Brasileiros adoram o livro O Ócio Criativo, de Domenico de Masi, enquanto os brasilianos não encontram livro algum com o título O Trabalho Produtivo, algo preocupante.
Como dizia o ministro Delfim Netto, o sonho de todo brasileiro é mamar nas tetas de alguém.
Quem está destruindo lentamente este país são os brasileiros, algo que você, leitor, havia muito tempo já desconfiava.
Infelizmente, o IBGE não pesquisa a atual proporção entre brasileiros e brasilianos neste país.
São as duas classes verdadeiramente importantes para entender o Brasil.
Mais importante seria saber qual delas está aumentando e qual está diminuindo rapidamente, uma informação anual e estratégica para prevermos o futuro crescimento do país.
Não vou fazer estimativa, deixarei o leitor fazê-la com base nas próprias observações, para sabermos se haverá crescimento ou somente a continuação do “conflito distributivo” deste país.
O eterno conflito entre aqueles que se preocupam com a geração de empregos e aqueles que só pensam na distribuição da renda.
Os brasilianos desta terra não têm uma Constituição, que ainda é negada a uma parte importante da população.
Uma Constituição feita pelos verdadeiros cidadãos, que estimule o trabalho, o investimento, a família, a responsabilidade social, a geração de renda, e não somente sua distribuição.
Uma Constituição de obrigações, como a de construir um futuro, e não somente de direitos, de quem quer apenas garantir o seu.
Precisamos escrever e reescrever nossos livros de história.
Em vez de retratarmos o que os brasileiros (não) fizeram, precisamos retratar os belos exemplos e contribuições do povo brasiliano para esta terra.
Um livro sobre a História Brasiliana, da qual teríamos muito que nos orgulhar. Vamos começar 2008 tentando ser mais brasilianos e menos brasileiros.
São 500 anos de cultura brasileira que precisamos mudar, a começar pela nossa própria identidade, pelo nosso próprio nome, pela nossa própria definição.
Os italianos chamam de “brasiliano” as pessoas nascidas no Brasil (e eventualmente tb a lingua portuguesa, muitos apesar de saberem que se chama portoghese, gostam de especificar dizendo “brasiliano”).
Muito interessante o ponto de vista. Nunca tinha parado para pensar sobre a origem do termo “brasileiro”.
No fundo acho que é preciso inventar um novo sistema: esse consumismo desenfreado e as diferenças sociais aberrantes não são saudáveis. Nem no Brasil, nem em outros lugares do mundo. Espero que a idéia venha aí do Brasil, um país que está se reinventando e felizmente, melhorou muito nos últimos anos (pelo menos as consequencias desse novo potencial a gente sente aqui na Italia, onde sim vivem italianos, mas o “ano” não é garantia de sociedade perfeita).
Aliás, se posso ser honesta, o Brasil baba muito ovo para os EUA, um país onde o valor das pessoas é medido pela quantidade de dólares que elas produzem e por quantas coisas inúteis os cidadãos conseguem consumir no menor tempo possível.
Quem sabe as novas idéias podem surgir aí do Brasil, nesse momento de otimismo e vontade de mudar?
Até a próxima,
Abs
Barbara
Barbara,
Com relação aos Estados Unidos você esqueceu, ou omitiu, alguns dados de grande importância.
O valor das pessoas é medido pela quantidade de dólares porque se atribui isso à capacidade de trabalho e de inteligência criativa.
Outro dado muito importante, talvez o que marcamais a diferença entre eles e nós brasileiros, é que lá, a MENTIRA é algo extremamente condenável e que levou um presidente ao impeachment.
No Brasil, a mentira é considerada ESPERTEZA, tendo chegado ao ponto de um presidente mentir diariamente, atribuindo a si e ao seu governo, políticas governamentais positivas executadas por governos anteriores.
E se escondendo na mentira para negar atos de corrupção, ou dizendo ignorar o que se passava ao seu redor, mentindo e mentindo a cada dia.
Eu penso na distribuição de renda onde o empresário, se produtor, paga bem para que se produza.
Devemos começar hoje a tentativa de mudar a imagem que o mundo tem do Brasileiro ou Brasiliano, não importa o termo, nos gabamos de tirar vantagem em tudo ou vivemos uma ilusão de felicidade quando conquistamos algo sem sacrifício, é comum ouvirmos a seguinte frase, “não fiz nada hoje no trabalho” com um sorriso no rosto de quem parece ter conquistado algo espetacular, vergonhoso…