Infelizmente no Brasil nosso Executivo é loteado por Ministros sem preparo, que deixam problemas se acumularem, e aí vivem pedindo medidas de emergência ao Legislativo.
Tudo em regime de urgência, e assim o Legislativo mantém o Executivo refém, e só legisla pelo toma lá da cá.
Normalmente funciona assim:
“Você me dá uma concessão de rádio, e eu aprovo o orçamento”.
“Você me contrói uma ponte de R$ 23.000.000,00 e eu aprovo a sua lei de responsabilidade fiscal“.
“Você aprova minha lei que aumenta os aposentados em 23%, e eu aprovo a lei dos Portos“.
Todos os governos que colocaram Ministros sem competência de planejamento e administração, fizeram isto, inclusive os governos da Ditadura.
O problema do Mensalão na realidade não é o Mensalão, mas esta total incompetência do Executivo de planejar e não precisar das constantes ajudas do Legislativo.
Não é a função do Executivo elaborar lei, e sim do Legislativo.
Não quero defender o Mensalão, só quero lembrar que o toma lá dá cá, oferecer canais de TV e Rádios, promessas de pontes e estradas, também corruptelas da Democracia tão graves quanto o Mensalão, e muito mais custosas por sinal.
De forma cínica, a única forma de encarrar a política no Brasil, eu vi o Mensalão no contexto de uma famosa piada entre 3 presidentes de países supostamente latino americanos.
Presidente 1 : Vocês estão vendo aquela estrada alí ? 10% no meu bolso.
Presidente 2 : Vocês estão vendo aquela ponte ali ? 20% no meu bolso.
Presidente 3 : Vocês estão vendo aquele hospital ali ?
Presidentes 1 e 2 : Não.
Presidente 3 : Pois é, 100% no meu bolso.
O mensalão era os 100% no bolso, e que dizem custava R$ 40.000,00 por mês, e não as pontes de bilhões de reais, onde alguém levava 10%.
Quem montou o esquema foi no mínimo “esperto” e foi direto ao ponto, eliminando centenas de intermediários, as empreiteiras por exemplo.
Erro monumental no contexto brasileiro.
Com o escândalo do mensalão, suponho que voltamos a forma antiga, que por alguma razão ninguém se incomoda e custa milhares de favores a mais.
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