Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as ideias dos outros – dizem as más línguas que até copiou algumas.
Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa.
Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma ideia, e não para quem a teve.
Uma ideia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.
Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa.
Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas ideias.
Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução.
Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.
Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas.
O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.
Por isso, a esquerda intelectual e a direita neoliberal conviverão às turras, quando deveriam unir-se.
Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como sócio um acabativo.
Há um ditado chinês, “Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe” – muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria.
Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo.
No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda.
Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.
Muito bom! Você descreveu com muita propriedade que quem sabe faz a hora não espera acontecer como dizia o poeta!!
http://www.youtube.com/watch?v=dICW9Q08qwY
Eu amo seus artigos, tiro vários como lição de vida, tenho 3 filhos pequenos 3,6,7 anos e volta e meia leio para as duas maiores para que tenham iniciativa e terminem sempre o que começaram !!! Vc é ótimo!! Abraços!! Tatiane Atanásio Dos Santos Bernardy!!!
Valeu a exposição lúcida dos conceitos…me ajudou a organizar minha leitura de mundo. Boa inspiração !!
No meu entender é preciso desenvolver ambas, pois um desenvolvimento harmonioso no ser humano é quando iniciativa e acabativa andam a par e passo como diria um gaúcho. Baseado nisto, resta cada um se conhecer o mais que puder e em possuindo mais uma do que a outra tentar desenvolver a que está mais atrasada. Teoria e prática precisam andar juntas tanto quanto possível.
parabens, esta é a a atitude correta.
Infelizmente no Brasil, não temos muitos MBAs, onde engenheiros estudam ao lado de advogados, médicos, economistas, e é neste ambiente que acabativos fazem parcerias com iniciativos.
Na graduação, so se encontra outros do mesmo perfil.
Obrigado Mestre!
fantástico. acredito que o estilo empreendedor por si não adianta num mundo onde para tudo precisamos de outra pessoa (tudo = grandes feitos/obras). Unir o homem de iniciativa com o de acabativa é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento e um modelo a ser seguido por nossos governantes.
Faltou dar crédito ao povo anônimo que põe a mão na massa. Geralmente abaixo do administrador têm alguém super proativo que trata de fazer a coisa acontecer.
Perfeito, Marcos. Empresários bem-sucedidos são ricos por causa do esforço de seus subordinados. Os subordinados é quem são os verdadeiros “acabativos” e como “se matam de trabalhar”. E a fatia maior do bolo, ó, no bolso do senhor de engenho. Perdão, do empresário.
Os verdadeiros “acabativos” da Microsoft são os seus milhares de funcionários. O Sr. Bill Gates é o senhor de engenho moderno, quem fica desproporcionalmente com a exagerada maior fatia do bolo. Viva a concentração exagerada de renda nas mãos de poucos. Só para lembrar: 67 famílias possuem a metade de toda a riqueza do mundo. O resto se mata de trabalhar.