/financeira…Dias atrás ouvi a pergunta: Qual o papel da mídia econômica? – Alguém respondeu… É o “papel moeda”! Um excelente dia.

  6. Caro mestre Kanitz,
    Desculpe, eles não sabem o dizem.
    Meus caros, Marcelo e Edgar Antonio Sbrogio – vcs são tão fantásticos que gostaria de ter a oportunidade de ler suas biografias e se puderem, informar onde posso ter acesso também a criações e artigos acadêmicos ou livros editados por vcs., pois quero ter a grata sensação de apreciar seus escritos.
    No termo geral, será que histórias passadas explicam o presente ou o presente explicam histórias passadas ou não é uma coisa nem outra, acho que vcs tem muito a nos a dizer.

  7. Stephen
    Entre criticas e elogios, acredito que seu norte sempre foi claro embora nem todos entendam que a disciplina e a rotina são vitais para a sobrevivência.
    Penso que o problema desta e de tantas outras crises, as nossas inclusive, se dá no momento em que o gasto é maior que a receita. No caso dos parceiros Norte Americanos, sinto que estejam passando por este período, pois prefiro a arrogância e hipocrisia conhecida do que a falsidade voraz do tigre asiático.
    Sendo assim e enquanto a economia dos Estados Unidos depender da força tarefa militar e de serviços que não servem para nada (consumo), acredito que continuaram em crise, até que mudem ou que consigam prevalecer o poder da força em detrimento do bom senso.
    Acho que é isso, falei demais, o DNA da Crise também é nosso, precisamos nos unir e apoiar quem tem dificuldades, este é o valor essencial mais precioso.
    Um forte abraço,
    Edwin Montenegro

  8. Eu não tenho Blog, não sou professor, e nem trabalho em algo que eu tenha que lhe fornecer dados pessoais, ou desempenhos. Sempre tive grande respeito pelo Sr Kanitz e seus conhecimentos, tanto vez por outra, mesmo sendo “apenas” comerciante viajei para assistir palestras do Sr Kanitz, justificando minha grande e antiga admiração.
    Mesmo assim tenho conhecimento muito acima da média do padrão leigo da população. Tenho 66 anos, graduado em economia em 1971, mantendo o meu Corecon em dia, e NUNCA…NUNCA deixei de ler ou me interessar pelo tema.
    NÃO É ABSOLUTAMENTE FUNDAMENTAL MANDAR ARTIGOS ACADÊMICOS PARA PODER ELOGIAR OU CRITICAR UM BLOG DE ACESSO PÚBLICO.
    Até o pipoqueiro quase alfabetizado que atende meu neto na esquina pode discordar.
    Se Vc sentir-se melhor imagine-me como o pipoqueiro.

  9. Sr Kanitz
    Além de pessimista, o outro defeito de Paul Krugman é não anunciar corretamente o Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel de 2008?

  10. Edgar leia o
    DECRETO-LEI N. 7.988 – DE 22 SETEMBRO DE 1945
    Artigo 9
    Art. 9º Ficam extintos a partir do ano escolar de 1946, o curso superior de administração e finanças e o curso de atuário, de que trata o Decreto nº 20.158, de 30 de julho de 1931.
    E escreva sobre isto. Vc pelo faz parte deste movimento.

  11. Lourival
    Leia sobre Finanças Islamicas, e como no ocidente fugimos disto e “alguem” criou o Multiplicador Bancario, e achou genial enganar depositantes. Nada haver com cspitalismo, e sim com economicismo.

  12. MEU QUERIDO KANITZ RESOLVI ENTRAR NO SEU BLOG POIS SALTOU-ME AOS OLHOS SUA EXPLICACAO GENETICA DA CRISE DE 2008.
    NAO SOU ECONOMISTA SOU CIENTISTA POLITICA APOSENTADA GRACAS AO PAIS HONESTO EM QUE VIVEMOS,COMO VC BEM SABE.
    LI HA UNS ANOS ATRAZ QUE AS MAES TIPO GALINHA NO SENTIDO DE COMPARACAO EXATA DA ESPECIE ,ISTO EXTRESSADAS COMO AS OVIPARAS,SERIAM AS MELHORES MAES.SAO AQUELAS QUE QUE FICAM EM CIMA DE SEUS PINTINHOS E CISCAM DAQUI CISCAM DALI PRA ACHAR A MELHOR MINHOQUINHA PRA SEUS FILHOTES.A MAE EXTRESSADA E IGUAL AMAMENTA,DA O SEU MELHOR E MAIS CHEIO PEITO PRA QUE SEUS BEBES FIQUEM FORTES SAUDAVESIS E BELOS.AS CRIANCAS VAO CRESCENDO E AS MAES SO EM CIMA DIZENDO NAO E NAO SIM E SIM,ISTO AS MAES DEDICADAS E ATENCIOSAS.ELOGIAM SE PREOCUPAM COM O MAIS IMPORTANTE QUE UMA MAE PODE DAR AOS SEUS FILHOS FOPRA ALIMENTACAO E CUIDADOS BASICOS:A AUTO ESTIMA.UMA MAE QUE DEIXA UM FILHO FORTE COM SUA DISCIPLINA E FOCO PERANTE A VIDA MAIS UMA AUTO CONFIANCA DO EU QUERO EU POSSO EU CONSIGO E EU SOU BARBARO LEGAL MARAVILHOSO ETC PODE FICAR REALIZADA E FELIZ ,E COM MUITO ORGULHO QUERO MAIS E SER CHAMADA DE MAE EXTRESSADA,POIS A RESPOSTA DO DEVER CUMPRIDO VEM COM FILHOS ETICOS HONESTOS COMPASSIVOS INTERESSADOS INTELIGENTES CAPAZES E QUE DAO VALOR A FAMILIA E A EDUCACAO QUE RECEBERAM.E NAO PRECISA TER SUCESSO MAS SIM SER RECONHECIDO POR TODOS OS VALORES RECEBIDOS.TENHO DOIS FILHOS QUE ME ORGULHO MUITO E UM DELES VC FOI AO HOSPITAL E ME DEU UM LIVRO MARAVILHOSO,SOBRE AUTO ESTIMA ,DESDE ENTAO ACORDEI PARA UM ASSUNTO QUE VENHO POR MEIO DESTA TE PEDIR PARA FALAR:ACHO QUE O BULLYING ESTA DIAMETRALMENTE OPOSTO A AUTO ESTIMA.E UM ASSUNTO QUE OS PAIS AINDA NAO SE DERAM CONTA.O BULLYING DESTROI VIDAS DESTROI AUTO ESTIMAS.BJOS CECILIA DALE

  13. Certo:
    – nao eh verdade que o 1% DE 1% dos EUA posui perto de 50% da riqueza do pais e aumentando
    – nao eh certo que eles pagam impostos extremadamente reduzidos
    – nao eh certo que os bancos estao envolvidos em barbaridades em conivencia com o governo americano
    – todos os milhoes de pessoas reclamando no mundo todo sao todos terroristas, nao pessoas desesperadas e sem esperança
    – nao eh certo que os problemas dos EUA estejam influenciando o resto do planeta
    VCs vao dizer que sou ironico….NAO! QUE EH ISSO????
    Disculpa meu Portugues

  14. Caro Sr. Edgar Antonio Strogio,
    Novamente digo que tu não sabes o diz e agora digo ainda mais, que tu não entende o que os outros escrevem.
    Não é necessário arrogância para discordar de algo que outro escreve e quem o faz, deveria ter o cuidado, senso crítico e conhecimento, bons argumentos e fino trato com as palavras e aí entra o respeito.
    Sem delongas e aqui não é espaço para eu perder tempo com quem não tem nada a dizer.
    Reafirmo, desculpe-me prof. Kanitz, este realmente não sabe o que diz.

  15. Se fosse só o desemprego. Some os calotes dos imóveis e as quebras generalizadas.
    Seria bom dar uma reciclada.
    The Inside Job – vencedor do Oscar de 2011:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Inside_Job_%28film%29
    Outro filme sobre o mesmo assunto e outra pegada é:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Capitalism:_A_Love_Story
    Tem um filme passando no HBO sobre a crise…a história é bem parecida com o que eu li no “A beira de um abismo financeiro” do proprio Henry Paulson

  16. “Quem me segue sabe que sempre achei a reação exagerada diante de um aumento no desemprego americano de 6% a 9%, um pífio aumento de 3% (…)”
    Na verdade, a proporção de desempregados aumentou 50% (ou 3 pontos percentuais), mas o aumento corresponde a 3% da mão-de-obra total. Em termos absolutos, realmente não foi um grande aumento, só estou apontando que a linguagem usada foi confusa.

    Finalmente achei uma explicação para a crise de 2008.

    Quem me segue sabe que sempre achei a reação exagerada diante de um aumento no desemprego americano de 6% a 9%, um pífio aumento de 3%,

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