Entenda Produtos Populares


Primeiro na concepção do produto. Precisaremos tirar o ABS do freio, o Dolby do som, e tantas outras sofisticações que encarecem o produto. O produto ideal está mais na linha do “Meu Primeiro Gradiente”, colorido, resistente e barato.

Reintroduzir o Fusca foi uma ideia na direção certa, mas o correto seria introduzir a bicicleta com motor.

O meio de transporte compatível com a renda atual do brasileiro médio é a bicicleta de US$ 90,00, e não um carro “popular” de US$ 8 mil.

Poucos shoppings centers no Brasil foram construídos em cima de metrôs, poucos metrôs possuem áreas de vendas, que poderiam ter sido alugadas.

Pobre possui menos tempo que o rico para fazer compras. Precisa-se ter um carro para comprar na maioria dos shoppings, uma distorção do modelo industrial.

O governo concentrado em manter seus monopólios relega a sua função de agente de mudança.

Neste novo modelo a ação do governo faz-se necessária. No caso das bicicletas, surgem imediatamente os problemas de trânsito e falta de ciclovias.

No caso dos metrôs, a falta de planejamento. A abertura do comércio aos domingos é condição sine qua non para baratear os custos fixos do comércio.

Enquanto no modelo industriaI anterior crescia-se primeiro para distribuir a renda depois, a nova estratégia de produtos populares requer o aumento da renda primeiro para depois crescermos.

O que Henry Ford fez ao dobrar os salários dos seus operários. No caso brasileiro, a simples eliminação do FGTS e a sua distribuição imediata ao trabalhador aumentaria a renda sem onerar os custos da empresa. E se o país crescer, os riscos de desemprego serão menores.

Publicado no Jornal do Comércio 1994

8 Comments on Entenda Produtos Populares

  1. ?????
    No caso brasileiro, a simples eliminação do FGTS e a sua distribuição imediata ao trabalhador aumentaria a renda sem onerar os custos da empresa. E se o país crescer, os riscos de desemprego serão menores.
    Pobre vai comprar casa ou carro como? FGTS é praticamente uma poupança para pobre, já que não pode tirar, quando quiser.
    Pois é em 1995, Brasileiro ganhava praticamente igual a um chines (menos de 100 dollares). Perdemos as vantagem cambial e aumentaram os impostos.

  2. Professor, já falei sobre a tal bicleta elétrica (ou com motor) para algumas pessoas, como opção viável para a classe baixa. As pessoas mostram desdém por essa ideia, mesmo sendo pobres, e isso é lastimável. Elas querem um carro e ponto final, não estão abertas a outros pensamentos.

    Ainda falando sobre carros e produtos “populares”, li esse artigo num blog automotivo:

    http://www.jalopnik.com.br/boicotando-tomates-e-comprando-carros/#idc-cover

    O autor defende que não temos noção alguma de valor, e, por isso, as concessionárias cobram pouco mais de R$ 96.386 num Hyundai Elantra 2.0, carro que nos EUA sai por mais ou menos U$ 23000,00 . Você concorda com esse texto?

    • Wellington,

      Li o artigo que voce pediu, mas no Brasil o governo taxa carros em 100%, porque na epoca era considerado luxo, e tirar impostos dos ricos é mais facil do que tirar de pobres.

      O boicote que a classe media precisa fazer é contra impostos e gastos bobos do governo.

      • Obrigado pela atenção, SK. Também acho que deveríamos pedir impostos mais justos, nos veículos e em todo o resto. Fico pensando se um dia será possível comprar Hondas e Toyotas – carros populares nos EUA e de classe média alta por aqui – a preços justos. Abraço.

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