Empresas Preparadas Para Servir

Rolim Amaro, da Tam, era um amigo que faz muita falta.

Ele era o exemplo de um empresário intuitivo, observador, honesto, prova de que diploma não é condição necessária para ser Presidente de empresa ou nação.

Eu sempre brincava com ele que se tivesse feito faculdade, hoje ele seria diretor de uma das companhias de aviação concorrente em vez de ser dono da Tam.

A característica do Rolim era que ele gostava de servir os outros.

Toda a sua atitude neste sentido era autêntica, não era da boca para fora só para ganhar dinheiro.

Tanto que ele foi um dos primeiros a apoiar os meus dois projetos sociais, o site voluntarios.com.br e o Prêmio Bem Eficiente.

Quando eu apontei que os voluntários que usam nosso site são pessoas predispostas a servir o outro, Rolim imediatamente adotou como prática de seleção que o departamento de pessoal da Tam privilegiasse candidatos a emprego que tivessem sido voluntários quando jovem.

O mundo empresarial de hoje é o mundo dos serviços.

Daqui para a frente as empresas de sucesso serão as empresas que eu chamaria de “Preparadas Para Servir”.

Como criar este tipo de empresa?

Transformar empresas para servir o outro será nosso enorme desafio daqui para a frente, e administradores profissionais e socialmente responsáveis vão ter que promover uma mudança cultural de enormes proporções, por razões históricas.

Herdamos uma cultura portuguesa greco-romana que via o servir o outro como servidão, um fardo, uma obrigação a ser evitada.

Servir o outro era visto como uma penalidade, algo que devia ser evitado a todo custo.

O segredo é ser servido, tanto que adotaram a escravidão sem remorso, e nunca servir.

Esta mentalidade ficou ainda mais forte no Brasil com quase 400 anos de tradição escravocrata, quando importamos escravos para nos servir, e queremos que o Estado nos sirva de todos as nossas necessidades e obrigações.

A maioria dos brasileiros, inclusive muitos intelectuais, querem ser servidos e não servir.

Querem aposentadorias integrais, 13o. salário sem existir 13 meses de trabalho, querem serviços públicos em todas as áreas, querem ensino grátis, saúde grátis, transporte grátis, remédios grátis.

Querem seus direitos, sem pensar nas obrigações.

Por estas razões históricas, o Brasil ainda vive uma enorme resistência a servir os outros, ao contrário de outras civilizações como a chinesa, japonesa e americana, onde servir o outro não é tão mal visto assim.

Se ensinarmos as pessoas que servir o outro não é degradante, pelo contrário, de que é um raro prazer, construiremos uma sociedade sólida e uma plataforma de exportação de serviços.

Criaremos uma nação de cidadãos compromissados com o cliente e com o social.

Visite o nosso site que Rolim ajudou a criar, o www.voluntarios.com.br. É um belo lugar para começar.

 

@stephenkanitz

6 Comments on Empresas Preparadas Para Servir

  1. Infelizmente aqui no Brasil ainda é assim: servir ao próximo é motivo de ser chacota para muitos, mas não podemos deixar de ter fé e acreditar que nosso país ainda será exemplo para muitos…

  2. Professor, isso é um fato comprovado e que nós, que trabalhamos com multiplicar idéias que levem a mudanças de posturas e atitudes vimos insistindo sempre!
    Um fato que gostaria de acrescentar, do ponto de vista do varejo de confecções e calçados – meu público de trabalho, vem acontecendo uma piora incrível nos serviços prestados. Bem na contramão daquilo que acreditamos!
    A pressão de redução de custos (burra) vem aumentando a rotatividade de gente e o acréscimo do despreparo geral. Some-se a isso o problema gerencial crônico que temos o resultado é uma venda de produtos, em plena era dos serviços!
    Nivelar por baixo é um mote incrível!
    Mesmo na TAM atual – afinal, a tal barrinha, com serviço de primeira ficaria bem mais digerível!

  3. Ai! Agora você pegou pesado comigo Kanitz, fui pupilo do Cmte. Rolim trabalhei na TAm por 4 anos de 1999 as 2004 e tive a oportunidade de varias vezes escutar o Cmte. falando para seus pupilos sobre o “Jeito de servir da TAM”
    Me emociono até hoje por ver o quanto ele estava a frente de muitos administradores cheios de canudos, bons tempos aqueles pena que não voltam mais
    Eu vez por outra escrevo e coloco histórias do Cmte. num site aqui da minha região talvez você já o conheça, se não conhece gostaria que dece uma olhadinha trata de assuntos bem interessante voltados ao 3º setor
    veja o link abaixo, se me permite:
    http://arcadenoe.ning.com/
    Grande abraço

  4. Ë bem isso o que nos falta. Kanitz. Ter prazer em servir ao próximo. Sou servidor público e sei o quão gratificante e prazeroso poder servir e ainda ganhar para isso!
    Só vou ter que discordar contigo em relação a, nós brasileiros, querermos serviços públicos em todas as áreas, como ensino, transporte e saúde gratuitos. Acredito que devemos, não só querer, como exigir isso. Uma vez que a carga tributária do nosso país é uma das mais altas do planeta, como você deve ter conhecimento. E os nossos serviços públicos, principalmente para os mais necessitados, deixam e muito a desejar.

  5. Prezados (as) Senhores (as),
    Aconteceu no dia 29 de março de 2011, a entrega do prêmio Dubai International Award for Best Practices 2010. A cerimônia foi realizada na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos e a Organização Cidades sem Fome, http://www.cidadessemfome.com.br, uma das 12 contempladas, fez-se representar no evento através do seu fundador, Hans Dieter Temp e da Assistente Social Raquel de Melo Ferreira Temp.Compartilhamos essa importante conquista com todos os nossos colaboradores, parceiros, beneficiados e em especial, com nossos apoiadores e patrocinadores.
    O que é o Dubai International Award for Best Practices? A premiação foi lançada em uma conferência das Nações Unidas, em novembro de 1995. Desde então, a cada dois anos, doze projetos são contemplados dentre os concorrentes dos cinco continentes. A iniciativa é do governo de Dubai, em parceria com a ONU/HABITAT, e tem como objetivo, incentivar projetos de desenvolvimento sustentável em comunidades carentes, através de ações de cooperação internacional mútua.
    Melhores Práticas são contribuições relevantes para melhorar o meio ambiente e desenvolver comunidades em situação de vulnerabilidade social. São definidas pelas Nações Unidas e pela Comunidade Internacional como iniciativas bem sucedidas que:
    • apr esentam impacto visível e tangível na melhoria da qualidade de vida das pessoas;
    • são resultados de parcerias eficazes entre os setores público, privado e da sociedade civil;
    • são socialmente , culturalmente, economicamente e ambientalmente sustentáveis;
    Melhores Práticas são promovidas e utilizadas pelas Nações Unidas e pela Comunidade Internacional como um meio de:
    • incentivo às políticas públicas baseadas em projetos que realmente funcionam;
    • sensibilização para os tomadores de decisão em todos os níveis, envolvendo a população em potenciais soluções para problemas comuns nas áreas social, econômica e ambiental;
    • Compartilhamento e transferência de competências, conhecimentos e experiências através de redes mútuas de aprendizagem.
    Os 12 projetos vencedores do Dubai International Award for Best Practices 2010 podem ser encontrados no link
    http://www.khaleejtimes.ae/DisplayArticle08.asp?xfile=data/theuae/2011/March/theuae_March825.xml§ion=theuae
    Acompanhe também as notícias do projeto Cidades sem Fome pelas Redes sociais Facebook, Twitter e Youtube. Os endereços encontram-se abaixo.
    Atenciosamente,
    Hans Dieter Temp
    Organização Cidades sem Fome
    http://www.cidadessemfome.com.br
    11 2735-4842 e 11 9820-5784 ou 55 3265-2361 e 55 9670-5742.
    Site: http://www.cidadessemfome.com.br
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