A própria dedicação à sua família, pelo menos por parte dos homens tipo P, prova o contrário.
Um dos prazeres de se ter filhos é justamente o de observar pequenos clones de nós mesmos.
Trata-se de uma forma de revivermos nossas próprias vidas em nossos filhos, tanto que muitos pais impingem aos filhos alguns objetivos fracassados.
Pais que adorariam ter aprendido a tocar piano ou ter conquistado campeonatos de futebol muitas vezes orientam seus filhos para que realizem tais feitos.
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Já percebi muito de minhas características em minhas filhas.
Embora eu fique muitas vezes imaginando o futuro delas, fico me policiando para não sonhar por elas. Quero incentivá-las a criarem seus próprios sonhos.
Gostaria de ver algum artigo sobre: Expectativa sobre o casamento X realidade.
Ou seja: Quanto de boas expectativas boas deve ter um casal de namorados sobre o casamento para que aumente a probabilidade daquele relacionamento dar certo.
Agradeço
Caro Kanitz, acabo de receber do meu amigo Ferraz o texto abaixo, de autor desconhecido, que complementa bem as tuas idéias, penso eu. Abs, Prof. Giba Canto.
*O Valor da Tolerância*
Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. Eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um duro dia de trabalho.
Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola. Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:
– Adorei a torrada queimada…
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele havia gostado realmente daquela torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:
– Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada… Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das coisas mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar.
A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apóia, eu e ela nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes. Não que mais tarde, o dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e nos adaptar para fazer o melhor.
De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos.
Então filho, esforce-se para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida, à você e ao próximo.
“As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse. Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir.”
Este é o ponto Kanitz, filhos são espelhos, tendo-os somos orbigados a nos ver, ver sobretudo as coisas nem sempre boas neles e nas situações típicas do crescimento. Quem não quer filhos, tem medo de encarar o seu próprio passado, aqueles que empreendem o desafio, sofrem, mas tem um melhor oportunidade de vencê-los. Este é o ponto.