A Autoestima de Nossos Filhos

Segundo são os pais, com suas neuroses de segurança, que têm medo de cadeiras.

Quando Roberto e Ricardo começaram a aprender a pular, entre três e quatro anos de idade, desafiava-os para um campeonato de salto a distância.

Depois de algumas rodadas, seguindo a filosofia do livro, deixava-os ganhar.

Ficavam muito felizes, mas qual não foi a minha surpresa quando na sétima ou oitava rodada, eles começavam a me dar uma colher de chá, deixando que eu ganhasse.

Que lição de cidadania: criança com boa autoestima não é egoísta e se torna solidária.

Eu não tenho a menor dúvida de que os problemas que temos no Brasil em termos de ganância empresarial, ânsia em ficar rico a qualquer custo que leva à corrupção, advêm de um pai ou uma mãe que nunca se preocuparam com a autoestima de seus filhos.

Eu acho que políticos, professores e intelectuais, na maioria desesperados em se autopromover, jamais darão dar oportunidades para outros vencerem, como até crianças de três anos são capazes de fazer.

A fogueira das vaidades só atinge os inseguros com baixa autoestima.

Alguns pais fazem questão até de vencer seus filhos nos esportes para acostumá-los às agruras da vida, como se a vida já não destruísse a nossa autoestima o suficiente.

A teoria é simples, mas a prática é complicada.

Uma frase desastrada pode arruinar o efeito de 50 elogios bem dados.

‘Meu marido queria que o segundo fosse um menino, mas veio uma menina’. Imaginem o efeito desta frase na autoestima da filha. Portanto, quanto mais cedo consolidar a autoestima melhor.

Esta tese, porém, tem seus inconvenientes.

Agora que meus filhos são muito mais espertos, inteligentes e observadores do que eu, tenho que ouvir frases como: ‘É isto aí Pai’, ‘Faremos do seu jeito, pai’, tentativas bem intencionadas de restaurar a minha abalada autoestima.

10 Comments on A Autoestima de Nossos Filhos

  1. Percebo pelo seu comentário do livro, que o autor se baseia nas teorias de Freud. Ressalto a importancia da Psicologia no cotidiano, é uma pena que o ensino de Psicologia em algumas areas se limitam a “Foco Organizacional”.

  2. Tenho 20 anos de idade e já me deparei várias vezes com cenas de que os pais ao verem seu filho cair do escorregador do parque, os xingavam e às vezes até batiam e chamavam-o de burro dizendo “ninguém mandou descer nesse escorregador”. Lendo este artigo comecei a pensar que se ao invés dos pais terem xingado ou batido no filho, ajudasse-o a levantar e dissessem uma simples frase: “levanta meu filho, vá lá e desça novamente e dessa vez sem cair heim(com bom humor), você irá conseguir…”. A autoestima do filho seria bem melhor do que de fato aconteceu. A educação dos filhos hoje depende primeiramente da ética e da sabedoria dos pais em saber educar seus filhos, justamente como o livro parece mencionar. Quando eu tiver um filho, com certeza vou lembrar deste tópico e comprarei o livro aqui mencionado.

  3. Prezado amigo! permita-me chamá-lo desta forma. Suas doces palavras soam em nossas corações como uma canção que sempre nos alegra muito. Digo porquê, no mundo atual parece que as pessoas começaram acordar para o ponto crucial da vida, que é obter sabedoria através da educação. Então meu amigo, por favor continue sempre assim nos provendo de informação de conteúdo incalculável para nossa formação como ser humano.
    Aproveitando do seu valioso texto pensei numa frase de camiseta que vou estampar aqui no Japão: Na Vida não temo
    Ctrl+Z. Essa tecla nã existe!

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