E aí está o grande erro das feministas.
Ao criarem a briga dos sexos, elas afastaram ainda mais as filhas de seus próprios pais.
Ao lutarem para que homens respeitassem as mulheres imediatamente, esqueceram de lutar para que homens, pelo menos, começassem a respeitar as suas filhas.
Cujo efeito seria fantástico, a longo prazo.
Foi quando decidi escrever o livro “Como Um Pai Deve Cuidar De Uma Filha”, jamais publicado.
Sabia que os capítulos sobre como lidar com seu chefe, como escolher uma profissão, como lidar com o dinheiro do casal, como ser uma profissional competente, seriam fáceis para escrever.
Mas como é meu hábito, eu sempre começo com o capítulo mais difícil.
(Se você deixar o capítulo mais difícil para o fim você desiste, porque você já está cansado e atrasado, e o livro nunca acaba saindo.)
Mas, se o pior capítulo for o primeiro a ser terminado, o livro parece quase acabado.
Bem, o pior capítulo vocês podem imaginar qual é. “Como explicar à sua filha a função do sexo, sensualidade e prazer.”
Uma das razões que pais nunca tocam neste assunto é porque não há nada escrito para orientá-los.
Nem eu saberia exatamente qual discurso seria, uma vez que não tenho filhas.
Perguntei para mais de 50 pais de filhas, e 49 nunca tocaram no assunto além de “se tiver que fazer, não engravide”.
Homens poderiam contar para as filhas como agradar um homem, a questão do descompasso de frequência, porque homem pensa naquilo mais que mulheres, e não imagino quem melhor para explicar isto do que o próprio pai.
Mas o mais importante deste capítulo é que o discurso é entre pai e filha. E aí, toda a hipocrisia sexual que existe entre o discurso para o homem e o discurso diferente para a mulher cai por terra.
Homens teriam que achar um discurso que fosse coerente para homens e mulheres, pais e filhas.
Como um pai vai enfrentar uma filha dizendo que homem pode pular cerca de vez em quando, mas mulher não pode?
Como pai vai enfrentar uma filha dizendo que homem tem mais necessidade de sexo do que mulher, uma bobagem evolucionista monstruosa?
Não tendo uma filha, acabei desistindo do livro. Se tiver um homem com uma dúzia de filhas, que já resolveu este enorme abacaxi, poderemos conversar.
Mas eu se fosse uma feminista eu lutaria para aproximar pais e filhas, mais do que aproximar homens de mulheres.
Ao longo dos meus trinta e poucos anos, sempre ví com muita restrição esta questão do feminismo, que marcou as gerações anteriores.
Concordo plenamente com o texto, principalmente com a seguinte frase: “afastaram justamente o homem que deveriam enaltecer”. De fato, os movimentos feministas tangem o o extremismo, o radicalismo…o que certamente nos faz questioná-lo.
Existem duas questões primordiais na relação homem-mulher. 1) A atividade trabalhista tem procurado uma condição de igualdade, já que as mulheres se inseriam no mercado de trabalho – e precisam de um reconhecimento disto. 2) O homem e a mulher são seres biologicamente distintos. Nós mulheres temos uma visão diferente da sociedade, pois já somos culturalmente criadas para isso. É natural, é lógico, é plausível. Neste sentido, o homem e a mulher possuem funções COMPLEMENTARES. Devem se completar para que haja um equilíbrio. Mas trazer esta visão para o mundo profissional torna-se complicado… mas não impossível.
Certamente há homens extremamente machistas – que precisam ampliar seus conceitos. Mas há homens que simplesmente enxergam as mulheres como o que realmente são: mulheres.
Mulheres não são homens. Homens não são mulheres. E diante disto, precisam ter valor equivalentes – mesmo com suas diferenças – nas funções que desempenham.
Uau, genial! Genial mesmo! Não tenho nada para discordar de você, meu caro.
Acho que esta questão de os pais não saberem se relacionar com suas filhas, de não saberem como explicar as questões de sexualidade coisa que as mães, graças à Deus, fazem muito bem dificultam bastante nossas vidas, principalmente no momento de escolher um parceiro, pois se soubéssemos quando ainda inocentes todas as coisas que só aprendemos quando já estamos em um relacionamento talvez não nos decepcionaríamos tanto.
Se você não tem uma filha para conversar e precisa de um homem com uma dúzia de filhas, saiba que as mulheres que defendem as questões de gênero são bem tranquilas e você irá encontrar várias “filhas” para discutir o tema.
Muito legal esse post!
Parabéns mais uma vez por ter a coragem de tocar nas feridas, professor Kanitz!
Especificamente não tenho uma dica, uma vez que minhas duas filhas têm 4 e 1 ano e algumas questões vão despertar daqui alguns anos. O que posso contribuir é sobre o quanto a sexualidade é uma constante presente no mundo das meninas. E isso foi algo que me levou a prestar mais atenção no meu dia a dia. E daí coloco a atenção em mais um ponto: para evoluirmos em termos de humanidade devemos colocar mais atenção nos ritmos de poder de mulheres e homens.
Os segredos dos ciclos e seu poder de atração há muito continuam ocultos para a maioria de nós, homens, ainda que nossos antepassados de alguma maneira tenham conseguido criar dois mundos distintos: o masculino e o feminino.
Desde minha geração, e talvez um pouco antes, temos escolas mistas. Mas as normas de conduta sobre essas questões não estão na Bíblia. São muito mais recentes!
Às mulheres: sim! Somos treinados para sermos G.
Professor: acho que somos os dois, ser mais um ou mais outro é uma questão de sobrevivência, é pessoal, uma vez que as “armas” que temos para sobreviver na selva de concreto são basicamente essas.
P e G… Me parece Progressão Geométrica…
Buenas, dia da mães! Vou preparar um café para a mãe de meus três bebês!
À minha mãe: obrigado pela acolhida em teu ventre! Te amo!
Mulheres, prestem atenção: vocês tem o poder, mas nós homens temos a força e a união. Aprendamos uns com os outros para que nosso inimigo seja nosso aliado.
O inimigo? Nossa natureza animal que nos desumaniza e nos mostra todos os dias o quanto é difícil o caminho evolutivo que escolhemos.
Enviei o artigo a algumas amigas quase especializadas nesta área: «”Os homens são todos iguais”? – Vejam, sobre o final do artigo, os comentários de Carol e Andrea sobre o que os Homens deveriam explicar às filhas e as diferenças no Mundo do trabalho.»
Impoluto professor Kanitz, parabéns.
Estou muito feliz, por ter aliviado minha consciência e me encorajado a continuar tentando acertar.
Tenho 55: gêmeas de 31 anos e gêmeas de 19 meses, quatro filhas do primeiro casamento, um menino de quatro anos e duas filhas de 19 meses do segundo, seis ao todo, ainda não tenho netos.
Bem, sem falsas pretensões, se tivesse me incluído na sua pesquisa, somente 48 dos 50 homens nunca tiveram coragem de tocar no assunto, Deus me deu outra oportunidade de acertar.
Fico muito feliz, porque no dia 10-05-2011 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, vai tê-lo pessoalmente e, poderemos falar sobre o assunto, já tenho um convite, estarei presente.
Caro Kanitz,
não vejo, em meu círculo de amizades, feministas que queiram afastar os filhos de seus pais, pelo contrário. Sugiro voce conhecer o Blog das Feministas, onde existem diversos artigos sobre o tema.
Nosso desejo é, acima de tudo, que possamos ter uma vida compartilhada. O feminismo não é uma briga de sexos, entenda bem. E não tem nada a ver com o homem e sim com a mulher, com a necessidade de termos direitos – oportunidades iguais.
Sei que existem correntes feministas que pregavam outras coisas, mas como todo movimento que busca a mudança, ele amadurece e traz novas ideias e posições.
O feminismo nunca matou ninguém. O machismo mata, todos os dias.
Bjs
Adriana
Adriana, Tem certeza que feminismo nunca matou? Pense bem.
Professor, parabens pelo artigo. Sei do que está falando. Tive a sorte de ter uma esposa fantástica que me ajudou a entender minha filha e ela a me entender. Creio que o caminho é um trabalho conjunto. Não isolado.
Como são as coisas, ao vencerem, perderam, todos nós perdemos, em vez de conduzir os homem ao universo e forma de ser, pensar e organizar das mulheres, elas vieram para nosso mundinho feio, de competição e força. Muitas agora são como homens, naquilo que há de pior em nós. Hoje há mulheres fálicas e homens sem virilidade. Quando poderíamos nos tornar viris e sensíveis. Em vez do pensamento complexo e demorado, temos a vitória do pensamento imediato e violento. Que pena.
Adriana,
Ainda bem que voce não leu Trair É Normal e o blog da Regina Navarro. Estão aí, influenciando filhas e filhos.
Um grande abraço.
O feminismo não, Mauricio. Talvez vc não saiba o que seja feminismo. Não se preocupe, a maioria não sabe.
Indico o bloq que falei a respeito – http://blogueirasfeministas.com/ . Tem muitos textos interessantes aí, vale a pena conhecer.
Abraço,
Adriana
Kanitz,
assim como existem administradores, economistas, médicos e o diabo a quatro com pouco conhecimento do que realmente é a profissão que exercem, existem pessoas como a que citou que acham que sabem alguma coisa e que ficam “vomitando” o que lhes dá na telha. Li algumas frases dessa mulher que voce citou e, sinceramente, não tive vontade de ler mais. Não li o livro citado também. Mas a teoria das feministas possui um aracabouço fantástico. Eu sugeri que voce lesse o blog das feministas, por ser mais atual e trazer a visão múltipla de várias ativistas de hoje. E lá voce poderá encontrar boas indicações da teoria. =)
É importante que estudemos a verdadeira face do feminismo, até para desconstruir as picaretas de ocasião, não é? Chega de “Antonios Robertos”…rs
Abraço,
Adriana
Isidro,
o que quis dizer com meu comentário foi que os pais deveriam tentar compreender o mundo feminino através das questões de suas filhas para instruí-las melhor, pois filhas são diferentes de esposas e muitos pais não conseguem perceber isso.
Às vezes observo como pais que tem casais de filhos tratam com diferença estas questões e se decepcionam muitas vezes quando suas filhas passam por situações que poderiam ser evitadas se houvesse uma conversa prévia.
Como disse a Adriana: mulheres não são homens e homens não são mulheres e isso nós entendemos bem. É claro que nem tudo que um homem faz cabe à mulher fazer, mas o que a Adriana e Eu concordamos é que mulheres não podem ser limitadas, nem no mundo ocupacional nem no sexual/sentimental. Não há como os pais acharem que as mães, por mais competentes que sejam, nos instruam sobre o comportamento masculino pois elas também são mulheres.
É papel dos pais educarem seus filhos mas também suas filhas, para que possamos ser mulheres, namoradas, esposas e mães melhores.
Mas deixo claro, não estamos em uma guerra. Isso não existe!
Abraços.
Adriana,
Sugerir que homens leiam blogs de feministas, me parece estranho. Por que dividir, divisões criam campos de batalha.
Seria que nós homens deveriamos criar blogs de machismo esclarecido para mulheres saberem o “nosso”ponto de vista. Óbvio que não.
O meu texto defendia que se homens falassem sobre sexo com suas filhas o discurso teria que ser unico, coerente para homens e mulheres.
Estou a procura deste texto, se achar num blog feminista, me manda correndo.
Abraço,
Stepehen
As mulheres são as melhores chefes do mundo, desde que não seja minha.
Eu quer escrever para minha Revista, PARTES, mas tenho tanto receio quanto material.
Devo escrever?
As mulheres, apesar de serem mulheres, são importantes na vida. Imaginem se existissem só AEROMOÇO-as empresas aéreas estariam falidas.
DEUS CRIOU AS MULHERES PARA SERVIR AO HOMEM E PRONTO. – UM BEIJO EM TODAS.
“para mim escrever.” não, “para eu escrever”. Belo post
Veja a lógica desse senhor… homens não escrevem livros sobre educação sexual para as filhas… algo normal numa sociedade machista… e a culpa é do feminismo!
Engraçado como alguém que se recusa a ler teorias feministas, não sabe do que se trata, se empodera de um termo tão desconhecido a ele e fica falando sobre seus erros! Os seus erros, amigo. Não do feminismo.
OLHA SO NAO VOU ESCREVER MUITO NAO SÓ POSSO DIZER QUE SOU HOMEN CASADO PAI DE UM FILHO E TRES FILHAS SOU O PROVEDOR DO MEU LAR E MINHA MULHER É DONA DE CASA SE QUISER FALAR COMIGO ME LIGUE 21 77392282.CONSEGUI COM MUITO ESFORÇO NAO FOI FACIL MINHA MULHER HOJE ME AJUDA COMO DEVERIA ELA NAO COMPETE COMIGO.
Gostei muito do artigo, ele vem ao encontro do que penso hoje sobre relacionamentos homem-mulher, pois vejo que hoje, as mulheres conquistaram um grande espaço, muitos direitos e em muitos casos o poder sobre sua própria vida, porém quando olhamos os relacionamentos de perto o que eu tenho visto são mulheres que fazem e acontecem e homens que não sabem muito bem qual o novo papel deles no casal.
Se antes, havia uma divisão das tarefas e às mulheres cabia cuidar da casa e dos filhos, e ao homem cabia cuidar do sustento da família, hoje quando a mulher passou a dividir, ou em muitos casos assumir por completo o sustento da família, sem deixar de cuidar da casa e dos filhos, seus homens ficaram perdidos sem saber qual é o seu papel.
É necessário ensinar os pais a dialogarem com suas filhas. É necessário ensinar ao homem como ser companheiro de sua esposa e compartilhar com ela o dia-a-dia da manutenção física e afetiva da família. É preciso ensinar as mulheres a educarem seus filhos, pois vejo muitos meninos que crescem mimados e sem a menor noção do que venha a ser o ser homem para uma mulher.
O que quero dizer é hoje as relações homem-mulher estão se reconfigurando, é se antes era necessário nos impormos para conquistas de nossos direitos, hoje é necessário começar a olhar para os homens não mais como inimigos, mas sim como os companheiros que esperamos que sejam, e passemos a nos educarmos a todos, homens e mulheres para uma nova forma de nos relacionarmos.