O Homem Tipo P

O homem tipo P é o pai presente, preocupado com a família nuclear, com dinheiro e herança para os filhos. Ele percebeu que era mais interessante cuidar dos seus filhos até a maturidade em vez de vê-los morrer às dezenas por abandono e negligência.

Ele defende seus filhos dos predadores, sustenta-os até chegar a uma certa idade, e lhes ensina os segredos da vida.

Não estou criticando o Garanhão como imoral ou devasso.

Tanto a estratégia de reprodução indiscriminada e a de investimento paternal são bem sucedidas em dados momentos da nossa história. O homem G compensa as perdas inevitáveis de filhos mal cuidados por meio da quantidade de filhos que coloca no mundo.

Com terras abundantes, população mínima, sem a existência de doenças transmissíveis e com cuidados especiais exclusivamente da mãe, eles deram certo por milhares e milhares de anos.

Talvez agora, com tecnologia e comida farta e abundante, o homem tipo G tenha ressurgido das cinzas. Poucos filhos morrem de inanição e doenças, e uma mulher solteira consegue cuidar sozinha dos filhos com relativo sucesso. O que não ocorria numa era glacial, por exemplo.

 

O Livro Família Em Primeiro Lugar que contém estas 365 Lições pode ser adquirido na Livraria Cultura

2 Comments on O Homem Tipo P

  1. Desculpa a ironia, mas talvez seja homem P de perdedor rs. E G de ganhador. O homem P é tão sem graça que mesmo num artigo destinado a ele, a maioria dos parágrafos voltam a discutir o homem G rs. Acho que ser o homem G é o sonho mais secreto de todos os homens P rs.
    Por outro lado, falando um pouco mais sério agora, segundo suas palavras, percebe-se que o homem P é o mais apegado aos bens materiais, certo? Está mais interessado no destino dos seus bens do que necessariamente nos filhos.
    E o que vale mais, as conquistas materiais ou as conquistas emocionais/sentimentais? Ambas fortalecem o ego, não? Será que o homem P não busca o mesmo status do homem G, mas através das posses materiais?
    Quem sabe o homem P colaborou com o surgimento da sociedade. Mas a essa altura do campeonato nossa sociedade se mostra tão doente que já não sabemos mais o que é evolução e o que é regressão. Quero dizer, será que evolução material significa necessariamente evolução social? Talvez haja alguma teoria que busque compreender o porquê de sempre parecer haver uma piora em algum aspecto de qualquer problema, proporcional à qualquer melhora obtida.

  2. Senhor Kanitz,
    Acabei de ler seu livro Família Acima de Tudo.Gosto quando sinto que valeu, muito, o investimento. Obrigada por tê-lo escrito. Olhando as figuras de massinha na capa…necessáriamente monto minha própria família,incluindo pessoas,bichos,brinquedos,fantasmas ancestrais e atuais que compõem nossa realidade imediata e me levam a reflexões, amplas e profundas.
    Fico imaginando, por exemplo, como seria , se pudesse ser feito um exercício, em um processo deicisório complexo sobre uma nação que pretendesse invadir uma cidade citiada mas, para isso, seu principal líder,assim como seu general, tivessem que levar de mão dadas, para as trincheiras, num cenário inóspito: pais,filhos,mulheres,amantes,cachorro,papagaio,
    periquito,sogra/sogro e tudo o mais… será que iriam ? Ou então…se houvesse uma regra clara…quem decidiu sobre investimentos na produção de material bélico, quando ele for usado, deverá limpar/recolher os escombros ? Cuidar dos órfãos e da viúvas, enquanto viverem ?
    Boa noite !

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