O Estilo Dilma de Administrar


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O Estilo Dilma de Administrar está mostrando seus primeiros sinais de problema. Problema sério de insubordinação da base aliada.

Seu estilo foi identificado nos anos 60 por Douglas McGregor no livro “O Lado Humano da Empresa”.

A maioria dos sociólogos da época defendia que o trabalhador odiava o seu trabalho, que precisariam de um modelo de gestão autoritário, onde se bate na mesa, exige-se resultados conformemetas pré-estabelecidas, e assim por diante.

É a visão de muitos gestores de empresas familiares, e de muitos gestores públicos.

Funcionários fingem que trabalham” é um ditado conhecido daqueles que acreditam em gestão. Por isto dão ordens constantemente, gesticulam, cobram, exigem, dão muros na mesa. Só que este estilo funciona no início mas depois dura pouco.

Especialmente para Presidentas que estão nos últimos 18 meses de seu mandato. Pessoal para de obedecer sabendo que ela vai embora e os resto fica.

O movimento de Administração Socialmente Responsável iniciada em 1910, e da qual McGregor faz parte, mudará tudo isto.

Ele cria a Teoria Y, que prega que o ser humano quer ser útil e produtivo, que trabalhará com prazer se as condições forem propícias.

Se tiver autonomia, se o tratarem como um ser humano e não simplesmente como um subordinado.

Teoria Y foi a causadora da enorme inovação e criatividade na Google por exemplo, que ainda não vemos no setor público.

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No governo brasileiro nunca tivemos o estilo X nem o Y.

Quem cobra é a imprensa, o contribuinte, não o Ministro que nem indicou seus secretários que são de outro “partido”.

Poderíamos criticar a Dilma por implantar uma teoria dos anos 60, mas isto só mostra o atraso administrativo em que estamos.

Administração Socialmente Responsável jamais foi discutida pelos nossos intelectuais.

Stalinismo, sim.

Empresas como a Google, Natura, todas as nossas agências de publicidade são Teoria Y.

A Ambev, é a soma das duas, muita autonomia, muito bônus para os funcionários, mas muita cobrança por resultados.

É muito triste que ninguém até agora percebeu que o Estilo Dilma é a Teoria X, já ultrapassada, que sabemos não dá resultados a longo prazo, mas isto só mostra o atraso administrativo deste país.

Nos próximos 18 meses a Dilma irá sofrer por isto, o que vimos é só o começo. 

19 Comments on O Estilo Dilma de Administrar

  1. Kanitz, admiro muito as coisas que você diz e escreve no blog. Mas você não está sendo precipitado demais em já determinar que o estilo da Dilma é a teoria X, já ultrapassada, segundo você e afirmar que ela não dará resultados a longo prazo ? A Dilma nem bem começou o seu governo e as pessoas já ficam preocupadas em classificá-la e rotulá-la de X ou Y sem dar tempo ao tempo para avaliar um governo! Não foi você mesmo que disse para olharmos as cotações da Bolsa de Valores, no começo do ano e depois só olhar novamente no fim do ano para ver como as ações se comportaram num prazo maior ? Quando a Dilma completar 4 anos vamos avaliar se ela fez o que devia ser feito e se cometeu muitos erros. Muitas empresas que se dizem modernas, no papel, com os seus CEOs ganhando uma fortuna, na prática, junto ao consumidor são uma lástima! Moderno ma minha opinião é atender bem o consumidor, é tratá-lo com respeito, honestidade e respeitar o meio ambiente e seus funcionários. Quantas dessas empresas que você citou respeitam o consumidor ? E a AMBEV, é o que é hoje porque pegou dinheiro público, barato e depois a vendeu para o exterior! Os seus donos ficaram ricos, mas com grandes perdas para o país! Os funcionários foram os mais prejudicados e agora esta AMBEV se puder acaba com as pequenas cervejarias, matando os concorrentes e estabelecendo o preço que eles querem.

  2. Identificar a tendência, apontar o caminho e dizer o que pensa a respeito é o que sinto que o professor Kanitz faz.
    É óbvio que a Sra. Presidente Dilma tem boas intenções e precisa de tempo para mostrar a que veio, mas a tendência, o passado, o “modus opereandi” dela, misturado com o sistema vigente, indicam um caminho.
    Ouvi o discurso dela ontem, com o foco na educação, nas novas tecnologias, e, quando falou em “internet a preço acessível” foi obrigada a usar as expressões “médio e longo prazo”.
    Falou também, a Sra. Presidente, sobre as escolas técnicas e a necessidade de ensinar e de reformar o ensino. Pediu ajuda para isso, colocando- se como “mãe e avó”.
    É um misto de conhecimentos que recebemos ao sermos agraciados pela possibilidade de termos filhos, que dirá netos! E acredito sim que a Sra Dilma seja “Geração X”. E olha que para boa parte do país isso é um avanço! Mas o futuro tende a “Y”, pois são a geração tv a cabo, da interjeição para impaciência “why”, das coisas que acontecem mais rápido, da aceitação da transitoriedade das coisas…

  3. Shalom Caro amigo Stephen!
    Essa história da Dilma é muito mais tendenciosa para uma “estória”. A mulher não foi eleita, foi interposta pelo seu “padrinho político” e o povão foi na onda. Segundo, que ela sempre foi um-pau-mandado, assim, a personalidade dela ainda não se formou e não vai se formar nunca mais, a idade não vai permitir.
    E em terceiro que a mulher mais parece uma guarda-roupa daqueles bem antigo, em tudo e por tudo. AFFFFFFVVVV
    Aquele abraço!

  4. Bom, o Google possui o AdWords, uma ferramenta que sempre vende seus produtos (palavras) pelo maior valor possível e explora aqueles que precisam que seus sites aparecem em primeiro lugar na sua listagem. Com tanto dinheiro entrando, sem nenhuma dívida e um caixa com vários bilhões de dólares, eles podem usar qualquer escola de administração, até as mais exóticas. Não foi a gestão inovadora que criou o Google, mas foi a ferramenta que permitiu ao Google criar este estilo de administração.

  5. Caros,
    o “estilo da Dilma” já é bem conhecido na esfera governamental desde que assumiu o Ministério de Minas e Energia.
    Durante a eleição eu tive vários debates com pessoas ligadas ao governo sobre os candidatos e todos foram unânimes em dizer que o estilo gerencial dos principais candidatos (Serra e Dilma) eram muito parecidos: centralizadores, autoritários e com baixa confiança nos comandados.
    O que tem surpreendido não é o estilo administrativo mas sim o político, que está bem mais neo liberal que a ala mais radical do PT gostaria de ver. Tenho já percebido comentários negativos entre os partidários mais idealistas…
    Sobre comprarar gestão pública e gestão corporativa, acredito que quem comentou não deve estar muito próximo dos governos atuais. Cada vez mais a gestão administrativa pública está alinhada as técnicas de gestão privadas. Os fins podem (ou pelo menos deveriam né?) ser diferentes, mas o “Modus operandi” tem se revelado cada vez mais semelhante. A diferença é que o mercado privado está anos luz a frente da gestão pública em diversos pontos, principalmente no Brasil.
    O comentário de Kanitz sobre a gestão de empresas como Natura e agências de publicidade é muito correto. Eu incluiria aí muitas empresas da área de Tecnologia da Informação. Eu já trabalhei nos opostos: Empresa fornecedora de equipamentos para mineração e empresa de TI: são mundos distintos. O nível de confiança, a liberdade na forma de execução, o clima organizacional, o trabalho com foco no projeto e não no procedimento apenas, entre diversos outros pontos…
    É delicioso trabalhar em Organizações assim! E tenho certeza que essa nova visão faria muito bem a gestão pública, pois tenho aplicado em Entidades do terceiro setor e tem tido grande êxito!
    Abraços, Mestre!
    Adriana (e Meg)

  6. Sem pretensão de conhecer a verdade e nem de pontificar em área na qual não sou especialista, na minha opinião a base da discussão é frágil.
    Como dizia aquele fulano “A questão é cultural, estúpido!”
    Desde a colonização, não vejo muita mudança cultural no Brasil, na área pública – executiva, legislativa ou judiciária. Continuamos Pasárgada, onde quem se dá bem são os amigos do Rei.
    Na área privada, estamos custando para sair da cultura da senzala… Pobre Brasil.
    Minha primeira e importante lição de supervisão industrial, dada por um americano de multinacional, no início dos anos 70, foi com um trocadilho: “People will not do what you expect, they will do what you INSPECT!” (As pessoas não fazem o que se espera delas, fazem aquilo que você INSPECIONA).
    Aqui, infelizmente, na área pública, em todos os níveis, é muito mais comum o “barnabé”, que arrumou um emprego público, para mamar nas têtas do governo, do que alguém verdadeiramente interessado em “funcionar” e fazer algo de útil para a coletividade.
    No geral, as pessoas “se livram” das tarefas. Os alunos estudam “para passar” e os “profissionais”, ao terminar uma tarefa, perguntam a quem os contratou “e aí, chefe, dá para passar?”. Raramente encontro alguém que, depois de terminar um trabalho, aponta para o resultado e diz, com orgulho, “Fui EU quem fiz!”.
    A menos de engano (meu), ninguém administra sozinho. Na esfera privada, quem manda é o “chefe” e na pública é quem tem o “poder” e, para ter o poder, precisa fazer alianças, se cercar de pessoas que estejam dispostas a colaborar, por convicção ou interesse, e, principalmente, precisa “comprar” a oposição, cedendo em alguns pontos ou proporcionando vantagens e privilégios.
    O “estilo” e o sucesso, na esfera pública, está em como o ocupante da posição de poder faz isso. Dilma, por sua história, como apresentada pela mídia, me parece que terá dificuldade para conquistar colaboradores. Parece que ela será mais “compradora” do que “motivadora” e, dado seu “estilo” autoritário, vai ter que pagar preços bem mais altos (com nosso dinheiro, é claro).
    Um abraço, Professor… 😉

  7. Se os homens não tomam iniciativa de agir em seu próprio proveito, que farão quando o resultado do seu esforço for necessário para redundar em benefício de todos? Por enquanto parece que os homens ainda precisam de ser feitorados. O que mantém muito empregado no seu posto e o faz trabalhar é o medo de, se não fizer, ser despedido no fim do mês.
    Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal-feito parecem ser a regra geral. Nenhum homem pode ser verdadeiramente bem-sucedido, salvo se lançar mão de todos os meios ao seu alcance, quer da força, quer do suborno, para obrigar outros homens a ajudá-lo, a não ser que Deus onipotente, na sua grande misericórdia, faça um milagre enviando-lhe como auxiliar um anjo de luz
    Mas é setor público, como diria Tiririca. Pior que tá não fica.

  8. Professor:
    Leio sempre seus artigos com muito interesse e senti muito quando deixou de escrever para a revista VEJA.
    Demorei a achar seu site e agora faço um acompanhamento diário, pois acho suas opiniões úteis e importantes.Porem, tenho que discordar de você desta vez.
    Não votei na Dilma e não acreditava na sua gestão, pois os políticos que temos não inspiram respeito nem confiança, ainda mais sendo indicação do Lula. Mas devo confessar que fico positivamente surpresa com algumas atitudes dela. Gosto do fato de ela cobrar resultados, bem diferente do Lula, que entrou e saiu do governo sem mostrar personalidade e comprando apoio, banalizando a corrupção a níveis nunca vistos. Até entendo que ela está sendo excessivamente dura, porém, qual é o caminho a seguir?
    Você acha realmente que algum deles tem interesse em fazer um serviço bem feito, pelo simples idealismo ou para honrar o dinheiro que recebem?
    Um abraço, Eliana Ribeiro

  9. Prezado Stephen
    Falta transparencia e um bom exemplo, que sempre vem de cima. Cobrança sem planejamento é isto que temos. Te dou razão plena.

  10. Teoria nenhuma funciona com políticos.A única coisa que os motiva é propina.Seria a teoria “P”.Pelo menos no Brasil é assim.Numa empresa privada a teoria Y pode ser aplicada quando muito entre gerentes médios e funcionários médios. Nos níveis mais altos o que funciona é pressão e ameaças.

  11. ” A mulher não foi eleita, foi interposta pelo seu “padrinho político” e o povão foi na onda.”
    A velha conversa dos perdedores.
    Estranho é que quando FHC, então presidente, colocou seu afilhado Serra (aquele que tinha perdido a prefeitura de São Paulo e recebido um cargo no governo para se consolar)para ser candidato, passando por cima de tucanos muito mais capazes como Alckmin, Aécio e Jereissati, o povão não “foi na onda”. Deve ser porque o povão (ou simplesmente povo no linguajar de quem não precisa ficar justificando derrotas) lembra o que cada um dos “padrinhos” fez no governo. Dilma foi eleita, sim, ao contrário de Serra em 2002 e 2010.

  12. Creio que muitos fazem questão de esquecer ou não o sabem que este “jeitão masculino” de governar de nossa presidenta advem das antigas batalhas em prol do socialismo/comunismo da época da Ditadura Militar. Essa mulher era chefete de quadrilhas e dava ordens como se fosse um líder de guerrilha. Pois, de fato, ela foi uma guerrilheira. Como prova disso, há pouco tempo, ela mandou apurar o assassinato de um guerrilheiro no Pará.

  13. O que vejo ao longo do meus 50 anos ,desses 30 dentro de empresas ,sendo duas multinacionais,é que o estilo X (faça o que eu mando e não faça o que eu faço.)campeia nosso país e o mundo, como disse ,duas multi, onde convivi com o método inloco na Espanha,dão murro na mesa. até hoje.Como diria Einstein, “é mais fácil quebrar o átomo ,do que um preconceito.”

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